UMA BREVE ANÁLISE SOBRE A PEDAGOGIA DE JESUS

 

Por Pr. Marcos Tuler

Uma das principais características do método de ensino de Jesus é a sua flexibilidade. Ele sempre adaptava sua metodologia às situações específicas.
O que determinava o seu método era o conteúdo de seu ensino, as características e os conhecimentos de seus discípulos, e a sua própria personalidade.
O Mestre raramente fazia discursos ou pregações que hoje chamamos de “comunicação unilateral”. Ele ensinava a partir de uma situação específica; uma conversa, uma pergunta, uma necessidade ou ainda, a partir da resistência de seus ouvintes.
A grande maioria das parábolas de Jesus foi contada como resposta a uma pergunta. Mesmo durante a instrução verbal, Jesus direcionava seu ensino às experiências de seus discípulos.

Ensino centrado nos alunos

Jesus considerava as dúvidas, necessidades, expectativas e até os conhecimentos de seus discípulos. A formulação e a apresentação do conteúdo de seu ensino correspondiam totalmente ao modo de pensar de seus ouvintes orientais.
A linguagem de Jesus era prática e ilustrada e não abstrata e sistemática. Sua prédica e ensino eram compreensíveis, acessíveis às pessoas simples e medianas de seu tempo. 

Ensino através de métodos e recursos variados

Jesus não ensina através da simples memorização. Mas, usava variados métodos, tais como: repetições, parábolas, simbologias, hipérboles, trocadilhos, comparações, metáforas, provérbios, enigmas, paradoxos, ironias etc.
Para auxiliar na compreensão de sua mensagem, o Mestre complementava sua instrução verbal com diversos meios de expressão, como por exemplo, material visual e dramatização. Jesus pegava qualquer coisa ou objeto e os usava como exemplo: sementes, pássaros, campos, uma figueira, uma moeda, um peixe etc. As ilustrações mais notáveis de seu ensinamento foram os seus milagres. Eles não foram somente sinais de sua autoridade, mas também um poderoso meio de ensino.
Para contrastar com a metodologia dos rabinos, Jesus não usava o método da memorização, porém tornava o seu ensino inesquecível por meio de palavras penetrantes e exemplos extraordinários.

Ensino baseado na reflexão

O ensino de Jesus despertava a curiosidade, o interesse e, acima de tudo, a reflexão de seus ouvintes. Muitas vezes, ele respondia às perguntas com um novo questionamento ou com uma parábola, o que levava sua audiência à formulação de suas próprias conclusões. As parábolas são exemplos disso. A intenção de Jesus não era confundir seus ouvintes, mas desafiá-los a descobrirem o significado das palavras que ele proferia. 
Jesus foi o maior pedagogo de todos os tempos: desafiava seus alunos a aprender a partir do próprio esforço.

A pedagogia moderna diz que o professor deve propor situações de ensino baseadas nas descobertas espontâneas dos alunos. A aprendizagem se realiza através da conduta ativa do aluno, que aprende mediante o que ele faz e não o que faz o professor. 
A maior parte dos ensinos de Jesus contrariava a hipocrisia dos fariseus, sacerdotes, levitas e judeus religiosos. Ele não falava de tudo abertamente, mas os que se interessavam pelas coisas do Reino de Deus, podiam entender com perfeição o que dizia através das parábolas. 

Ensino baseado em relacionamentos

Se o principal objetivo do professor é “transferir saberes” não há necessidade de se estabelecer relacionamentos. Mas, se sua meta principal é transformar o aluno a fim de que seja semelhante a Cristo, uma convivência positiva e afetuosa será essencial.
Jesus “nomeou doze para que estivessem com ele” (Mc 3.14). 

Ensino baseado no interesse do aluno

Suas histórias conquistavam o coração de seus ouvintes porque vinham diretamente de encontro às suas próprias frustrações e desapontamentos. Falou de um servo impiedoso (Mt 18:23), de salários iguais por trabalhos desiguais (Mt 20:1ss), do assassinato dos lavradores (Mt 21:33ss), dos convidados indignos do casamento (Mt 22:1ss), das virgens despreparadas (Mt 25:1ss), dos investidores sábios e tolos (Mt 25:14ss), construtores sábios e tolos (Lc 6:46ss), um bom samaritano (Lc 10:30ss), um tolo homem rico (Lc 12:16ss), uma ovelha perdida, uma dracma e um filho (Lc 15:3ss) etc. 
O Mestre empregava grande ênfase em seus ensinos. Se tua mão ou pé te fizer pecar, “corta-os” (Mc 9:43, 45). Se teu olho te fizer pecar, “lança-o fora” (Mc 9:47). A única forma de ser discípulo de Jesus era “aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida” (Lc 14:26). 
Ele fazia perguntas, enfocava o seu ensino na perspectiva dos seus alunos, e usava parábolas com as massas, mas esperava até estar sozinho com seus os discípulos para explicá-las (Mt 13:10-18; Mc 5:33-34). Aqueles que verdadeiramente tivessem fome de justiça obedeceriam, aprenderiam e cresceriam. Aqueles que fossem meramente curiosos ficariam abandonados à margem do caminho.

Ensino através do próprio exemplo

A vida de Jesus era compatível com aquilo que ensinava. Ele inspirava seus discípulos a imitá-lo. Orem como eu oro. Amem como eu vos amo. Sirvam como eu sirvo. Carreguem sua cruz como carrego a minha. Cuidem das ovelhas assim como eu o faço. Terminem a sua carreira assim como terminei a minha. Os melhores mestres são exemplos vivos do conteúdo de seu ensino.

Ensino personalizado

Em nenhuma ocasião nas Escrituras vemos Jesus se sentar para ensinar, dizendo: “Hoje nossa lição será Levítico, pergaminho 3”. Seus ensinamentos fluíam das necessidades das pessoas a quem ensinava, de situações e problemas que apresentavam, das verdadeiras crises da vida.
Isso não quer dizer que será desnecessário um currículo organizado. Os organizadores de currículos proporcionam um enorme auxílio aos mestres em nossas igrejas. Os materiais, quando bem projetados, abrangem uma grande variedade de questões relevantes ao crescimento no Senhor. Mas, a ênfase de nossas aulas deve estar concentrada nas pessoas que delas estão participando, e não nas linhas da lição. A Palavra de Deus é a Verdade. Mas ela se tornará a “verdade-que-me-interessa” à medida que se relacionar à minha vida.
Jesus compreendeu o equilíbrio entre as Escrituras e a as necessidades da vida. Muitos mestres em nossas igrejas, tanto voluntários como ministros, não entendem esse equilíbrio. O objetivo dominante em muitas classes é “Dar toda a lição” e, em seu nome, as perguntas são ignoradas, os comentários reduzidos, e as experiências pessoais restringidas. O mestre que diz: “caro aluno, gostaria de gastar mais tempo considerando sua pergunta, porém tenho mais quatro versículos para ler”, poderá concluir sua lição, mas não terá ensinado seu aluno. Planeje sua aula de forma que haja espaço para interrupções e perguntas. Estimule as discussões e a liberdade durante a aula. Ensine pessoas, não lições.

 

Os fariseus conheciam o conteúdo. Haviam decorado os cinco livros de Moisés. Dominavam uma miríade de detalhes sobre a forma mais correta de orar, de dar esmolas e de jejuar. Sua religião era uma demonstração superficial e técnica de exibições exteriores de atos rotineiros e regras decoradas, um enfadonho livro de regulamentos que os transformava em “críticos santarrões”.
Jesus descrevia a ética do reino como um “rio de vida, com a claridade de seu manancial; uma moralidade de coração”. O caráter tem como enfoque o coração: pensamentos, emoções e conduta. O enfoque no pensamento pergunta: “Como você compreende isso?”. O enfoque emocional pergunta: “Como você considera ou valoriza isso?”, e o enfoque na conduta pergunta: “O que você fará com isso?”. Estas perguntas formam a trilogia do ensino sobre a construção do caráter.
Para que os alunos possam desenvolver seu caráter precisam ter liberdade de pensamento e decidir por si mesmos. Jesus levava isso em consideração. Seus discípulos livremente decidiram segui-lo, enquanto o rico e jovem administrador decidiu o contrário. Judas decidiu trair Jesus, Tomé decidiu duvidar, e Pedro decidiu negar o Senhor. Os discípulos decidiram fugir quando Jesus foi preso. Os fariseus odiavam essa liberdade, pois estavam mais preocupados em controlar as pessoas. 

prof.marcostuler@faecad.com.br
marcos.tuler@yahoo.com.br
(21) 9991-9952





UMA INTRODUÇÃO A TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA

 


Teologia Contemporânea é o estudo de Deus contextualizado com o nosso tempo e a evolução dos dogmas e dos pensamentos formados a respeito das doutrinas bíblicas frente aos desafios de nossos dias. A Teologia segue a História e, pelo menos historicamente, subdivide-se tal qual os períodos conhecidos. Para conhecermos melhor, devemos vasculhar na história da Teologia os fundamentos da Teologia Contemporânea, ou seja, percorrer os caminhos, os rastros ou pistas que formam o escopo da teologia do período em questão.

Um Pouco de História Antes de Kant

Teologizamos desde o Éden, mas para delimitarmos um ponto de partida é louvável que comecemos com a Teologia Patrística, isto é, a teologia desenvolvida pelos pais da igreja, os discípulos dos apóstolos e seus escritos indo até Agostinho.
Durante esse período a teologia era incipiente, com alguns erros crassos, por outro lado, dogmas que foram desenvolvidos nessa época dão sustentação, até hoje, às doutrinas mais fundamentais do Cristianismo. Nascida da necessidade de combater as heresias orientais no que diz respeito, principalmente à doutrina da Pessoa de Cristo, Sua Divindade e Sua Obra, foi responsável pela elaboração dos credos que defendiam a fé cristã, bem como pela exclusão dos hereges. Foi o berço da teologia cristã e um dos períodos áureos do saber teológico.
Mais tarde veio o papado e deu-se início ao período conhecido como Idade Média ou Idade das Trevas, como preferem alguns, porque pouco ou quase nada se descobriu na área do conhecimento científico. A Igreja tornou-se a detentora do poder religioso e temporal, logo todo saber estava sob seu controle e dizia o que era certo ou errado, como detentora do conhecimento.
Podemos dizer que Tomás de Aquino foi o mais importante teólogo da Idade Média. Usando a lógica aristotélica, procurou sintetizar os princípios da fé e da razão e provar pela razão a existência de Deus, valendo-se de argumentos racionais. Aquino entendia que o homem poderia encontrar Deus pela razão e assim desenvolveu uma teologia natural ao casar a teologia com a filosofia. Na realidade, Tomás de Aquino foi um monstro do saber e até hoje sua doutrina é utilizada pela cúria romana.
Nos tempos de Tomás, os intelectuais eram clérigos, quer dizer, tinham formação nas Universidades Católicas (um dos legados da Idade Média), logo a Europa tinha uma formação católica e nada parecia ameaçar a hegemonia da igreja do papado, pelo contrário, estava consolidada a civilização cristã, com reis e príncipes sujeitos ao bispo de Roma. Mas, não por muito tempo. A sociedade estava mudando e a igreja desse tempo não acompanhou as mudanças, ou como diz Jonh Landers: “não descobriu recursos para manter-se diante das novas realidades”. O sistema feudal havia surgido durante as invasões bárbaras, é nesse período que houve um esvaziamento nas cidades, o comércio quase desapareceu e as pessoas viviam em condições de subsistência agrícola.
A sociedade feudal era composta por três classes: nobres (cavaleiros que protegiam os lavradores e as terras), clérigos (a igreja) e camponeses (lavradores).
Com a volta da paz, as cidades voltaram a crescer e com elas os comerciantes, os artesãos. Os novos moradores da cidade não eram nem nobres, nem camponeses. Nasce então a classe média. Os comerciantes tornaram-se ricos, mas não tinham título de nobreza. Precisavam ter reconhecida sua superioridade, mas a igreja não abria as portas das universidades, senão para os clérigos, daí então, a resposta aos problemas foi: “humanitas”. Os humanistas pretendiam desenvolver toda a capacidade do indivíduo e por isso esse novo estilo de educação veio a chamar-se humanismo. Onde poderiam encontrar um currículo mais humanizante? Entenderam que Roma, que havia declinado, teve seu momento de ouro, e se retornassem aos escritos dessa era áurea poderiam reviver os dias gloriosos do Império Romano, em outras palavras alcançariam o conhecimento dos antigos apesar de pagãos.
Buscando conhecer os escritos de Virgílio, Sêneca, Cícero, Ovídio e outros, denominaram o seu próprio tempo de Renascença, em contraste com o período de mil anos de trevas de onde acabavam de emergir. Contudo, em sua busca pelos clássicos, não encontraram um modelo para a moral e a religião, mas modelos para a arte e literatura. É interessante observar que os humanistas não rejeitaram o cristianismo e a religião, e isso fez com que eles também buscassem indagações sobre a Bíblia nos originais. Descobriram pelos estudos que os padres de seu tempo não conheciam o grego e o hebraico e “mal rezavam a missa em latim”, e mais importante, descobriram que havia uma lacuna, uma distância muito grande entre o Cristianismo apresentado no Novo Testamento e a prática religiosa de sua época.


A Reforma

Com as invasões dos bárbaros e a queda de Constantinopla (1453), marcou-se o início do período da história chamado de História Moderna. Tempo das grandes navegações e conquistas de portugueses e espanhóis, tempo dos descobrimentos, tempo do renascimento artístico, literário e avanço em todas as ciências como matemática, física, entre outras.
Com o declínio de Roma, os reis que estavam sob seu cetro começavam a rejeitar a autoridade do papa como representante de Deus na terra e contestavam seu domínio temporal sobre suas terras. Dentre as muitas arbitrariedades, a venda de indulgências foi a gota d’água que faltava para eclodir a reforma.
Mas, foi do estudo das Escrituras que surgiu a Reforma Protestante. A teologia dos reformadores era também um retorno aos escritos antigos, as Escrituras. O período de Tomás de Aquino ficou conhecido como Escolasticismo ou Tomismo (sec. XIII e XIV), quando defendiam uma teologia natural onde o homem poderia encontrar Deus pela razão. A Reforma Protestante rompeu com a filosofia escolástica e voltou à Palavra. O lema dos reformadores foi: Sola Scriptura, Solus Crhistus, Sola Fide, Sola Gratia e Soli Deo Gloria! Após a reforma o período de 1618 a 1648 ficou conhecido como Guerra dos Trinta Anos. Somente entre os alemães, calcula-se que morreu um terço da população. Começa-se então a questionar o valor da religião. Depois de “mil anos de trevas”, a tentativa de restauração desencadeia um genocídio jamais visto numa sociedade dita cristã. Inicia-se uma busca para solucionar o problema da guerra, contudo, a essa altura o mundo já havia mudado o suficiente para estabelecer uma idéia antropocêntrica, capaz de mudar a história e dar novo rumo à humanidade, sem Deus.

Feuerbach

Curiosamente, dois movimentos anti-religiosos mais importantes dos séc. XIX tomaram Hegel como seu ponto de partida. São as filosofias de Feuerbach e de Marx. Ludwing Feuerbach (1804-72) estudou teologia em Heidelberg, e depois foi para Berlim a fim de estudar filosofia e aprender de Hegel.

Ao passo que Hegel dissera que toda a realidade era uma manifestação do Espírito Absoluto, Feuerbach calmamente contou aos seus leitores que este espírito nada mais era senão a natureza. “A natureza, portanto, é o fundamento do homem”. Feuerbach também podia concordar com Schleiermacher que o âmago de toda a religião é um senso de dependência absoluta, mas aquilo de que o homem depende e de que se sente dependente, nada mais é senão a natureza.

O ser divino nada mais é senão o ser humano, ou melhor, a natureza humana purificada, libertada dos limites do homem individual. Todos os atributos da natureza divina são, portanto, da natureza humana. A teologia nada mais é senão a antropologia - o conhecimento de Deus nada mais é senão um conhecimento do homem.

Feuerbach não era tanto um ateu quanto um ateísta, estava protestando contra a idéia de um Deus lá fora, sobre e acima do universo, tomando Hegel como seu ponto de partida, chegou à conclusão de que o hegelianismo deve ser transcendido. Ficou com a natureza, que passou a endeusar. Fala de um Deus que é diferente da natureza.

Marx e o Materialismo Dialético

Karl Max (1818-83) nasceu na Renânia de pais judeus que mais tarde se tornaram luteranos. Hegel tinha morrido cinco anos antes de Marx ir para Berlim, mas conforme Marx disse mais tarde, seu legado intelectual “influenciava pesadamente os vivos”. Marx associou-se com um grupo de hegelianos divergentes que se chamavam espíritos livres.

Marx tinha dívidas conscientes e inconscientes para com o pensamento de Hegel. Mas ao passo que Hegel considerava toda a realidade como sendo a operação do Espírito Absoluto, Marx seguia a Feuerbach o crédito de ter “fundado o materialismo genuíno e a ciência positiva”. Ao fazer do relacionamento social entre o homem e seu próximo o princípio básico desta teoria. Mas ao invés de reinterpretar a religião, Marx passou a denunciá-la como sendo a inimiga de todo o progresso. O homem faz a religião, a religião não faz o homem. O Estado e a sociedade produzem a religião. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o sentimento de um mundo sem coração, a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.

O vácuo deixado pela religião devia ser preenchido pelo materialismo. Ficou para Engels, Lenin e outros elaborarem a plena doutrina ortodoxa do Materialismo Dialético. É assim a justificativa da evolução da sociedade do feudalismo para o capitalismo, do capitalismo para o socialismo, e o socialismo para o comunismo. Em cada caso, a mudança realizou-se através de lutas das classes.

Nietzsche

Friedrich Nietzsche, filho e neto de uma família de pastores luteranos, o mesmo tem sido descrito como profeta mais do que um pensador sistemático. 
Se, porém, Nietzsche era um profeta, era um porta-voz autonomeado em prol da humanidade. E o objeto do seu ataque era Deus.

O ponto de partida de Nietzsche é a não existência de Deus. O homem, portanto é deixado por conta própria. Visto que Deus não existe, o homem deve elaborar seu próprio modo de vida. Se, pois, Deus já não existe, o homem tem de enfrentar tudo sozinho.

A receita de Nietzsche achava-se nas doutrinas complementares da vontade de ter poder, da reavaliação de todos os valores, e do super-homem. O super-homem nada tem a ver com a doutrina nazista da superioridade racial. O super-homem é o homem que reconhece a situação humana que cria seus próprios valores. Ele mesmo não desconhece a angústia, mas triunfa sobre a fraqueza, e a despreza nos outros. 

Não é difícil perceber por que Nietzsche foi adotado como filósofo do Socialismo Nacional. Para Nietzsche, deve haver uma limpeza total, O homem deve começar do zero, e decidir pela sua própria vontade aquilo que é certo e errado. 

Darwin e a Evolução

O fator individual mais poderoso de longe, que minou a crença popular na existência de Deus nos tempos modernos foi a teoria da evolução, de Charles Darwin. Havia duas partes principais na sua teoria, a evolução, a sugestão de que a vida conforme a conhecemos desenvolveu-se paulatinamente no decurso de milhões de anos a partir de ancestrais comuns e possivelmente de um único ser protótipo, a outra, e da seleção natural, ou seja, a sobrevivência dos mais aptos. A fim de existirem, as plantas e os animais precisam alimentar-se uns dos outros. Aqueles que desenvolvem novas capacidades e se adaptam ao seu meio-ambiente com mais rapidez são aqueles que sobrevivem.

Reconhece-se que a teoria tinha de pressupor que isto acontecia às vezes de modo muito repentino, e que não ficava claro como as aves descendiam dos répteis, os mamíferos dos quadrúpedes anteriores, os quadrúpedes dos peixes, ou os vertebrados dos invertebrados. Mesmo assim, o evolucionismo veio a ser um tipo de lei que explicava o comportamento do universo. (O que buscavam os racionais do período pré-iluminismo). Além disso, embora as passagens finais de Darwin façam algumas referências respeitosas ao Criador, o impacto principal do seu pensamento estava claro. A evolução remove a necessidade de crença em Deus.

Foi em grande medida através de Herbert Spencer (1820-1903) que a evolução chegou ao homem na rua. Spencer via a luta pela existência em todas as esferas da vida. A evolução convenceu-o que não se devia interferir com a natureza, e que, portanto, ele deveria opor-se à educação estatal, às leis em prol dos pobres e à reforma habitacional tanto os capitalistas quanto os socialistas fizeram bom uso da evolução. Negociantes tais como Andrew Carnegie e J.D. Rockfeller diziam a si mesmos que, embora o indivíduo talvez sofresse no decurso dos fatos dos grandes negócios, tudo isto fazia parte integrante da lei da concorrência.

Os eclesiásticos estavam divididos entre si acerca da evolução. Havia aqueles como Deão Church e o Arcebispo Frederick Temple que acreditavam que a evolução não era incompatível com a crença no Criador. Outros, porém, tais como C.H. Spurgeon, eram francamente cépticos. Eram necessárias mais provas. Darwin ainda teria que escavar os elos que faltavam. Um efeito duradouro e lastimável do sucesso da Origin foi que os biológicos ficaram viciados em especulações incapazes de verificações.

A ALTA CRÍTICA

Do latim “altus”, significa elevado; e do grego “kriticós”, significa julgar. A Alta Critica é o nome dado ao método literário pelo qual se determina a autoria, a data, as circunstâncias, etc., em que foram compostos os livros sagrados. Por ele, também se verifica as fontes literárias e a confiabilidade histórica das Escrituras. A Alta Crítica é um método científico no qual não se leva em conta a inspiração plenária das Escrituras. Vale-se, apenas, dos meios de autenticação, como as descobertas arqueológicas, a análise histórico-cultural, os estudos geológicos. O problema é que, na Bíblia, há inúmeros episódios que não podem ser comprovados cientificamente, e é aqui que os teólogos modernistas encontram margem para pôr em descrédito as verdades sagradas.

Na verdade, o método da Alta Crítica, em si, é importante e necessário para se fazer a exegese bíblica. Mesmo os teólogos comprometidos com a inspiração plenária da Palavra de Deus o utilizam. Infelizmente, os teólogos modernistas usam-no para outra finalidade nada nobre: duvidar da inerrância das Escrituras. Vê-se que o problema não está no método, mas em sua utilização. 

A Alta Crítica e o Liberalismo Teológico
O Liberalismo Teológico não é uma religião ou uma organização ideológica possuidora de templos, funcionários ou sociedades. Trata-se de uma tendência de ajustar o Cristianismo aos conceitos criados a partir da Alta Crítica da Bíblia, da ciência e das divagações filosóficas. Tal tendência apresenta-se sob diversos outros títulos: Modernismo, Racionalismo, Nova Teologia, etc.

Os Fundamentos históricos dessa tendência remontam o ano de 1753, quando Jean Astruc (1684-1766), francês, professor de Medicina em Paris, publicou, anonimamente, em Bruxelas, o livro Conjecturas Sobre as Memórias Originais que Parecem Ter Sido Usadas por Moisés na Composição do Gênesis. Astruc, que foi médico do rei Luz XV, da França, duvidou da origem mosaica do Pentateuco e de sua historicidade. Até então, a autoria de Moisés era inquestionável, e a atitude de Astruc ensejou outros questionamentos por parte de teólogos desprovidos do compromisso com a inspiração plenária da Palavra de Deus. Entende-se, todavia, que Moisés é o autor do Pentateuco, e há evidências internas e externas que comprovam isso.

Conseqüências do Mau Uso da Alta Crítica pelos Teólogos Modernistas
Em resumo, mediante a Alta Crítica, os teólogos modernistas cometem os seguintes erros: 
- Questionam o inquestionável, atribuindo contradições ao texto sagrado. 
- Para eles, Jesus deixa de ser Deus e Homem perfeito, para ser apenas um profeta, destituído de todos os seus atributos. 
- Enfatizam o relativismo, contribuindo para o rebaixamento dos padrões morais, para o surgimento de atitudes irreverentes em relação à Divindade, além de gerarem dúvidas acerca da inspiração plenária das Escrituras.

LIBERALISMO TEOLÓGICO MODERNO

Do latim, “liberare” significa tornar livre. Movimento que, tendo início no final do século XIX na Europa e nos Estados Unidos, tinha como objetivo extirpar da Bíblia todo elemento sobrenatural, submetendo as Escrituras a uma crítica científica e humanista. No liberalismo teológico, via de regra, não há lugar para os milagres, profecias e a divindade de Cristo Jesus. O principal instrumento do liberalismo teológico não é a revelação: é a especulação. Em suma: trata-se de uma abordagem meramente filosófica da Palavra de Deus. E, como as coisas espirituais só podem ser discernidas espiritualmente, explica-se pois o abismo que se forma entre a revelação e a especulação. 

Nomes Principais do Liberalismo Teológico
Friedrich Schleiermacher (1768-1834) - Teólogo e filósofo alemão, embora anti-racionalista, ensinou que não há religiões falsas e verdadeiras. Todas elas, com maior ou menor grau de eficiência, têm por objetivo ligar o homem finito com o Deus infinito, sendo o Cristianismo a melhor delas. Ao harmonizar as concepções protestantes com as convicções da burguesia culta e liberal, Scheleiermacher foi considerado radical pelos ortodoxos, e visionário pelos racionalistas. Na verdade, o seu pensamento filosófico-teológico, embora considerado liberal, está mais perto do transcendentalismo de Karl Barth. 

Johann David Michalis (1717-1791) - Teólogo protestante alemão, foi o primeiro a abandonar o conceito da inspiração literal das Escrituras Sagradas. 

Adolf von Harnack (1851-1930) - Teólogo protestante alemão, defende sua obra principal História dos Dogmas, a evolução dos dogmas do Cristianismo pela helenização progressiva da fé cristã primitiva. Para ele, o cristão tem todo o direito de criticar livremente os dogmas, que são a tradução intelectual do evangelho. Em outra obra, A Essência do Cristianismo, reduziu a religião cristã a uma espécie de confiança em Deus, sem dogma algum e sem cristologia. 

Albrecht Rtschl (1822-1889) - Teólogo alemão ensinou que a Teologia não pode seguir Georg Hegel, filósofo alemão tributário da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão. Ritschl ressaltou o conteúdo ético da teologia cristã e afirmou que esta deve basear-se principalmente na apreciação da vida interior de Cristo. 

David Friedrich Strauss (1808-1874) - Foi o teólogo alemão que maior influência exerceu no século XIX sobre os não eclesiásticos. Tornou-se professor da Universidade de Tubigen com apenas 24 anos. No ano de 1841 lançou, em dois volumes, Fé Cristã - Seu Desenvolvimento Histórico e Seu Conflito com a Ciência Moderna, negando completamente a Bíblia, a Igreja e a Dogmática. Em 1864, publicou uma segunda Vida de Jesus, quando procurou então distinguir o Jesus histórico do Cristo ideal segundo a maneira típica dos liberais do século XIX. Em sua A Antiga e a Nova Fé, publicada em 1872, procurou mostrar a impossibilidade do Cristianismo no mundo moderno, propondo então a sua substituição por um materialismo de cunho evolucionista. Suas obras exerceram grande influência sobre os intelectuais da época. Para Strauss, Jesus é mero homem. Insiste em que é necessário escolher entre uma observação imparcial e o Cristo da fé. Ensinou que é preciso julgar o que os Evangelhos dizem de Jesus pela lei lógica, histórica e filosófica, que governa todos os eventos em todos os tempos. Não achou e não procurou um âmago histórico, mas interessou-se apenas em mostrar a presença e a origem do mito nos evangelhos. Segundo seu conceito, não somos mais cristãos, mas simplesmente religiosos. Nas obras de Strauss não há lugar para o sobrenatural. Os milagres são mitos, contados para confirmar o papel necessário de Jesus, daí as referências ao Antigo Testamento. Em resumo, Jesus não é uma figura histórica, e da vida dele nada sabemos, sendo tudo mito e lenda. Philip Schaff comenta que Strauss professa admitir a verdade abstrata da cristologia ortodoxa, “a união do divino e humano, mas perverte-a, emprestando-lhe um sentido puramente intelectual, ou panteísta. Ele nega atributos e honras divinas à gloriosa Cabeça da raça, mas aplica os mesmos atributos a uma humanidade acéfala”. 

Sorem Kierkegaard (1813-1855) - Teólogo e filósofo dinamarquês. Filho de um homem rico torturado por dúvidas religiosas e sentimentos de culpa, Kierkegaard adquiriu complexos de natureza psicopatológica e possíveis deficiências somáticas. Estudou Teologia na Universidade de Copenhague, licenciando-se em 1841. Atacou a filosofia de Hegel e afastou-se mais e mais da Igreja Luterana, por julgá-la muito pouco cristã. Para o teólogo dinarmaquês, entre as atitudes (fases) estética, ética e religiosa da vida, não há mediação, como na dialética de Hegel, e não há entre elas transição, no sentido de evolução. Para chegar da fase estética à fase ética ou desta à religiosa é preciso dar um salto (ser iluminado, converter-se instantaneamente) que transforme inteiramente a vida da pessoa. Para Kierkegaard, só o Cristianismo é capaz de vencer heroicamente o mundo, sendo o panteísmo cultural de Hegel impotente contra a consciência do pecado e contra o medo e temor. Criticou o hegelianismo em sua acomodação ao mundo profano, por não ser capaz de eliminar a angústia e admitir a existência de contradições irresolúveis entre o Cristianismo e o mundo, cabendo ao homem escolher existencialmente entre esta e aquela alternativa: ser cristão ou ser não-cristão. 
São profundos os conceitos de Kierkegaard sobre os estágios da vida, a diferença entre ser e existir, o subjetivo e o objetivo, o desespero, os critérios positivos para a verdadeira existência, etc. Eis alguns deles: No estágio estético, o homem leva uma existência imediata e não refletida, faltando a diferenciação entre ele e o seu mundo; no estágio ético, o homem assume a responsabilidade pelo seu próprio ser, procura alcançar-se a si - o que não pode fazer, no estágio religioso, reconhece a impossibilidade de viver conforme gostaria e descobre que o pecado é não ser o que Deus deseja que seja, e que se alcança este estado proposto por Deus através de algo que vem de fora - o próprio Deus; O tempo (e espaço) trata do que o homem é, da sua existência; e a eternidade significa que, embora o homem viva no tempo e no espaço, ele não está totalmente determinado por estes elementos; a existência fala de liberdade, possibilidade, do ideal, da obrigação; o momento de decisão é quando a eternidade intercepta o tempo; O objetivo cultural é aquilo que é, enquanto o homem fica entre o que é e o que ele pode e deve ser. A ciência limita-se ao estudo do que é, o que ela chama “a verdade”; mas os fatos, claramente aceitos jamais encerram a verdade; A essência do ser humano aparece quando traz a eternidade para dentro do tempo. Cada homem há de sofrer porque vive numa realidade muito física: liberdade versus tempo; O único que realmente resolveu o paradoxo do tempo e da eternidade foi Jesus Cristo. Ele mesmo foi um paradoxo: Deus e homem; limitado e ilimitado; ignorante e conhecedor de tudo. 



Maranata. Ora Vem Senhor Jesus.
Deus abençoe a todos.
No Amor de Cristo!

É PRECISO CONHECER SUA VOCAÇÃO

 

Por que é necessário conhecermos nossa vocação? Porque só há crescimento ministerial quando servimos de acordo com o chamado de Deus. Ele aponta para o tipo de missão sobre a qual temos autoridade de conquistar. Quando conhecemos nossa vocação e atendemos a esse chamado, ficamos no centro da vontade de Deus, somos acobertados pelo seu poder e direção, prosperamos no ministério e o nosso interior é repleto de paz e satisfação.

Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis
Conhecer e corresponder à vocação ministerial é o primeiro grande passo na trajetória do triunfo, mas aquele que segue seu chamado sabe que entre caminho e destino há um espaço onde a história e os fatos acontecem. É neste intervalo que precisa haver crescimento e avanço.
Muitos servos de Deus, fiéis e potencialmente capazes, não desfrutam de um crescimento pleno e de um ministério bem-sucedido por que:
1) Não conhecem suas vocações;
2) Não edificam seus ministérios sobre suas vocações;
3) Não sabem para onde ir - não têm o alvo específico de suas vocações;
4) Não sabem como alcançar o alvo – não têm um plano de ação eficiente ou trabalham com metas inadequadas.
O ministério eficiente e próspero precisa ter:

1- Visão certa do destino, do propósito vocacional - O que pretendo alcançar?  Qual é o alvo de Deus para a minha vida? Definida esta parte, o servo necessita de um plano de ação para executar todas as etapas ministeriais até alcançar o propósito de seu chamado. O primeiro passo é saber o propósito da vocação, o destino aonde se quer chegar.

2- Plano de ação -  Como alcançar o propósito de Deus para a minha vida? Um plano de ação é um mapa de serviço. O segundo passo é definido como o Planejamento do Percurso (Mapeamento do caminho), a trajetória da saída à chegada, do começo ao fim do ministério.  Saber por onde começar, dar continuidade e desenvolvimento até frutificar abundantemente no propósito do chamado de Deus. Cada passo em direção ao alvo é denominado meta. As metas são estações obrigatórias até se chegar ao destino. Sem as metas certas, giramos e não avançamos, gastamos todos os recursos, ficamos exaustos e não chegamos ao destino.
O ministério bem-sucedido implica numa percepção correta da vocação e num atendimento eficaz a esse chamado, desenvolvendo um projeto de ação capaz de disponibilizar esforços e recursos adequados para suprir todos os passos no cumprimento da missão.
Dois tipos de conhecimentos são necessários para a criação de um mapa ministerial, que possibilite o servo de Deus avançar e conquistar o propósito de sua vocação:
1) Conhecer os desafios do campo;
2) Conhecer seus recursos ministeriais.
Não invente cenários baseados apenas em desejos, encare a realidade. Identifique os recursos e os desafios do ministério (Lc 14:28 - Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?).
Chamamos de dinâmica de campo a correta identificação dos desafios e das possibilidades ministeriais. Conhecer a dinâmica do campo possibilita um maior desempenho de avança e frutificação. A conquista deste conhecimento é mais um dom do que uma arte; é mais uma arte do que uma técnica. Como dom do Espírito, deve ser rogado incessantemente ao Pai Celeste; como arte é preciso que a maturação do discernimento e da sabedoria venha pela experiência de vida; como técnica pode e deve ser aprendida à luz das Escrituras e sob os conselhos dos mais sábios.
Somos sabedores de que nosso mundo, nas últimas décadas, sofre de grandes e constantes modificações nos mais diversos segmentos da vida. Um ministério bem-sucedido necessita estar preparado para perceber quantas e quais dessas mudanças têm implicações diretas sobre desafios e oportunidades ministeriais. Com discernimento deve compreendê-las e promover as respostas certas para alcançar bom êxito no cumprimento do chamado vocacional.
Temos novos desafios que exigem novas respostas e novas respostas exigem novos preparos. Para haver um ministério vitorioso, urge que o servo de Deus consiga romper suas antigas marcas. Uma nova realidade exige uma nova estratégia; para um novo desafio, uma nova marca. É nosso dever, aprender com o passado, viver o presente com discernimento e planejar o futuro com fé e sabedoria.
Nem se deita vinho novo em odres velhos; do contrário se rebentam, derrama-se o vinho, e os odres se perdem; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.Mateus 9.17

Cooperação Mútua
O ministério vitorioso tem que atender os desafios e às necessidades de cada etapa da trajetória ministerial, até alcançar o triunfo pleno.
É evidente que nenhum servo de Deus, sozinho, seja capaz de discernir todos os desafios de seu ministério e consiga apresentar todas as respostas certas para as diferentes situações. Por maior que seja o seu preparo, as dificuldades estarão muito acima de seu nível de competência. Mas, Deus, na sua infinita sabedoria e graça, providenciou a mútua cooperação ministerial para que todos sejam edificados e os resultados frutifiquem abundantemente.
“E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do  Corpo de Cristo.” Ef 4:11.

Como recurso de mútua cooperação, o SENHOR entregou à igreja homens com dons especiais, capazes de realizar o aperfeiçoamento de todos os santos, a fim de que sejam dinâmicos e produtivos em seus respectivos ministérios.
Ninguém é vocacionado para ficar isolado na Igreja. Somos todos chamados para trabalhar num corpo. Quando estamos unidos num só coração e propósito, o Espírito Santo se move com grande poder em nosso benefício. Somos supridos, fortalecidos e passamos a prosperar naquilo que fomos chamados.

O segundo requisito valioso para a criação de um projeto de ação ministerial é ter o conhecimento  do potencial e da experiência disponíveis, face aos  desafios propostos.
O servo iniciante traz dentro de si uma energia em potencial latente, impregnada de sonhos, idéias, motivações, propostas, forças intelectuais e interpessoais que podem agregar ao ministério um grande impulso em direção ao alvo.
O servo mais experiente  tem dentro de si um potencial em movimento,  utilizado em suas realizações e conquistas. É aquele que conhece o caminho das pedras, discerne com sabedoria e maturidade, aponta a direção certa, etc.
Precisamos de potencial e de experiência para desenvolver um ministério bem-sucedido, numa harmoniosa integração  dessas forças, de modo que o iniciante não somente contribua com seu potencial, mas, adquira mais experiência à medida que avança na trajetória ministerial e o servo mais experiente, não apenas sinalize os comandos, mas que seja renovado, agregando novos recursos e valores ao seu potencial  desgastado pelo tempo.

Que tipo de força ministerial existe em você? O que pesa mais neste exato momento: seu potencial ou sua experiência?

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com
URL: http://www.institutojetro.com/artigos/lideranca-pastoral/e-preciso-conhecer-sua-vocacao.html
Site: www.institutojetro.com
Título do artigo: É preciso conhecer sua vocação
Autor: Benedito Denis Frota Gomes (BenneDen)


O CREDO DOS APÓSTOLOS: O QUE É E POR QUE É IGNORADO EM BOA PARTE DAS IGREJAS EVANGÉLICAS?

 

O uso do Credo Apostólico
É essencial que os crentes entendam a necessidade de confessar a sua fé (Mt 10:32; Rm 10:9). Confessamos a nossa fé no batismo, na Ceia do Senhor, ao testificar aos incrédulos, ao dar bom testemunho na vida pública e privada, e ao recitar o Credo no culto de adoração. Toda confissão pública da fé deve ser feita com sinceridade, e deve vir acompanhada de uma vida de compromisso com os valores do reino de Deus.
Até aqui todos estamos de acordo, mas ocorre que na América Latina algumas igrejas evangélicas não dão muito valor ao Credo Apostólico. Não se interessam em estuda-lo, nem em confessar a sua fé através dele. Esta atitude surge de três erros. Primeiro, as pessoas se enganam ao identificar o Credo com a Igreja Católica Romana, crendo que é um documento inventado por ela. Segundo, como a Igreja Católica Romana tem a prática de conferir autoridade divina a muitos de suas tradições, então, se teme que ela conceda tanta importância ao Credo dos apóstolos, que se lhe estime na mesma altura que a Bíblia. Terceiro, uma boa parte da igreja evangélica carece de consciência histórica. Se existe algum interesse pelo passado, este se concentra no período da Igreja primitiva, a qual se pretende chegar passando por toda a história que media entre nós e a Igreja do livro de Atos.
Esta falta de interesse pode ser superado se considerarmos que ao usar o Credo, o fazemos junto com a Igreja “universal” ao longo de toda a sua história. A Igreja vem usando, quase desde o seu começo, muito antes que existisse o romanismo que teve a sua origem com o papado. Mas, este estudo provará que o Credo não é mais do que um resumo do que a Bíblia ensina. Ainda que não seja errado que uma denominação conceda a um credo caráter de autoridade, com todos os demais cristãos sabemos que somente a Bíblia possui autoridade final e divina. O Credo está subordinado a Palavra de Deus. Então, é importante que os crentes percebam o quanto o Credo provê um maravilhoso recurso para confessar os pontos principais de sua fé.

Os nomes do Credo
Por ser a confissão de fé mais popular do Cristianismo, tem-se chamado simplesmente “o Credo”. A palavra Credo é realmente o verbo com o qual começa o Credo Apostólico no latim, o qual declara: Credo in Deum Patrem . No português a mesma oração se repete: Creio em Deus Pai. Assim que o termo Credo significa apenas Creio , ou seja, “eu creio”, eu confesso a minha fé de forma pública (cf. 2 Co 4:13). Daí, um credo que não é outra coisa que uma forma de se confessar as nossas crenças básicas (Mt 10:32; Rm 10:8-10).
É chamado de “Símbolo Apostólico”. Este nome foi dado quando as heresias começaram a minar a Igreja. A palavra Símbolo vem do grego, e significa: “marca distintiva, santo e sinal”. O Símbolo Apostólico se converte numa marca da doutrina apostólica e, portanto, a marca do cristão e da Igreja verdadeira. Rufino (falecido em 410 d.C.) disse que o Credo foi dado como uma marca contra os falsos apóstolos, e acrescenta: “assim, os apóstolos prescreveram esta fórmula como sinal e penhor pelo qual reconhecer quem realmente prega verdadeiramente a Cristo, segundo a regra apostólica.”
Também recebeu o nome de “os doze artigos de fé”. A divisão em 12 artigos obedece à lenda de que cada um dos 12 apóstolos escreveu um artigo. Todavia, é mais apropriado esquecer deste título e dividir o Credo em três partes, segundo a sua ordem trinitária.
Além do mais, lhe é concedido o qualificativo de “Apostólico”. Foi Rufino (cerca de 307-309 d.C.) o primeiro a transmitir por escrito a lenda de que, no dia anterior à partida para pregar a todas as nações, os apóstolos colocaram-se em comum acordo quanto à norma de sua pregação. E foi assim que inspirados pelo Espírito compuseram o Credo. Mas adiante Ambrósio (bispo de Milão, 340-397 d.C.) afirmou que o número de 12 artigos obedece ao número dos apóstolos. Finalmente, no século VI um sermão de Pseudo-Agostinho termina afirmando que a cada apóstolo correspondeu escrever um artigo. Esta lenda deve ser rejeitada. O Credo não é apostólico porque foi escrito pelos apóstolos, mas por ser a sua doutrina.

Qual a origem do Credo Apostólico?
As regras de fé ou confissões não são uma novidade inventada pela Igreja Católica Romana, ou no período moderno. Os judeus usavam Deuteronômio 6:4-9 como a sua confissão de fé, e a influência deste credo (que eles chamavam o shema ), reflete claramente no Novo Testamento (cf. Rm 3:30; 1 Co 8:4-6; Gl 3:20; Ef 4:6; 1 Tm 2:5; 3:16; 2 Tm 2:8; 1 Pe 1:21; 3:18,22). O Novo Testamento também nos entrega uma lista de pessoas que confessaram a sua fé: João Batista (Jo 1:29, 34), Natanael (Jo 1:49), os samaritanos (Jo 4:42), os discípulos (Jo 6:14,69; cf. Mt 14:33), Marta (Jo 11:27), Tomé (Jo 20:28). Todavia, a confissão mais conhecida foi a que Pedro formulou quando declarou que Jesus era “ o Cristo, o Filho do Deus vivo ” (Mt 16:16).
Por dois motivos se fez necessário o surgimento do Credo. Primeiro, a expansão missionária da Igreja, fez obrigatório o surgimento de uma declaração de fé básica para instruir aos candidatos ao batismo (Mt 28:19). Segundo, a heresia obrigou a Igreja de definir claramente a sua fé. A expansão da fé cristã colocou a Igreja em contato com muitas culturas e filosofias pagãs que ameaçavam introduzir-se no meio do povo de Deus. Por isto, desde o principio percebeu-se a importância de preservar e confessar o ensinamento dos apóstolos, o que a igreja antiga fez por meio de confissões e credos. O perigo é denunciado claramente em Hb 4:14; 10:23; 1 Jo 2:22-23; 4:1-6,15; 5:1,5 onde se reafirma e exige confessar a fé, ante o confronto com a heresia e/ou a perseguição.
Não sabemos quem ou que pessoas escreveram o Credo Apostólico, mas não há dúvida de que a sua origem remonta a tempos antiqüíssimos. Por exemplo, tão antigo como o ano 107 d.C., Inácio (bispo de Antioquia) expunha a doutrina verdadeira contra a heresia docética (veja mais a frente sobre a forma trinitária do Credo). E para expor a regra de fé da Igreja usou as seguintes palavras:
De maneira que, sejam surdos quando alguém vos fale sem Jesus Cristo,
o qual foi da linhagem de Davi,
de Maria,
quem verdadeiramente nasceu,
comeu como também bebeu,
foi verdadeiramente perseguido sob Pôncio Pilatos,
foi verdadeiramente crucificado e morreu tendo por testemunhas os céus, a terra e o que há sob a terra;
quem também verdadeiramente ressuscitou dos mortos, quando o seu Pai o levantou.
Seu Pai, a sua semelhança, a nós os que nele cremos, nos ressuscitará da mesma forma em Cristo Jesus, sem o qual não temos vida verdadeira.”
(Carta aos Tralianos, ix.1-2)

Justino (cerca de 100-165 d.C.) outro mártir antigo, disse em sua Apologia (I.61.10 ss ) que entre os cristãos no batismo se pronuncia “...em nome do Pai do universo e Deus soberano... em nome de Jesus Cristo, que foi crucificado sob Pôncio Pilatos, e em nome do Espírito Santo.” Também Irineu (bispo de Lyon, cerca de 175-195 d.C.) disse em sua obra Adversus haereses (I.x.1-2) que:
“A Igreja... recebeu dos apóstolos e seus discípulos
a fé em um Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra...
e em um Espírito Santo, o qual através dos profetas proclamou...
e no nascimento virginal,
a paixão,
e a ressurreição de entre os mortos,
e a ascensão em carne ao céu do amado Cristo Jesus, nosso Senhor,
e seu retorno do céu na glória do Pai, para recapitular toda as coisas em um
e ressuscitar toda a carne de toda a raça humana.”
Estas são amostras de que a linguagem do Credo estava na boca da Igreja desde os tempos antigos. Homens como Irineu (cerca 175-195 d.C.), Tertuliano (cerca 160-215 d.C.) conheceram o Credo, afirmando que procedia do tempo apostólico. Isto é confirmado pelas versões do Credo que podem ser vistos nos escritos de Inácio (morto cerca de 98-115 d.C.), Justino (cerca 100-165 d.C.), Hipólito (cerca 215 d.C.), Cipriano de Cartago (250 d.C.), Novatiano de Roma (250 d.C.), Orígenes (185-254 d.C.) e Agostinho (400 d.C.). O Credo de Nicéia (325 d.C.) nada mais é do que uma elaboração mais detalhada do Credo Apostólico.
O conteúdo do Credo é inspirado diretamente na doutrina apostólica. Uma comparação entre os textos da Escritura demonstrará que a dependência chega a escolher até mesmo as palavras. Que a linguagem do Credo estava na boca da Igreja primitiva é possível perceber claramente pelos textos de Rm 1:3-4; 8:34; 1 Co 15:1-4. De fato, a confissão da Igreja era simplesmente a pregação da Igreja (cf. At 2:22-36; 3:15; 4:10; 5:30-31; 9:20; 10:36,39-40; 17:2-3,31; 18:5,28; 26:23). Por isto, tem suficiente direito de ser chamado Apostólico. Calvino não se preocupava em saber quem era o seu autor. Para ele o importante era que: “o mais importante que devemos saber é que nele se encontra resumida e de modo claro toda a história de nossa fé e que nada contêm nele que não se possa confirmar com sólidos e firmes testemunhos da Escritura” (Institutas, II.xvi.18).

O texto do Credo Apostólico
As cópias mais antigas que possuímos são de Rufino (em latim 390 d.C.), e a de Marcelo (em grego, 341 d.C.). Estas duas versões são mais breves que o Credo que conhecemos hoje. Falemos primeiro do texto de Marcelo, que foi o bispo de Ancira (capital da Galácia). Aproximadamente nos anos 337-341 d.C., Marcelo escreveu uma carta ao bispo Júlio I, com o fim de provar-lhe a sua ortodoxia. É com esta finalidade que inclui nela o que é a versão mais antiga do Credo Apostólico. Toda a carta está em grego, sendo que nesse tempo era a língua oficial da igreja. O Credo de Marcelo é claramente trinitário. Todavia, a parte cristológica é muito mais ampla que a referente ao Pai e ao Espírito. A estes três artigos trinitários básicos, Marcelo lhes acrescenta outros. O texto mais breve de Marcelo diz assim:
Creio em Deus todo-poderoso
E em Cristo Jesus, seu único Filho, nosso Senhor,
Concebido pelo Espírito Santo e Maria virgem,
Crucificado sob Pôncio Pilatos, e sepultado,
E ao terceiro dia ressuscitou dos mortos,
Subiu ao céu e está sentado a destra do Pai,
De onde virá para julgar aos vivos e mortos;
E no Espírito Santo,
Una Igreja santa,
O perdão dos pecados,
A ressurreição do corpo,
A vida eterna.”

No presente estudo usaremos a versão que é conhecida hoje, e é aceita por toda a Igreja cristã em todo o mundo, e que chamaremos de “Texto Recebido” (650 d.C.). Nas lições usaremos referência a outras versões mais antigas, como as de Marcelo e Rufino. Em sua divisão tradicional de 12 artigos, o Texto Recebido declara:
1. Creio em Deus Pai Todo-poderoso, o Criador dos Céus e da terra.
2. E em Jesus Cristo, o seu único Filho, o nosso Senhor;
3. que foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria;
4. padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;
5. desceu aos inferno, e ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos;
6. subiu ao céu e está assentado a direita de Deus Pai Todo-poderoso;
7. dali virá para julgar os vivos e os mortos.
8. Creio no Espírito Santo;
9. na santa Igreja católica, a comunhão dos santos;
10. o perdão dos pecados;
11. a ressurreição do corpo
12. e a vida eterna. Amém.”


A forma Trinitária do Credo
Foi o Concílio de Nicéia (325 d.C.) que formulou uma posição conclusiva do dogma da Trindade. E ainda que o Credo Apostólico não entra na discussão de forma detalhada quanto a cada pessoa da Trindade, confessa a fé em um Deus Trino. O Credo está claramente dividido em três partes: O Pai e a nossa criação, o Filho e a nossa redenção, o Espírito Santo e a nossa santificação. Assim, tem se dividido o seu conteúdo em 12 artigos. Deve ser notado que a parte referida ao Filho é a mais detalhada. A metade de seus 12 artigos está dedicada ao Filho e sua obra da redenção. Tal é a importância de Jesus na teologia cristã como o centro de nossa salvação. A primeira vista, pareceria que a seção que fala do Espírito Santo foi a menos informativa, mas a verdade é que a Igreja é vista em íntima relação com a obra do Espírito.
Desde o tempo apostólico, a Igreja teve que lidar com falsas doutrinas, percebendo que era urgente produzir uma declaração de fé que reprimisse o desenvolvimento das falsas doutrinas, especialmente no que concerne a Santíssima Trindade. Por exemplo, houve um movimento chamado arianismo (cerca 318-381 d.C.), que afirmou que o Filho não era Deus, mas que havia sido criado pelo Pai. Outra seita também pregava que o Filho não era Deus, mas que era uma espécie de emanação procedente da divindade. Assim, criam que todo o mal se encontrava no mundo material, enquanto que tudo o que era bom e belo estava no mundo espiritual. Seguindo esta linha de pensamento, concluíram que o Filho de Deus não poderia fazer-se homem, porque isto lhe exigiria assumir um corpo material mal. Isto os levou a dizer que o Filho teve um corpo que somente parecia ser um corpo físico, mas que na realidade não era (docetismo), e disseram que o Filho possuiu um homem comum chamado Jesus em seu batismo e depois o abandonou antes de sua crucificação. João teve que enfrentar estas idéias (1 Jo 4:1-6,15). Foi por isto que o Credo teve que formular a sua doutrina com base na estrutura trinitária.

Extraído do livro de Humberto Casanova e Jeff Stam, El Credo Apostólico (Grand Rapids, Libros Desafio, 1998), pp. 14-22.



MARCAS DE UMA IGREJA SAUDÁVEL

 

Pr. David Marcos 
A pluralidade de igrejas existentes hoje é algo inacreditável! Cada uma afirma ser detentora da bênção, da unção, do poder, dos privilégios espirituais... Quem está com a razão? Qual é a igreja verdadeira? Existe uma igreja verdadeira? Existe uma igreja perfeita? Qual é a mais correta? Ou qual é aquela que erra menos? Que critérios devemos utilizar para chegarmos a uma decisão tão importante? O que a Bíblia tem a nos dizer sobre isto? Quais são as marcas de uma verdadeira igreja?
Antes de falar dessas marcas que caracterizam uma igreja verdadeira, devemos lembrar ou aprender que a Bíblia nos exorta e nos estimula a analisar se uma igreja é verdadeira, não se ela é pura. Entende isto? Não existem igrejas que sejam completamente puras, isentas de pecado. A confusão entre igreja verdadeira e igreja pura tem gerado muitos problemas ao longo dos séculos. As pessoas enxergam as iniquidades dentro de uma igreja e logo dão o veredicto: “Esta não é uma igreja verdadeira”. “Se fosse verdadeira, não existiria tanta coisa errada dentro dela”. Lembre-se que Paulo chamou o grupo de Corinto de Igreja!
Uma igreja verdadeira é aquela que disciplina os membros rebeldes, ou seja, ela não deixa a impureza proliferar, ela se posiciona contra as coisas erradas. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que através de métodos piedosos consigamos purificar as iniquidades dentro da igreja. Os puritanos são exemplos de pessoas que entenderam esta missão. Contudo, não é porque existe impureza dentro de uma igreja que ela deixou de ser verdadeira, até porque, o próprio noivo advertiu que a sua noiva jamais seria completamente pura neste mundo.
Sendo assim, além daquelas que já vimos até aqui, quais seriam outras marcas, outras características da igreja idealizada pelo Novo Testamento?
Primeiro, a Igreja das Escrituras é aquela que valoriza a Palavra de Deus. Certamente que todas as igrejas concordam que este é um ponto importante. Qual é a igreja que vai abertamente afirmar que não valoriza as Escrituras? Qual é o pastor que vai dizer que outras áreas são mais importantes no seu ministério? Ninguém vai afirmar abertamente que o louvor, a coreografia, os anúncios, a construção e tantas outras coisas são mais importantes que a pregação da Palavra de Deus. Contudo, existem algumas maneiras de percebermos qual é a atenção que as Escrituras recebem numa igreja. Quanto tempo é gasto com anúncios, música, entretenimento... e quanto é gasto com a pregação? Quanto tempo semanal o pastor gasta preparando as suas mensagens? Os membros desta igreja entendem que a função principal do seu pastor é pregar as Escrituras? Os membros investem no seu pastor para que ele se aperfeiçoe cada vez mais na pregação? Escrevendo aos coríntios Paulo os exortou dizendo: “Não estamos, como tantos outros, mercadejando a Palavra de Deus”. (II Cor. 2:17) Paulo não abria mão da exposição das Escrituras por absolutamente nada! Escrevendo a Timóteo, o apóstolo disse o seguinte: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino”. (I Tm. 5:17).
Os apóstolos quando foram solicitados a realizar algumas tarefas que estavam roubando o seu tempo, disseram: “Não é justo que deixemos a oração e o estudo para atender estas atividades. Nossa principal tarefa é pregar, não faremos estes serviços, arrumem outras pessoas”. Jonathan Edwards gastava em média 13 horas por dia estudando. Ele nunca praticou a visitação pastoral regular entre seu povo, ele visitava apenas os doentes.
Certo pastor ao ser convidado para uma nova igreja, respondeu ao convite da seguinte maneira: “Vocês querem meus pés ou minha cabeça?” Escrevendo a Timóteo, Paulo falou das qualificações do pastor. Ele afirmou que o pastor precisa ser “apto para ensinar”. (I Tm. 3:2) “Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.  (II Tm.2:15)
Para muitas pessoas um pastor ideal é aquele que visita os membros da igreja com frequência, que domina todas as técnicas de aconselhamento, que é um especialista em administração, que tem o dom de evangelismo, que é um bom relação públicas. No entanto, qual é o momento em que ele vai parar para orar e para estudar? Quantas horas ele terá para estudar para pregar pelo menos três vezes por semana, ficar atualizado com os modismos evangélicos e mundiais, ler livros sobre teologia, oração, igreja, discipulado... estar a sós com Deus em oração. E as horas de dedicação à família e ao lazer? Quantas horas têm o dia deste pastor?
Lutero certa vez respondeu o seguinte àqueles que viviam do labor físico e consideravam moleza a vida de estudos: “Claro, seria difícil para mim ficar sentado numa sela, num cavalo. Mas, por outro lado, gostaria de ver o cavaleiro que pudesse sentar e ficar quieto um dia inteiro, com o olhar fixo num livro, sem se preocupar ou sonhar ou pensar em qualquer outra coisa. Pergunte a um pregador quão trabalhoso é falar e pregar. A caneta é muito leve, é verdade; mas, nesse trabalho, a melhor parte do corpo humano (a cabeça), o membro mais nobre (a língua) e a tarefa maior, que é falar, suportam o ímpeto da carga e trabalham com mais dureza, enquanto nos outros tipos de trabalho, a mão, o pé, as costas ou outros membros fazem a tarefa sozinhos, permitindo, desta maneira, que a pessoa possa cantar alegremente ou fazer piadas livremente, o que um escritor de sermões não pode fazer. Três dedos fazem todo serviço, mas quanto ao estudo e à pregação, o corpo inteiro e a alma devem labutar em conjunto”.
Portanto, uma das características de uma igreja saudável é a valorização da pregação da Palavra de Deus. É aquela que compreende que a tarefa principal de seu pastor é pregar o evangelho. Sabendo disto, ela tudo fará para ajudar ao seu pastor a ser um bom pregador.
Segundo, a Igreja das Escrituras é aquela onde existe adoração Reverente, Bíblica e Coletiva.
A adoração de uma Igreja a Deus precisa ser reverente. Jesus começou e terminou o seu ministério com dois protestos práticos contra a adoração irreverente. Em duas ocasiões distintas, Ele expulsou do templo os vendedores que profanavam os átrios por meio do comércio. Ele justificou o seu ato com as seguintes palavras: “A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”. (Mt. 21:13)
Deus abomina a negligência em sua presença. A Bíblia em vários momentos nos mostra que o homem mortal deve ter um comportamento conveniente ao se aproximar do Criador Todo-Poderoso: “Retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor”. (Hb. 12:28,29) Se a nossa adoração precisa ser reverente, isto significa que não é papel da igreja promover entretenimento, mas adoração. Tudo aquilo que existe numa liturgia que visa agradar aos sentidos humanos deve ser descartado. Alguém pode alegar: “Mas é tão bonito...” Mas não foi permitido! Ou então: “Eu me sinto tão bem...” Lembre-se que o culto não é para você! Os fiéis de outras religiões também se sentem bem adorando os seus deuses. Os elementos básicos da verdadeira adoração são oração, leitura e exposição das Escrituras, cânticos, ofertas, batismo e ceia.
Paulo diz que no culto tudo deve ser feito com decência e ordem (I Cor. 14:40). Em Corinto encontramos vários detalhes sobre como deveriam ser as reuniões públicas. Naquela igreja o culto era livre demais, não existia ordem, cada um fazia o que bem entendia. O Capítulo 14 fala sobre a tentativa paulina de criar alguma ordem na igreja. Paulo se preocupa com o comportamento das mulheres nas reuniões, com a interpretação de línguas, com o estabelecimento de um limite para que apenas duas ou três pessoas falassem em línguas.
“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”. Não devemos achar que espontaneidade é sinônimo de espiritualidade. Não há nada de errado em pedir ao Espírito Santo que nos ajude a montar o roteiro na terça-feira à tarde.
“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”. Um culto onde existe descaso, descompromisso, desprezo, desdém... é um culto abominável. Um culto onde não existe reverência, as pessoas fazem o que querem, não existe entendimento do que está acontecendo... um culto assim é fogo estranho diante de Deus!
“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”. Ao cultuar ao Senhor, precisamos estar cientes do que estamos fazendo, da seriedade e importância daquele momento! “Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus” Isto nos lembra a seriedade do culto. Isto não pode ser perdido jamais!
             Além de reverente e decente a adoração precisa ser bíblica. “Eles são israelitas, e deles são a adoção, a glória, as alianças, a promulgação da lei, o culto e as promessas”. (Rm. 9:4) Um dos privilégios especiais dos judeus foi que Deus tinha lhes ensinado a cultuá-lo. Isto não aconteceu com nenhuma outra nação. Todas as nações do mundo, como lembrou Paulo aos atenienses, buscavam ao Senhor: "Tateando, para tentar achá-lo". (At.17:27) Buscavam ao Senhor, mas não sabiam como fazê-lo. Os atenienses sentiam que acima de todos os seus deuses, existia um que era maior que todos os deuses deles, contudo, não o conheciam! Sendo assim, levantaram um altar ao "deus desconhecido". Paulo lhes disse: "Esse que vocês honram, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio".  "Honrais, não o conhecendo". Tentavam adorá-lo, mas o faziam na ignorância.
O que acontecia com Israel era exatamente o contrário, eles não foram deixados na ignorância. O próprio Deus lhes tinha ensinado a prestar-lhe culto. É isso que Paulo está ressaltando em Romanos: “Aos israelitas foi dado o culto”. Deus chamou Moisés ao monte e lhe deu as mais detalhadas instruções sobre como Ele devia ser adorado. A edificação de um tabernáculo, as medidas e especificações dos diferentes departamentos, como deveriam ser guardados e mobiliados, a cor, o tipo de madeira. Deus concedeu instruções para todas as coisas! Levítico é uma declaração elaborada das instruções dadas por Deus a Moisés sobre tudo o que se relaciona com a maneira de adorá-lo. Nada foi deixado ao acaso! Nada foi deixado aos cuidados da invenção ou da imaginação humana.
Não existe nada neste mundo que seja mais importante do que sabermos aproximar-nos de Deus corretamente, afinal, fazê-lo indevidamente, é fogo estranho. Portanto, é um enorme privilégio receber do próprio Deus as instruções de como adorá-lo. A marca de uma igreja saudável é prestar adoração reverente e bíblica. Por isso que os reformados criaram o chamado “princípio regulador do culto”. Ali encontramos tudo aquilo que pode ser feito, realizado e praticado no culto público.
Um culto onde não existe reverência e os padrões estabelecidos por Deus são alterados, pode acarretar problemas sérios para aqueles que estão cultuando. Quando os filhos de Israel tentaram desviar-se das ordens divinas, se deram muito mal. Coré, Datã, On e Abirão (príncipes em Israel) reuniram-se e disseram: "Por que esta questão de ir à presença de Deus fica restrita a Moisés e Arão? Temos tanto direito de fazer estas coisas como eles. Esta exclusividade não está correta". Eles persuadiram o povo de que estavam certos, e seguiu-se a rebelião de Coré. O que aconteceu? A terra abriu-se e eles foram tragados! Deus os puniu severamente!
Para colocar esta verdade na mente do povo de uma vez por todas, Deus fez com que a vara de Arão florescesse. Este acontecimento ocorreu para lembrar ao povo que somente Arão tinha direito de ir à presença de Deus como representante do povo.
A grande questão a ser percebida nisto tudo é que foi Deus que decidiu e revelou como Ele deve ser adorado e não o homem! O ser humano deve observar os métodos e orientações divinas e não partir para as suas próprias invenções. Tudo que for enxertado no culto que não é permitido nas Escrituras é fogo estranho. O princípio continua sendo aplicado nos dias de hoje. O castigo de Coré e a vara de Arão que floresceu, devem ser uma permanente lembrança para cada um de nós. Não podemos colocar no culto aquilo que Deus não nos orientou nem nos pediu. Tudo que existir no culto que não for da Sua vontade, deve ser descartado!
A igreja é de Deus e deve existir e funcionar de acordo com as regras dEle e não com os nossos gostos pessoais. Com este entendimento nos livraremos de muitos erros e de muitos problemas.
SOLI DEO GLÓRIA!
Romanos 11:36


PASTORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

 


Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e inteligência. Jeremias 3:15 




Introdução: Ultimamente tem surgido clamores de igrejas, tanto da Alemanha, Rússia e do Brasil, onde o procedimento de vários pastores é completamente contrário aos princípios da Palavra de Deus. Por esta razão faz-se necessário uma exposição resumida dos princípios Bíblicos quanto a esta questão, bem como verificar os procedimentos que a Palavra de Deus aprova ou condena. 



1. Princípio Bíblico de Liderança. 
Em primeiro lugar, a palavra pastor nunca aparece na Bíblia como sendo uma profissão, e sim, como um ministério. Em Atos 20:17 e 28 aprendemos que os presbíteros da igreja deveriam pastorear o rebanho. Pastorear não é exercer um cargo. e sim cuidar do estado espiritual daqueles que foram salvos por Cristo Jesus. 

Em segundo lugar, o Novo Testamento não conhece um sistema onde uma só pessoa tem essa responsabilidade, que sempre era atribuída a vários presbíteros. 
Atos 20:17 “De Mileto mandou chamar os presbíteros da igreja”. 
E a estes presbíteros Paulo falou: Atos 20:28 "Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu Bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue," 
Atos 14:23 "E, promovendo- lhes em cada igreja a eleição de presbíteros (plural) depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido" 
Tito 1:5 b ". .. bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi." 

Notamos em todas estas passagens que o Novo Testamento ensina que cada igreja deve ter vários presbíteros (Líderes) e que eles em conjunto tem a responsabilidade de pastorear o rebanho de Deus. 
Naturalmente numa igreja nova isto levará alguns anos até que a igreja tenha vários presbíteros, porém este sempre deve ser o objetivo. O Novo Testamento desconhece totalmente um sistema onde um pastor tem o comando e os outros tem a obrigação de obedecer, na igreja de Cristo. 

Evidentemente haverá a necessidade de um dentre, os presbíteros, dirigir o planejamento mas a responsabilidade pastoral recai sobre todo o presbitério. Atos 20:17 e 28. Veremos mais adiante como o desejo de exercer o comando sobre todos os outros é carnal e anti bíblico. 

As diferenças entre uma liderança dentro dos princípios bíblicos e dentro dos princípios egoístas e carnais são explicadas com bastante detalhes, tanto no Velho como no Novo Testamento. Queremos fazer uma comparação entre os dois tipos de pastores. 


2. Pastor segundo o coração de Deus. 
Já mencionamos que pastorado não é profissão - é ministério. Quando Jesus designou o apóstolo Pedro para pastorear o rebanho, não perguntou das suas habilidades profissionais, e sim "amas-me mais do que estes outros? " João 21:15-17. 
Quem ama a Jesus, também amará aos que foram resgatados por Jesus e os tratará como Jesus os tratou. 

Vamos ver algumas das características do pastor segundo o coração de Deus. 

Primeira característica: Auto entrega. "O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas". João 10:11. Este foi o exemplo que Jesus nos deu. O apóstolo Paulo nos dá um exemplo de como se age com pessoas, mesmo cheio de problemas - e até fazendo oposição ao ministério, como foi o caso dos coríntios. A estes Paulo escreve: "Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol das vossas almas. Se mais vos amo, serei menos amado?" II Coríntios 12:15. O pastor segundo o coração de Deus não tem pena de si - ele se entrega e se gasta em beneficio das ovelhas de Cristo. 

Segunda característica: Preocupação com a restauração de cada um individualmente. A parábola da ovelha perdida nos mostra este fato: "Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixa para ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou? E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta, do que pelas noventa e nove, que não se extraviaram. Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos." Mateus 18:12-14. Qualquer pastor segundo o coração de Deus fará de tudo para recuperar pessoas que estão se afastando do rebanho. 

Terceira característica: O pastor segundo o coração de Deus não se coloca em evidência, e sim, prega a Cristo: “Porque não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus" II Coríntios 4:5.  O pastor segundo o coração de Deus sempre ha de se considerar um servo, dando toda a honra a Cristo Jesus. 
Quarta característica: O pastor segundo o coração de Deus não age como dominador sobre o rebanho, antes serve como exemplo: ". . . nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho”. I Pedro 5:3. O bom pastor anda na frente do rebanho. como o seu exemplo e as ovelhas o seguem. 



3. Pastores infiéis 
A Bíblia nos fornece muitos elementos pelos quais se pode reconhecer o abuso neste ministério - tanto no Velho como no Novo Testamento. 

Quais são as características de um "pastor” infiel? 

 Primeira característica: Não busca ao Senhor para saber a sua vontade: "Porque os pastores se tornaram estúpidos e não buscam ao Senhor; por isso não prosperam, e todos os seus rebanhos se acham dispersos. Jeremias 10:21. O "pastor” que não se orienta pela Palavra de Deus pode manter o domínio sobre o rebanho por algum tempo mas aos poucos o rebanho vai se dispersando. 

Segunda característica do "pastor" infiel: Ele apascenta a si mesmo: "Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos de lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. "Ezequiel 34:2-3. O "pastor" infiel sempre está interessado em defender os seus direitos - seu salário, seu dia de descanso, sua privacidade, sua família. Gasta a maior parte do tempo cuidando de seus próprios interesses. 

Terceira característica do "pastor" infiel: Ele não apascenta as ovelhas: " A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não li gastes, a desgarrada não tomastes a trazer e a perdida não buscastes... Ezequiel 34:4. O "pastor" infiel faz poucas visitas aos membros, deixa os fracos na sua fraqueza, deixa os “feridos espirituais" sem cuidar da sua recuperação e não vai atrás dos que estão se afastando. Mesmo quando procurado, sempre acha alguma desculpa para não atender aos que necessitam de cuidado espiritual. Ele não quer ser perturbado em seu descanso. Mas faz questão de um bom salário. Quando faz visitas. costuma visitar não os que necessitam, mas os que o apoiam na sua posição.

Quarta característica do "pastor" infiel: Ele exerce domínio sobre o rebanho: "Mas dominais sobre elas com rigor e dureza" Ezequiel 34:4b. O "pastor” infiel age como se fosse dono da igreja e considera a obrigação de todos os demais como sendo a mera obediência às suas ordens. Ele desobedece frontalmente a ordem de Deus: "Não como dominadores sobre o rebanho...". I.Pedro 5:3.

Quinta característica do "pastor" infiel: Ele quer ter a primazia: "Escrevi alguma cousa à Igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida." III.João 9. O "pastor" infiel, não quer ser um servo da Igreja (II Coríntios 4:5), mas quer ser um chefe na igreja. Não aceita ser um co--presbítero com os outros (I Pedro 5:1) mas quer ser um chefe-presbítero. Ele é obstinado pelo poder. E por isso não costuma ler cartas quando outros escrevem para ajudar (III. João 9) para não perder o seu domínio sobre a igreja.

Sexta característica do "pastor" infiel: Ele não dá acolhida na igreja a pessoas que não apoiam a sua ditadura: "Não nos dá acolhida" III. João 9b. Ele faz de tudo para evitar qualquer contato de membros com pessoas de fora que poderiam ajudar a igreja a retornar aos princípios bíblicos.

Sétima caraterística do "pastor" infiel: Ele difama e faz calúnias contra pessoas que tentam ajudar a igreja: ". . . proferindo contra nós palavras maliciosas" III João 10b  
Ele não pode provar com a Bíblia que está certo, então procura desacreditar outros obreiros que poderiam ajudar, levantando calúnias contra eles. 

Oitava característica do "pastor" infiel: Proíbe a igreja de manter contato com pessoas que não apoiam a sua posição anti-bíblica. "E não satisfeito com estas causas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los... "III. João 10b Ele faz de tudo para isolar qualquer pessoa que poderia ameaçar o seu domínio. 

Nona característica: Expulsa os insubmissos à sua ditadura da igreja: "E os expulsa da igreja". III. João 10c. O "pastor" infiel não tem a mínima preocupação com a manutenção de membros da igreja que poderiam ameaçar a sua autoridade. Não faz nenhum trabalho espiritual de recuperação, não segue os princípios de Mateus 18,15-17 -simplesmente se quer ver livre dos que não apoiam a sua posição autoritária - e os expulsa sumariamente. 



4. Consequências para a igreja que tolera um pastor infiel: 
Os membros se espalham: "Assim se espalham, por não haver pastor, e se tomaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes, e por todo o elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure, ou quem as busque". Ezequiel 34:5-6 
Numa igreja onde Cristo, o cabeça, é suibstituido por um “pastor” ditador, fatalmente o rebanho se espalhará. 


5. Conseqüências para os “pastores” infiéis. 
Deus vai dar termo ao seu pastoreio: "Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores, e deles demandarei as minhas ovelhas; porei termo ao seu pastoreio, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que já não lhes sirvam de pasto. Ezequiel 34:10. Um pastor ditador pode se manter por algum tempo no trono, porém o dia vem quando Deus mesmo o afastara do seu ministério. 
Convém lembrar mais uma vez que toda a liderança da igreja é responsável perante Deus quando permite que se crie uma situação destas. A toda a liderança é atribuída o cuidado pelo rebanho (Atos 20:17 a 28)  e cada um dará contas a Deus pelas pessoas que foram espalhadas. 

Aos membros e igrejas cujos guias realmente velam pelas vossas almas queremos deixar o texto de Hebreus 13:17 "Obedecei aos vossos guias (plural) e sede submissos para com eles: pois velam por vossas almas como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não vos aproveita a vós outros”. 

Aos obreiros recomendamos que examinem o seu ministério e se tem procedido de tal forma que. por sua causa, os membros se espalharam, que tenham a humildade de confessar o seu pecado e procurar reintegrar os que foram dispersos. Pois, conforme lemos em Hebreus 13.17 “nós obreiros, daremos contas a Deus pelas almas dos que nos foram confiados”.

Fonte: Este artigo se encontra no site: http://www.apologetic.cjb.net/ Igreja