AVIVAMENTO SEGUNDO O AVIVALISTA JONATHAS EDWARDS




Jonathas Edwards, um avido defensor do Grande Despertar, também conhecido como o movimento avivalista da época, estava ciente das preocupações levantadas pelos puritanos da “antiga geração”, como Charles Chauncy. Em julho de 1741, quando Edwards pregou seu mais famoso sermão, “pecadores nas mãos de um Deus irado”, a resposta do público foi tão intensa que ele não conseguiu sequer terminar a mensagem. George Marsden relatou que grande foi o tumulto à medida que a plateia era tomada por gritos, gemidos e clamores: “O que devo fazer para ser salvo? Oh, eu estou indo para o inferno. Oh, o que eu devo fazer por Cristo? ” Pouco dias antes, Edwards pregara em um culto em Suffield Connecticut, onde a resposta também foi igualmente emotiva.
Ao defender o Grande Despertar dos seus críticos, Edwards reconheceu que precisava resolver suas preocupações sobre esses tipos de explosões emocionais. Ele fez isso no final do verão de 1741, lidando diretamente com o assunto na mensagem de cerimônia que ele proferiu na universidade onde estudou, Yale. Mensagem que mais tarde foi publicada com o título “A marcas distintivas da obra do Espirito Santo de Deus”, ele vai explicar que legitimidade de um avivamento não pode ser determinado com base em respostas emocionais, ele vai alegar através da sua compreensível e habitual compreensão logica, que os fenômenos físicos intensos não provam nada, de uma forma ou de outra, acerca da legitimidade de um avivamento.
Ao analisar e expor 1 João 4.1, ele chega à conclusão de que a verdadeira obra do Espirito Santo só pode ser medida com base em critérios bíblicos. A partir daí ele encontra suas “marcas distintivas” do que é e do que não é, ele também vai alegar que existem alguns falsos sinais que parecem ser da verdadeira obra do Espirito Santo, mas na verdade é obra de hipocrisia.
Na época de Jonathas Edwards, os cristãos norte-americanos estavam tentando determinar se o Grande Despertar foi uma verdadeira obra do Espirito Santo. Edwards responde examinando as Sagradas Escrituras afim de fazer tal avaliação. Avaliar questões como estas fundamentados na Palavra de Deus, Escrituras inspiradas pelo Espirito que são atemporais, nos deixam mais confiantes em relação a lisura dos seus resultados.
Iremos a partir de então, de forma objetiva, expor os critérios que segundo Jonathas Edwards, identificam a verdadeira ação do Espirito Santo, como também a hipocrisia das manifestações que visam usurpar a autoridade do mesmo.

1.     Ele deve exaltar o verdadeiro Cristo

O verdadeiro mover do Espirito Santo exalta única e exclusivamente a Cristo, ele acende os holofotes para o salvador, apontando e distinguindo dos falsos mestres e profetas que diminuem e distorcem a verdade sobre ele. O texto bíblico é claro, se alguém prega uma falsa versão de Jesus, assim como os gnósticos da época de João, esta pessoa é um falso profeta e seu ministério não vem de Deus. Edwards vai afirmar:

“Quando o espirito que está operando entre o povo for visto agindo de tal forma que aumente o respeito das pessoas por Jesus, que nasceu da Virgem Maria, e foi crucificado fora dos portões de Jerusalém; e parece estar confirmando mais e estabelecendo em suas mentes a verdade daquilo que o evangelho nos diz sobre ele ser o filho de Deus e salvador dos homens; este é um sinal claro de que esse espirito é o Espirito Santo. ”

O glorioso proposito e prioridade do Espirito Santo é conduzir pessoas a Jesus Cristo. Como o próprio Jesus vai nos ensinar: “O Conselheiro, o Espirito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu disse. [...] Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês” qualquer ministério ou movimento que o Senhor autorize terá a mesma prioridade e clareza.
Muitos meios carismáticos e neopentecostal, fixam suas atenções nas bênçãos e nas dadivas do Espirito Santo, obscurecendo o foco em Cristo e na sua obra redentora no calvário, preferindo refletir sobre suas próprias experiências no movimento.
O Espirito opera na igreja para que os homens possam ver Jesus como Senhor, reconhecendo a sua autoridade e submetendo-se a sua vontade (1 Co 12.3; Fl 2.9-13). Ele não só dirige a nossa atenção ao Senhor como nos ajuda a ser imagem dele. O Dr. Martyn Lloyd-Jones declara:

O Espirito não glorifica a si mesmo, ele glorifica o Filho [...] Esta é, para mim, uma das coisas mais surpreendentes e notáveis sobre a doutrina bíblica do Espirito Santo. ”    


2.     Ele deve se opor ao Mundanismo

Dentro de boa parte do contexto carismático, quase todas as experiências subjetivas são interpretadas como mover do Espirito Santo. Apesar do que é comumente enfatizado nos círculos carismáticos, a evidencia da genuína influência do Espirito Santo não tem a ver com prosperidade material, emocionalismo irracional nem tão pouco supostos milagres montados. Tal mover tem a ver com a santificação verdadeira que produz crescimento cristão e maturidade espiritual.
Quando um movimento é caracterizado por propriedades mundanas e atividades carnais, está em desacordo com a vontade de Deus, mas quando ele atua contra os interesses do reino das trevas, que está incentivando e estabelecendo o pecado e aprecia as paixões mundanas dos homens, isto é um sinal claro de que é um verdadeiro, e não um falso espírito. A verdadeira obra do Espirito Santo não seduz as pessoas com atividades vazias ou os desejos da carne; em lugar disso, promove a santidade pessoal e resiste aos desejos mundanos.
É sabido que impropriedades financeiras e falhas morais podem surgir ao longo do tempo, mesmo na mais sólida das igrejas. Mas alguém poderia pensar que tais escândalos deveriam ocorrer com menor frequência e não com tanta, entre aqueles que afirmam ter alcançado níveis mais altos de espiritualidade. É aí que reside a cerne do problema. Ao definir a “espiritualidade” em termos de sinais prodígios e experiências espetaculares e permitindo que o materialismo grosseiro do evangelho da prosperidade floresça dentro de suas fronteiras, o movimento carismático tem negligenciado o caminho do verdadeiro crescimento espiritual. Padrões falsos de espiritualidade não são capazes de coibir a carne.
Uma verdadeira obra do Espirito produz santidade na vida das pessoas. Quando a liderança de um movimento é continuamente manchada por escândalos e corrupção, isso coloca em questão as forças espirituais por trás dele. O Espirito Santo está ativamente envolvido em santificar seu povo, capacitando-o para combater a carne enquanto se torna semelhante a Cristo. Desejos carnais desenfreados, por outro lado são características dos falsos mestres (1 Pedro 2. 10,19).

3.     Ele deve conduzir as pessoas as Escrituras

Uma terceira marca distintiva de uma verdadeira obra do Espirito Santo é que ela direciona as pessoas para a Palavra de Deus. Jonathas Edwards explicou: “Esse espirito que opera de tal forma a ponto de levar os homens a respeitar mais as Escrituras Sagradas, e melhor defini-las em sua verdade e divindade, é certamente o Espirito de Deus. ”
A Bíblia revela uma ligação inseparável entre o Espirito Santo e as Escrituras que ele inspirou (2 Pedro 1.20-21). Os profetas do Antigo Testamento foram movidos por ele para predizer a vinda o Senhor Jesus Cristo (1 Pedro 1.10-11; Atos 1.16; 3.18). Os apóstolos foram igualmente inspirados pelo Espirito para compor os Evangelhos e para escrever as cartas do Novo Testamento (João 14.25-26, 15.26).
Quem é a fonte de poder por trás da revelação bíblica? Se olhar-mos para trás, para o relato de Pedro na transfiguração, vemos que ele responde a essa pergunta apenas dois versículos depois: “A profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espirito Santo. ” (2 Pedro 1.21 ARC). Quando nos submetemos a Palavra de Deus como autoridade, estamos nos submetendo ao próprio Espirito, pois ele inspirou cada palavra nela contida. Nenhum verdadeiro trabalho do Espirito irá contradizer, desvalorizar, ou adicionar nova revelação as Escrituras (Apocalipse 22.17-19). Em lugar disso, elevará a verdade bíblica nos corações e nas mentes dos cristãos.


4.     Ele deve promover a Verdade

Em 1 João 4.6, o apostolo João escreve simplesmente: “ Desta forma reconhecemos o Espirito da verdade e o espirito do erro. “ O Espirito Santo, que é definido pela verdade está em um contraste gritante com os falsos espíritos de ilusão que se caracteriza pelo erro e pela falsidade. Quando um movimento espiritual é conhecido por defender uma teologia fundamentada, denunciando os falsos ensinos e desprezando uma adequação superficial, estes são fortes indícios de que é uma verdadeira obra do Espirito Santo. Por outro lado, os cristãos devem ser cautelosos com qualquer sistema religioso que ignore a sã doutrina, propagando falsidade, ou sente-se feliz em endossar um compromisso ecumênico.
Os carismáticos reconhecem que uma queixa comum contra eles é que “primeiro eles experimentam algo e em seguida, depois do fato ocorrido, vão as Escrituras em busca de uma justificativa para o que aconteceu com eles.”
Um desses autores diz o seguinte: “ Não assuma o controle, não resista, não analise a experiência mais tarde, renda-se ao amor.” Mas isso é ser completamente negligente. Devemos começar com a Palavra de Deus, permitindo que uma verdadeira obra do Espirito Santo prospere com a sã doutrina. Ela promove a verdade bíblica; não rejeita ou vê como uma ameaça. Uma vez  que a experiência tem a permissão para ser o teste decisivo para a verdade, o subjetivismo se torna dominante e nem a doutrina nem a pratica é definida pelo padrão divino das Escrituras.
Boa parte dos movimentos carismáticos pós modernos minimizam a doutrina pela mesma razão que despreciam a Bíblia: eles acham eu qualquer preocupação com o atemporal, com a verdade objetiva, sufoca a obra do Espirito. Eles visualizam o ministério do Espirito como algo totalmente livre, infinitamente flexível, tão subjetivo quanto desafiar a definição.
 Essa é uma afirmação chocante. Na realidade, a única coisa que reprime a boa teologia é o erro, é por isso que a sã doutrina é o único grande antidoto para os desvios carismáticos. Lembre-se, o Espirito Santo é o Espirito da verdade (João 16.13) qualquer obra dele elevará a verdade bíblica e a sã doutrina nos corações e nas mentes do povo.


5.     Ele produz amor a Deus e ao próximo

Jonathas Edwards articulou o quinto e último teste afim de avaliar qualquer movimento espiritual: uma verdadeira obra do Espirito aumenta o amor das pessoas a Deus e aos outros. Edwards tirou esse princípio de 1 João 4.7-8. O principal fruto do Espirito é o amor (Gálatas 5.21), se existe amor verdadeiro é evidencia de uma genuína obra do Espirito Santo.
Uma verdadeira obra do Espirito produz o amor a Deus que se expressa em adoração e louvor sensatos. Esta é a definição de adoração bíblica. A adoração é uma expressão de amor a Deus e, portanto, por sua natureza, envolve a alma. A maioria dos cristãos entende isso, pelo menos de uma forma rudimentar.
O tipo de louvor que o Pai procura não é uma cacofonia de desordem sem sentido. A adoração não são meros delírios e sentimentos. “É necessário que seus adoradores o adorem em espirito e em verdade” (João 4.24).
Jonathas Edwards afirma que a verdadeira adoração bíblica deve conduzir as pessoas “a pensamentos elevados e de exaltação do ser divino e de suas gloriosas perfeições, trabalha neles uma admiração, uma agradável sensação da excelência de Jesus Cristo. O efeito é que nos tornamos pessoas inteiramente novas.
Muitos entusiastas do movimento carismático moderno não concordariam com os princípios de avaliação de Jonathas Edwards, e não queremos colocá-lo como uma autoridade infalível para determinar tais movimentos e mistérios espirituais, mas quando lembramos o que as Escrituras dizem sobre o lugar essencial da verdade no culto que honra a Deus e comparamos com a natureza caótica e desenfreada  de certos movimentos carismáticos, ou quando colocamos a definição do amor da Escrituras ao lado da ênfase egoísta inerente a teologia carismática, serias questões surgem.
Precisamos desenvolver uma espiritualidade fundamentada nas Escrituras Sagradas e não em nossas experiências sobrenaturais. O Espirito Santo só se manifesta através da exposição bíblica genuína. Estamos vivendo um mover muito, místico, mítico e magico, fora da realidade do nosso proposito como servos do Senhor. Precisamos voltar ao primeiro amor e a pratica das primeiras obras com o objetivo de produzirmos frutos dignos de arrependimento.



       DEUS VOA ABENÇOE!!   

Fonte: Livro Fogo Estranho