DOCUMENTÁRIO - AS FACES DA TERRA SANTA


Neste documentário os arqueólogos vão se debruçar sobre o acha de um cranio feminino de 3.000 anos, que acredita-se ser da época de Sansão e Dalila. 

DOCUMENTÁRIO - BÍBLIA. CÓDIGOS E SEGREDOS


Neste documentário vamos conhecer curiosidades e abordagens interessantes em relação a Bíblia.

O AVIVAMENTO NA HISTÓRIA DA BÍBLIA



Uma aula relevante para nossa edificação e fundamentação Bíblica

5 MOTIVOS PARA VOCE ESTUDAR FILOSOFIA



Depois de termos abordado e explicado o que é a filosofia, pareceu-nos correcto falar sobre um dos pontos fulcrais de toda a aprendizagem da área da Filosofia, mais concretamente os principais motivos que nos levam a estudar esta área do conhecimento.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas que começa a estudar filosofia desiste muito facilmente por considerarem a disciplina difícil ou muito cansativa. No entanto, se analisarmos as razões que nos levam a estudar e tentar perceber esta antiga disciplina, será mais fácil e menos duro fazê-lo. Por isso mesmo, vamos indicar-lhe as razões que consideramos fundamentais para que o estudo da filosofia seja feito com gosto e puro prazer


1. APRENDER A ARGUMENTAR

Segundo o senso comum, argumentar é vencer alguém, forçá-lo a aceitar a nossa verdade. Esta definição é errada! Seja na escola, na política, no trabalho ou numa simples conversa, saber argumentar é, primeiramente, saber  compreender o raciocínio do outro. Argumentar é também conseguir o que desejamos, mas de uma forma construtiva e num sistema de conversa, onde devemos sempre ouvir o que o outro tem para dizer. O principal objectivo da argumentação é passar a nossa verdade para a verdade do outro.

Usamos a argumentação no nosso quotidiano, para propor um aumento de salário, para apresentar uma opinião  ou um projecto inovador, para justificar uma decisão que tomamos e até para pedir um aumento da mesada.

A importância da argumentação é imensa. Vejamos: um empresário ambiciona construir uma parceria com uma empresa de maior reconhecimento que lhe poderá trazer grandes vantagens ao seu negócio.  Será com toda a certeza necessário defender um produto, um serviço ou uma política da sua empresa na tentativa de a sua proposta de parceria ser aceite. O empresário obterá mais sucesso se souber responder às questões que lhe forem colocadas, de forma clara e inequívoca. Ou seja, terá mais hipóteses se os seus argumentos forem mais convincentes. 

A reter: Com a filosofia aumentamos consideravelmente a nossa capacidade de argumentação.


2. SER ABERTO A NOVAS IDEIAS

Estima-se, actualmente, que a população humana seja superior a 6,8 biliões de pessoas. Embora os nossos cérebros funcionem todos da mesma maneira, através de sinapses, cada indivíduo pensa de uma forma completamente diferente. Assim, este elevado número de indivíduos traduz-se, portanto, em uma enormidade de diferentes formas de pensamento que consequentemente nos proporcionam as ideias e soluções para os problemas que se nos impõem.

Para ser filósofo é necessário uma atitude de investigaçãonão desprezando a realidade, pois os filósofos  procuram resolver os problemas que surgem da experiênciaIsto acontece porque, se o filósofo não for além dos conceitos que foram estereotipados pela população e dos preconceitos presentes na sua sociedade, então ele não conseguirá ser aberto a novas ideias ou novas formas de pensamento. Você, tal como um filósofo, necessita de ser uma pessoa que seja aberta a novas verdades, ideias e formas de pensar pois isso vai proporcionar-lhe aumentar significativamente as suas oportunidades de negócio, conseguir uma melhor estratégia de estudo ou encontrar diversas soluções para os seus problemas. 

A reter: É essencial que pense por si mesmo e aprenda a tomar posição. Nós desejamos contribuir para não "fabricar cidadãos bem pensantes", mas estimular o desenvolvimento de livres pensadores.    



3. DESENVOLVER A CAPACIDADE CRÍTICA


Quando se estuda filosofia, independentemente do tema ou assunto, as suas capacidades críticas de raciocínio vão sendo treinadas sem que você sequer dê por isso! Vejamos: Imagine que é dada a mesma questão filosófica a todos os alunos de uma turma. Os alunos terão que trabalhar essa questão com o objectivo de encontrarem uma resposta que responda ao problema inicial. Provavelmente um bom aluno que pense com rigor e seriedade no assunto, não se contentará com uma perspectiva mais comum ou vulgar que os restantes colegas. Ele irá realizar uma análise muito mais detalhada ao longo de todo o seu raciocínio, em busca de uma resposta que satisfaça a questão dada. 

Isto acontece porque, ao analisar cada vez mais questões filosóficas ou enigmas lógicos, o nosso cérebro vai progressivamente aumentando a sua capacidade crítica. Ou seja, ao longo de algum tempo cada indivíduo será bem capaz de encontrar verdades e respostas mais eficazes aos problemas ao invés de se contentar apenas com uma simples solução. 

A reter: Se quiser atingir estes resultados mentalize-se para exigir mais de si e tente focalizar mais atenção à questão/problema. 


4. A FILOSOFIA É ÚTIL EM TODOS OS EMPREGOS

Como todos sabemos, a constante prática de exercício físico é indispensável para ter uma boa saúde. Por exemplo, melhora significativamente as nossas capacidades respiratórias, motoras e muitos outros pontos essenciais para a saúde do corpo humano. Tal como na prática de exercício físico, a Filosofia também se torna numa ferramenta essencial a qualquer trabalhador que queira desenvolver as suas capacidades ealcançar o sucesso na sua área profissional.

Ao estudar e dominar esta área do conhecimento você pode se tornar num melhor orador para grandes públicos que possam, eventualmente, lançar-lhe questões que não tinha nos seus planos. Este exemplo é perfeitamente aceitável, assim como tantos outros. 

A reter: A Filosofia é importante e muito útil em qualquer profissão.


5. A FILOSOFIA DESENVOLVE  O RACIOCÍNIO LÓGICO

Com a ajuda da Filosofia (nomeadamente da Lógica) aprendemos a argumentar correctamente, de forma a podermos expressar e justificar as nossas opiniões, bem como provocar a livre adesão dos nossos interlocutores.  Através do desenvolvimento de um raciocínio lógico é possível a organização coerente dos pensamentos e a avaliar a validade dos argumentos que nos são apresentados, contribuindo assim paradesenvolver a autonomia do espírito crítico.

Vivemos em sociedade, precisamos de comunicar, expor as nossas ideias e defender os nossos pontos de vista.  Se o fizermos com rigor e clareza, tudo se torna mais fácil e conseguimos fazer com que as nossas ideias sejam melhor compreendidas e aceites intelectualmente pelos nossos interlocutores. 

SACERDOTES JUDEUS ENSAIAM COMO SERÁ O CULTO NO TERCEIRO TEMPLO




Uma cerimônia especial foi realizada em Jerusalém recentemente. Foi no início do mês bíblico de Adar (março). Nos dias em que o Templo funcionava em Jerusalém, esse período era especial. Para marcar a data, uma reconstituição do serviço do Templo, foi exibida publicamente pelo Instituto do Templo.
No primeiro dia do novo mês, sacrifícios especiais eram trazidos para o Templo: dois bois, um carneiro, sete cordeiros, libações de vinho, farinha e óleo (segundo Números 28: 11-15). Trata-se do mesmo tipo de sacrifícios oferecidos na Páscoa e na Festa de Pentecostes [Shavuot]. Toques especiais de trombeta marcavam a celebração.
Em pleno 2016, embora não haja um terceiro templo erguido ainda, os responsáveis pelo Instituto do Templo, em conjunto com o Sinédrio e outras organizações, realizaram uma reconstituição do culto. A cerimônia tinha como objetivo ser educacional para os espectadores e um “ensaio” para os sacerdotes que já estão treinados.
Seu mestre é Nezer HaKodesh, que comanda a Academia de Cohanim. Todos usavam roupas feitasconforme as especificações bíblicas, e deram a bênção sacerdotal. Levitas tocavam instrumentos adequados para o serviço no templo e eram acompanhados por um coro.
Levitas tocam trombetas
Levitas tocam trombetas
Embora nenhum animal tenha sido morto agora, foram exibidos os órgãos e as gorduras especiais aos presentes. Também ocorreu uma demonstração de como o sangue é aspergido sobre o altar. Uma oferta de mincha de sêmola foi queimada sobre um altar que reproduz perfeitamente o modelo de bíblico.
Sacerdote oferece ofertas no altar.
Sacerdote oferece ofertas no altar.
Além da demonstração de como funcionam os sacrifícios, três membros do Sinédrio aceitaram o depoimento de duas testemunhas para cumprir-se o mandamento da Torá e declarar o início do novo mês.
O rabino Yisrael Ariel, fundador e líder do Instituto do Templo, deu uma palestra sobre o Machatzit HaShekel (Êxodo 30: 11-16), mandamento bíblico segundo o qual os homens judeus precisam entregar meio siclo de prata cada um no Templo neste mês.
Essa verdadeira aula de Antigo Testamento visa mais que lembrar um costume. Mostra o quanto ospreparativos para o novo Templo são reais. Ao exibir tudo em público, ele também ajuda a acostumar os moradores de Jerusalém com a ideia de uma nova classe sacerdotal.
Fonte: GP

A TENSÕES DA DEMOCRACIA


Palestra com o filosofo Luis Felipe Pondé sobre os pros e contras da democracia

FÉ E RELIGIÃO - UMA COMPREENSÃO DA VIDA


O filosofo Luis Felipe Pondé vai reunir em um café da manhã alguns representantes religiosos e um ateu para conversar sobre as peculiaridades da sua fé e tolerância religiosa.

O PROBLEMA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL




É dito a tempos que “a ocasião faz o ladrão”, e é inegável a verossimilhança do ditado, mas seria, no caso brasileiro, só a ocasião de ser uma pessoa política, a razão real da corrupção? Para responder a essa pergunta, iremos primeiramente definir: O que é corrupção?
Corrupção (do latim: Corruptus – “despedaçado”, ou em uma segunda acepção, “pútrido”) é o ato de se corromper, ou seja, obter vantagem indevida, seja por ação ou omissão, observando-se a satisfação de benefício próprio, a despeito do bem comum. Ao contrário do saber popular, a corrupção não é só política, e nem sempre envolve dinheiro. Existem três formas de se corromper: pelo abuso, pela omissão ou pelo desvio.

O abuso, que é tido como normal pela sociedade brasileira hierarquizada pode ser representado pela frase: “Você sabe com quem está falando?”. Trata-se de um traço autoritário da sociedade brasileira. Ela funciona para demarcar diferenças e posições hierárquicas. O seu uso pode ser traduzido como "me respeite, pois não sou do seu nível", ou, melhor ainda, "nós não somos iguais". A partir da famosa frase de Maquiavel: “Favori agli amici, nemici della legge” (Aos amigos favores, aos inimigos a lei), representa bem esse abuso, de um poder que deveria servir para a manutenção do bem comum, e é usado, na verdade, como pressuposto de superioridade daquele que o detém.

A omissão é, talvez, a forma de corrupção mais vista na nossa sociedade. Omitir-se é deixar de fazer ou dizer algo que deveria, deixando certo problema prosseguir ininterrupto. Todo brasileiro se omite. Deixamos de denunciar tudo o que vemos de errado, deixamos de ajudar aqueles que necessitam da nossa ajuda, deixamos de devolver aquilo que sabemos que não é nosso, e entre outras omissões comuns. Não só não denunciam, mas até votam naqueles que se corrompem “escrachadamente”.

O desvio é relacionado ao abuso em partes. É quando devida função ou recurso, seja ele público ou privado, é desviado por aqueles que o administram para se beneficiarem. É como o administrador que desvia o patrimônio daquilo que administra para si, ou o político que dá cargos de confiança para parentes. É o uso de patrimônio alheio do qual administra para si.

Podemos relacionar as três modalidades de ação aos costumes tupiniquins modernos, que desobedecem todos os seus deveres a favor de beneficiar-se, mas requer seus direitos baseando-se no nosso ordenamento jurídico. É como uma relação de dualidade entre o Legal e o Ilegal, do jovem delinquente que reclama dos abusos da polícia, ou do terrorista que anseia pelos direitos humanos. Mais uma vez, a lei é usada em benefício próprio, apenas, pelos “macunaímas” e “Leonardos” (Do romance Memórias de um Sargento de Milícias).

Provavelmente ninguém parou pra pensar o quanto afeta na sociedade essa mentalidade anômica, dessa carência de preceitos morais e éticos, sempre em busca da vantagem própria. É a “Lei de Gérson” aplicada, talvez uma frase infeliz do ex-jogador paa o momento, mas que reflete em totalidade como funciona a política no Brasil, até porque fazer política não é exclusividade parlamentar, mas um dever de todo cidadão, segundo disposto no parágrafo único do Artigo da Constituição Federal: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Aqueles que nos representam no Planalto, no Congresso, nos Ministérios, no Congresso, vieram de nós, por nós e para nós, e nos representam não apenas como as pessoas políticas que governam, mas como membros do POVO BRASILEIRO, como os nossos, aos quais confiamos os nossos direitos, nossas garantias e nosso patrimônio, ou seja, se eles são corruptos, são frutos da nossa sociedade, corrupta e "malandra".

 Felipe Pires Morandini

A CORRUPÇÃO DA FÉ - UMA BREVE ANÁLISE



 Introdução
 
Texto Bíblico – Miquéias 3.5-12

Corrupção é um assunto permanente na cena brasileira. Não passa um só dia em que não surja notícia ou denúncia de corrupção em alguma parte do país. Aliás, agora até no exterior o assunto surgiu envolvendo o país, no caso da corrupção na FIFA que resultou na prisão de pelo menos um brasileiro. Esse câncer moral atinge todas as áreas da sociedade, inclusive a vida religiosa. Trata-se da corrupção da fé, também disseminada em nosso país, como se pode ver no noticiário dos jornais que volta e meia apontam para as práticas desonestas e imorais de segmentos do cristianismo brasileiro.
A prática da corrupção é coisa antiga, existente desde quando surgiram os primeiros regimes políticos, há alguns milhares de anos. A corrupção da fé também é antiga. Já no oitavo século antes de Cristo, o profeta Miquéias fez uma veemente denúncia dessa prática no reino de Judá. Aliás, praticamente todos os profetas bíblicos abordaram o problema. E é interessante notar que os padrões de ocorrência da corrupção da fé em sua época se repetem em nossos dias, em nosso país. No texto acima citado encontramos cinco desses padrões, que descrevemos a seguir. E à medida que forem descritos você poderá identificá-los na nossa experiência atual.
  1. A corrupção da fé floresce em um tempo de desigualdades e injustiças sociais
O profeta Miquéias era um homem do campo, natural da cidade de Moresete-Gate, que ficava a uns quarenta quilômetros a sudoeste de Jerusalém, e tinha esse nome por estar perto de Gate, cidade filistéia. Naquela época, judeus ricos e poderosos estavam aos poucos se apossando das propriedades dos camponeses pobres e endividados, comprando-as por preço vil e anexando-as a outras terras já adquiridas. Com isso formavam grandes fazendas, onde exploravam a mão de obra dos próprios camponeses que lhes haviam vendido suas pequenas glebas. Diz Miquéias: “Ai daqueles que maquinam maldade e planejam o mal deitados na cama! Quando raia o dia, o executam, pois têm poder para isso. Eles cobiçam campos e tomam posse deles; cobiçam casas e as tomam; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.” (Mq.2.1,2).
Como resultado do esmagamento do povo humilde da zona rural, sua alternativa era migrar para a periferia de Jerusalém e de Samaria, onde tinha que trabalhar duramente em subempregos para tentar sobreviver. O principal trabalho era a construção das casas e palácios dos ricos e poderosos. Por isso Miquéias denuncia: “Ouvi agora isto, chefes da casa de Jacó, e vós, governantes da casa de Israel, que odiais a justiça e perverteis tudo que é justo, edificando Sião com sangue e Jerusalém com o mal.” (3.9,10). Por causa da miséria e da falta de perspectiva, esses pobres da periferia se tornavam presa fácil de falsos profetas que, em troca de suas últimas posses, lhes faziam promessas mirabolantes de sucesso e vitórias. Quando não havia mais nada a tomar dos pobres, os falsos profetas se tornavam seus algozes, como diz Miquéias: “Assim diz o Senhor a respeito dos profetas que induzem meu povo a erro e clamam: Paz, enquanto têm o que comer; mas proclamam guerra contra aqueles que não lhes dão o que comer.” (3.5).
O crescimento vertiginoso em nosso país das “igrejas” que tomam dinheiro dos pobres, explorando sua fé e enchendo os bolsos dos seus líderes e donos, é a exata repetição daquilo que acontecia no tempo de Miquéias. As bênçãos que a gente humilde busca para sua vida são prometidas em troca da sua contribuição financeira, que muitas vezes representa tudo que a pessoa tem. Quando cessa a contribuição, cessam também as profecias de prosperidade. Quando as falsas esperanças projetadas não se cumprem, os fiéis se desiludem e perdem a capacidade de crer.
  1. A corrupção da fé se prevalece de um falso avivamento espiritual
O profeta expõe cruamente a corrupção que grassava no país: “Os seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas advinham por dinheiro; e ainda se apoiam no Senhor, dizendo: O Senhor está no nosso meio, por isso nenhum mal nos sobrevirá.” (3.11).
Os capítulos 29 a 32 do livro de 2Crônicas descrevem a reforma religiosa promovida pelo rei Ezequias nessa época: o templo foi purificado, o culto a Deus foi restabelecido, a Páscoa voltou a ser celebrada e milhares de animais foram sacrificados como oferta ao Senhor. O cronista chega a dizer que “desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, não havia acontecido algo semelhante em Jerusalém.” (2Cr.30.26). A euforia tomou conta do povo.
Junte-se a isso, o fato de que os impérios egípcio e assírio entraram em decadência e deixaram de ameaçar o território judeu com suas incursões ao sul e ao norte, respectivamente. Isto trouxe um período de paz e prosperidade ao reino de Judá. Todavia, a estabilidade política e financeira levava os ricos a ficarem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Por isso, os juízes, governantes, sacerdotes e profetas corruptos diziam: “Estamos em meio a um grande avivamento. Deus está conosco e está nos abençoando grandemente.”
Entretanto a reforma de Ezequias não transformou o povo, pelo contrário, produziu meramente formalismo religioso, porque apenas restaurou o culto levítico, sem conseguir que os judeus praticassem a Lei do Senhor. Ora, sabemos que ativismo religioso, reuniões grandiosas e ofertas generosas não constituem avivamento.
A publicação de dados estatísticos otimistas sobre o crescimento dos evangélicos no Brasil levou muitos líderes evangélicos a falarem em avivamento. A própria imprensa secular fala em avivamento. Mas não há confissão de pecados, não há arrependimento, não há conversão, não há transformação social. A falácia a respeito desse “avivamento” está mascarando a corrupção da fé que se faz abertamente nesses verdadeiros covis de salteadores em que se transformaram certas igrejas “evangélicas”. Como no tempo de Miquéias, os modernos falsos profetas produzem mensagens de prosperidade apoiados num crescimento nominal dos “evangélicos”, o qual não tem nenhum valor moral nem espiritual. A população evangélica cresce exponencialmente, mas o país não muda.
  1. A corrupção da fé produz um ensino venal e acobertador do pecado
Miquéias disse que os sacerdotes ensinavam por interesse e os profetas adivinhavam por dinheiro (3.11). Proclamavam paz enquanto tinham o que comer (3.5). O critério que regia o ensino e a pregação deles era o poder econômico. A pergunta era “Quem paga mais?” e não “O que diz o Senhor?”. A pregação e o ensino eram uma prestação de serviços a quem podia pagar por eles. Assim, eram acobertados os vícios, as injustiças, a desonestidade, a imoralidade, etc., em troca de altas compensações financeiras. O ensino e a pregação eram um serviço sob encomenda.
Os abusos contra os pobres e as injustiças sociais eram justificados por uma teologia torta e uma ética capenga, as quais ensinavam que as desigualdades sociais eram perfeitamente aceitáveis em vista da prosperidade da nação. Miquéias diz que eles se apoiavam em Deus para justificar-se. Diziam: “O Senhor está no nosso meio, por isso nenhum mal nos sobrevirá.” (v.11). Como quem diz: “Se estivéssemos fazendo coisa errada, Deus não estaria nos abençoando.”
Entretanto, a respeito de si mesmo, dizia Miquéias: “Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Senhor, assim como de justiça e de coragem, para declarar a Jacó a sua transgressão, e a Israel o seu pecado.” (3.8). Miquéias era um solitário: a corrupção dos sacerdotes e profetas estava tão disseminada, que o verdadeiro profeta tornar-se o exército de um homem só lutando contra o mal. O profeta, verdadeiro homem de Deus, não era conivente com o pecado do seu povo, pelo contrário, condenava-o com veemência, como se vê em toda a sua profecia.
Assim como no tempo de Miquéias, uma grande parte dos líderes de igrejas em nosso país pregam um evangelho de conveniência, comodista, a fim de atrair o máximo possível de frequentadores. É um evangelho em que tem valor o carisma e não o caráter, isto é, em que se  valoriza “profecias”, “visões”, “dons espirituais”, “louvor”, “adoração”, etc., e não há nenhuma contrapartida ética, não é preciso viver o que se prega e se canta. É o evangelho da graça barata: sem cruz, sem renúncia, sem arrependimento e confissão de pecados, sem conversão verdadeira, sem amor ao próximo e sem justiça social.
  1. A corrupção da fé leva à esterilidade espiritual
Essa é uma das suas mais trágicas consequências. O profeta adverte os líderes corruptos: “Portanto, virá noite sobre vós sem visão; e haverá trevas para vós sem adivinhação. Assim o sol se porá sobre os profetas, e o dia escurecerá sobre eles. Os videntes se envergonharão, e os adivinhadores se confundirão; todos eles cobrirão os lábios, porque não haverá resposta de Deus.” (3.6,7). Na verdade isso já estava acontecendo mesmo no tempo de Miquéias, o que transparece na ironia de chamar os falsos profetas de “adivinhadores”. Em vez de ser a verdadeira mensagem do Senhor, sua pregação se transformou em mera “adivinhação”, prática proibida pela Lei de Moisés.
Cem anos mais tarde, o profeta Jeremias nos mostra que permanecia a “noite sem visão”: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que vos profetizam, enchendo-vos de ilusões; falam da visão do próprio coração, não da boca do Senhor. Estou contra os que profetizam sonhos falsos, diz o Senhor, e os contam, e desviam o meu povo com suas mentiras e com a sua irresponsabilidade. Eu, porém, não os enviei, nem lhes dei ordem; eles não trazem proveito algum a este povo, diz o Senhor.” (Jr.23.16 e 32).
O Senhor não falava, não se manifestava, por um lado, porque não tinha porta-vozes confiáveis, e por outro lado, porque a esses falsos mensageiros não convinha pregar a verdadeira mensagem de Deus, pois esta condenaria francamente seu comportamento abominável, bem como o de seus companheiros de corrupção.
Diariamente, nos dias atuais, falsos profetas abrem a Bíblia, leem a Bíblia, mas não pregam a Bíblia. O texto bíblico é um mero pretexto para ensinar heresia, superstição, sugestões de auto-ajuda e pensamento positivo, para manipular o povo, para legitimar o autoritarismo ditatorial, para disseminar preconceitos, para justificar uma cultura de guerra espiritual, para estimular individualismo e egocentrismo, etc. Mais do que analfabetismo bíblico, o que se vê é o uso criminoso da Bíblia para corroborar doutrinas e práticas que nunca estiveram na Bíblia. O resultado é que o povo que os ouve se torna biblicamente analfabeto e espiritualmente supersticioso, e essa ignorância os torna facilmente manipuláveis e os coloca sob o domínio férreo desses líderes corruptores da fé. O povo se torna espiritualmente estéril.
  1. A corrupção da fé leva à destruição do povo de Deus
Segundo Miquéias, o futuro desse povo, desse sistema religioso e seus locais de culto, seria a destruição: “Portanto, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará um montão de ruínas, e o monte dessa casa, como uma elevação coberta de mato.” (3.12). A ferocidade dos guerreiros conquistadores que vinham do norte era conhecida. Eles não se contentavam com somente derrotar e escravizar a população, mas adotavam uma política de terra arrasada. Por isso a figura usada pelo profeta: as cidades eram destruídas de maneira a parecerem um campo que havia sido nivelado pelo arado.
Sabemos que isso aconteceu cem anos mais tarde, quando o Senhor “enviou o rei dos babilônios contra eles, o qual (….) não teve piedade nem dos jovens, nem das moças, nem dos velhos, nem dos mais avançados em idade. Também queimaram o templo de Deus, derrubaram os muros de Jerusalém, incendiaram todos os seus palácios e destruíram todos os seus objetos preciosos. Quem escapou da espada, ele levou para a Babilônia; e se tornaram servos dele e de seus filhos, até o tempo do reino da Pérsia.” (2Cr.36.17,19,20). Triste destino de um povo que foi corrompido e se deixou corromper naquilo que tinha de mais sagrado, que era a fé em Yahweh.
Paulo Romeiro, fundador e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, escreveu o livro Decepcionados Com a Graça, como resultado da sua tese de doutorado na Universidade Metodista de São Paulo. O livro fala das conclusões de uma extensa pesquisa com pessoas que deixaram de frequentar uma determinada igreja neopentecostal, adepta inconteste da Teologia da Prosperidade. A principal conclusão de Romeiro é que a fé dessas pessoas foi destruída pela frustração provocada nelas por causa do não cumprimento das promessas de prosperidade e vitória. Com o fato agravante de muitas vezes essa frustração veio acompanhada da perda do pouco que elas tinham, porque o deram à igreja e seu dono.
Outro livro que trata do assunto é Feridos em Nome de Deus, escrito pela jornalista Marília de Camargo César, resultado de pesquisa feita com pessoas adoecidas psicologicamente e espiritualmente após terem sido oprimidas por pastores manipuladores e déspotas.
Entretanto, a corrupção da fé em nossos dias tem provocado não somente a destruição de pessoas, mas também a destruição da reputação do cristianismo, se não a reputação do próprio Deus. Hoje em dia existe um certo constrangimento em usar o título de evangélico, em vista do descrédito desse nome, provocado por líderes corruptos e cínicos, e igrejas que nada têm de evangélicas.

Conclusão

Cem anos depois da atuação de Miquéias em Jerusalém, outro profeta proclamou a mesma palavra, na mesma cidade, apontando e condenando a mesma corrupção da fé, que havia continuado e até aumentado durante esse século. Porém, os ouvintes desse profeta – Jeremias – não foram tão tolerantes como os ouvintes de Miquéias. Incomodados pela sua contundência, os sacerdotes e profetas corruptos pediram a condenação de Jeremias à morte, mas as autoridades de Judá não os atenderam, porque respeitavam Jeremias como um autêntico mensageiro do Senhor. O detalhe interessante desse episódio é que alguns anciãos defenderam Jeremias usando como argumento a atuação de Miquéias um século antes, dizendo que o rei Ezequias ouviu a mensagem deste último, temeu o Senhor e implorou o seu favor, e por essa razão o Senhor adiou o castigo profetizado por ele.
Essa é a única citação da palavra de um profeta em outro livro profético da Bíblia, o que mostra a importância do profeta Miquéias, mas principalmente mostra a importância de sua mensagem contra a corrupção da fé. Ainda hoje o Senhor nos adverte por meio de sua Palavra contra o perigo de corromper a fé. Que ele mesmo nos dê poder e graça para preservar a pureza da fé bíblica!

O PAPEL DO CRISTÃO NA SOCIEDADE ATUAL




Qual é a função do cristão no contexto social em que esta inserido?   
Vivemos em uma sociedade transtornada pelas injustiças, onde os jovens da periferia têm grandes possibilidades de se tornar marginal, pois o seu ambiente favorece tal comportamento. O que mais me intriga é o grande fato, de que, a diversão é o calvário destas vidas, ou seja, são nos momentos de descontração, ou um pouco após eles, que os jovens cometem os seus maiores delitos. Movidos pelas influências, principalmente das drogas, se transformam em personagens diferentes de si mesmos.
Já ha muito tempo ouço um certo argumento, este argumento constata que as drogas e o álcool servem como um elemento de "fuga da realidade", mas observando estas vidas um pouco mais de perto, vejo que a função do álcool e das drogas são justamente o contrário, elas, na realidade, funcionam como uma ferramenta que inseri o individuo na realidade cotidiana.
Comprovadamente a periferia é um lugar de violência exacerbada, sabemos que o mal faz parte do caráter do ser humano, mas sabemos também que este mal nativo do ser, não tem poder, por si só, de criar as monstruosidades que fazem parte do cotidiano, pois sua força é limitada. O homem natural, em seu estado normal, não é capaz, por si só, de criar situações de grandes atrocidades, sabemos que somos capazes de até cometer um crime grave num momento de desequilíbrio causado por diversas circunstâncias, mas em pleno estado de equilíbrio, não somos capazes de tal crime.
Portanto o álcool e as drogas têm um papel fundamental na formação deste cotidiano e essas misturas acabam ganhando um poder destrutivo muito grande, levando as pessoas a cometer as mais horríveis atrocidades possíveis. Assim sendo as drogas e o álcool não livra o ser humano da realidade, mais sim, somado a outros fatores, modela o nosso dia a dia.
Estamos em meio de criar um futuro com péssimas qualidades de sobrevivência, hoje existe muito barulho social em prol das causas do liberalismo, mas receio que os únicos a lucrarem com esse formalismo liberal é o governo, pois terá um novo leitão gordo para saborear aos mais elevados impostos, sim, pois, assim como no cigarro os tributos destas drogas serão altíssimo, caso venha ter a sua liberação sacramentada.
Caminhamos a passos largos para um futuro negro. Observo que a mudança deste quadro esta atrelada a uma ética moral. Somente através de um novo comportamento é que poderemos amenizar esta força futura, e é aqui, neste ponto, que reafirmo com toda convicção, somente o cristianismo é capaz de mudar este quadro sombrio.
Desta necessidade surgi uma grande responsabilidade do cristão com a sociedade, levar a ética de Cristo às periferias tão carentes. Uma função que ficou muito mais complicada tendo em vista a grande queda na credibilidade social causada nos últimos tempos por verdadeiros charlatões que tem feito parte do cristianismo moderno.
Mas tenho tido bons olhos para o atual momento da Igreja, ainda acredito que o bom comportamento de alguns remanescentes possa desencadear uma onda de comportamento ético, tão necessário nestes tempos atuais.
Assim nascerá uma esperança social nas periferias das nossas cidade

OS PERIGOS DAS REDES SOCIAIS PARA O CRISTÃO



Um estudo recentemente publicado confirma o perigo de que muita gente já desconfiava, mas ao qual faltava fundamentação: o uso inadequado das redes sociais acompanha o declínio estatístico na frequência às igrejas. O cientista Allen Downey, da Olin College de Engenharia da Computação, em Massachussets (EUA), encontrou fortes indícios de que a queda na filiação religiosa tem ligações com o aumento do uso da internet e, particularmente, de ferramentas como Facebook e Twitter, que não só tomam tempo excessivo das pessoas como as expõem a uma série de informações, conceitos e comportamentos prejudiciais à fé cristã. "O aumento do uso da rede mundial nas últimas duas décadas causou grande impacto na filiação religiosa", defende o pesquisador. Ele traçou paralelos entre a importância crescente das redes sociais no cotidiano das pessoas e a sua expressão de fé – e a correlação entre uma e outra ficou clara – em alguns cruzamentos de dados, o absenteísmo à igreja, entre usuários cristãos ativos de redes sociais, beira os trinta por cento. "É fácil imaginar que uma pessoa que foi educada em uma determinada religião possa se afastar dela, mas a proporção atual foge das tendências ao longo da história", conclui Downey.
Isso é apenas uma ponta do iceberg. Desde que as redes sociais entraram no ar para valer – a maior delas, o Facebook, acaba de completar dez anos e já contabiliza 1,2 bilhão de usuários –, seu uso, para todos os fins, só faz crescer. Pesquisa da Intel mostrou que os brasileiros são os que mais discutem religião na internet móvel e nas redes sociais. Tamanha multiplicidade de possibilidades tem tornado possíveis mudanças em diferentes aspectos relacionados à vida humana – inclusive, claro, a fé e a espiritualidade. "Já se pode falar em uma 'religiosidade cibernética', formato para expressão da fé surgida com o avanço da internet e das novas tecnologias", aponta a jornalista e doutora em Comunicação Social Magali do Nascimento Cunha, membro da Igreja Metodista e professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo. Para ela, no ambiente virtual, isso significa uma nova dimensão no controle do sagrado e da doutrina, prerrogativa secularmente consolidada nas mãos da instituição religiosa e do líder espiritual. "Basta ter uma conta sem custo nas mais populares redes sociais digitais, como Facebook ou Twitter, e o espaço está garantido para a livre manifestação".
Nessa FaceChurch sem templo e sem púlpito, prossegue Magali, as tradições teológicas passaram a ser relativizadas, bem como a autoridade dos líderes clássicos. "Questionamentos são feitos a todo tempo, doutrinas e posturas teológicas contrários às perspectivas denominacionais são pregadas". Já é possível encontrar, por exemplo, comunidades virtuais como a Igreja Evangélica Virtual Deus Todo-poderoso, que oferece serviços como pedido de oração e aconselhamento. Entre os católicos, qualquer fiel já pode realizar o sacramento da confissão ou acender velas virtuais nas páginas do Face, e que procura algo mais moderninho – para dizer o mínimo – pode acessar a página do grupo Cristãos Libertos, cujo objetivo, dizem os mantenedores, é "demonstrar que o sexo antes e fora do casamento não é pecado". Nos comentários, é possível encontrar coisas de todo tipo, desde acusações de perversão sexual até elogios à postura "ousada e libertadora" do grupo. CRISTIANISMO HOJE tentou contato com os responsáveis pelo Cristãos Libertos, mas não obteve resposta. Já o responsável pela página da Igreja Evangélica Virtual, Dagoberto Prata, diz que realiza o trabalho sem nenhum interesse pessoal e que age sozinho, sem vínculo com igreja ou religião.
É claro que grande parte das pessoas que interage espiritualmente através das redes sociais tem a melhor das intenções e deseja, apenas, aprender mais sobre o Cristianismo e compartilhar a fé, discutir temas ligados à espiritualidade e manter contato com irmãos de perto e de longe. A pesquisa da Intel revelou que 39% dos entrevistados afirmaram ter o hábito de tratar do tema religião em celulares e tablets. Outro fator revelado pelo estudo é o grande número de brasileiros que admitem manter, no ambiente virtual, uma personalidade diferente daquela da vida real – cerca de 33 por cento. E outros 23% admitem postar informações falsas nas redes sociais de que participam. "A falta de ética e respeito pelos valores cristãos torna as redes sociais um caminho perigoso que pode levar até ao afastamento da fé e à apostasia", adverte o pastor e escritor João Chinelatto, de Brasília, que faz de sua página no Face e do Twitter, no qual diz ter 75 mil seguidores, uma extensão de seu ministério. "Existem obreiros fraudulentos, que usam essa ferramenta para enganar e se aproveitar da boa fé de muitos evangélicos."
BOATOS E HERESIAS
Segundo a Socialbakers, uma das maiores empresas de análise de público e tecnologia digital do mundo, o país é o vice-líder em acessos no Facebook, reunindo quase 80 milhões de usuários registrados na bilionária rede social. Líderes evangélicos já descobriram que as redes sociais são uma extensão praticamente ilimitada de seus púlpitos. Hoje, pastores já contabilizam milhões de seguidores no Twitter e têm suas páginas no Face acessadas por multidões que jamais caberiam numa igreja. O pastor e conferencista Cláudio Duarte, conhecido por suas mensagens bem humoradas sobre vida cristã e sexualidade, tem quase 1,7 milhão de fãs. Os polêmicos bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, e pastor Silas Malafaia, da igreja Vitória em Cristo, também arrastam multidões no Face e no Twitter. No microblog, tem aumentado exponencialmente as discussões sobre religião. A R18, empresa de monitoramento e análise de dados sediada em São Paulo, aferiu o pertencimento religioso de quem faz postagens desse tipo: 41% são veiculadas por católicos e 28,7%, por evangélicos, o que representa um aumento percentual ainda maior do segundo grupo.
"Não há nenhum outro grupo no Brasil com mais poder de mobilização na rede social do que os evangélicos", destaca o blogueiro Danilo Fernandes, editor do site Genizah, especializado em apologética e informação para o público cristão. "Há um enorme poder multiplicador, e as notícias, entre nós, se propagam rapidamente". De acordo com Danilo, isso acontece porque o crente, em geral, dá muita credibilidade ao que outros evangélicos dizem. Assim, uma notícia, novidade ou simples boato pode ganhar força de verdade. Foi assim, por exemplo, quando correu no Facebook a notícia de que o presidente americano, Barack Obama, teria anunciado que apenas as pessoas que tivessem implantado um microchip sob a pele teriam acesso a serviços de saúde no país. Alardeado pelos crentes como a marca da besta, prevista no Apocalipse, o boato mobilizou as páginas dos evangélicos até sucumbir por falta de comprovação. Muita gente também postou retumbantes "glórias a Deus" ante a informação de que 16 pessoas mortas nas enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro, há três anos, haviam ressuscitado graças às orações das igrejas locais. Infelizmente, nem elas e nem nenhuma outra das quase mil vítimas fatais voltaram à vida.
Para Danilo Fernandes, um dos maiores perigos dessa busca religiosa pelas redes sociais é justamente a falta de controle e a disseminação de heresias. "Isso está em todo lugar. Até gente com perfis fake atraem seguidores", aponta. Conhecido por sua mensagem radical, o blogueiro Julio Severo é um desses livre-pensadores que expõem, na grande rede, as mais diversas ideias. Ninguém conhece seu verdadeiro nome, como se sustenta e como vive sua fé. A pregação furiosa contra o homossexualismo já lhe rendeu diversos problemas – em entrevista a CRISTIANISMO HOJE, há cerca de cinco anos, ele se disse perseguido pelo governo brasileiro e ameaçado de morte – e sua homepage reúne os próprios textos, além de colaborações e citações de outros autores. "Ele é o cara que ninguém sabe, ninguém viu, mas faz um barulho danado", brinca Danilo. Mesmo assim, tem muilhares de seguidores – gente que não só reproduz o que posta, criando verdadeiros virais, como defende com unhas e dentes.
"A grande questão a ser considerada é a motivação com que o internauta utiliza a rede social", pondera o teólogo Ricardo Agreste, mestre em Missões Urbanas e pastor da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera, em Campinas (SP). "E este é o aspecto mais crítico e que precisa ser considerado com cuidado por todos que fazem uso dessas mídias". Ativo no Facebook, Agreste observa que, neste verdadeiro big brother cotidiano, a ânsia por ser notado e ouvido faz com que muitas pessoas se exponham demais. "O desejo de ser e fazer notícia e saber acerca da intimidade alheia move milhões de usuários das mais variadas faixas etárias, classes sociais e confissões religiosas. No Facebook, qualquer indivíduo pode deixar o anonimato, mostrando ao maior número de pessoas o que faz, o que come, como se sente, o que veste e, na minoria das vezes, o que pensa".
Daí para o exagero e o pecado é um pulo, como adverte Augustus Nicodemus Lopes, ministro presbiteriano e professor de Teologia: "As mesmas pessoas que postam declarações de fé e amor a Jesus também transmitem conteúdo com palavras chulas e palavrões do pior tipo – até mesmo, fotos eróticas", critica. Com mais de 3 mil amigos na sua rede social, mas acessado por muito mais gente que procura suas reflexões e artigos publicados, Nicodemus defende que essa vulgarização é reflexo da superficialidade do Cristianismo brasileiro. "A pureza e a santidade requeridas na Bíblia para os cristãos abrangem não somente seus atos como também seus pensamentos e suas palavras."
"MÁS REFERÊNCIAS"
O professor Rafael Shoji, com pós-doutorado em Ciências da Religião, aponta especialmente os grupos neopentecostais como os que mais rapidamente têm se adaptado às redes. Pesquisador do Centro de Estudo de Religiões Alternativas (Ceral), entidade ligada à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, ele frisa que o marketing tem migrado para a internet e existem várias técnicas de comunicação específicas desse meio, tanto do ponto de vista de produção da mensagem quanto do acompanhamento das reações, opiniões e dos sentimentos provocados. "Qualquer um que queira ter um impacto social hoje tem de atuar também no mundo digital", diz. O pastor Justin Vollmar é um dos religiosos que tiveram impacto na vida de muitos cristãos. Criador de uma página no Face intitulada Virtual Deaf Church ("Igreja virtual para surdos") e utilizando a linguagem de sinais, ele fazia pregações, divulgava material de cunho teológico e ganhou enorme visibilidade. Só que, recentemente, anunciou o fim de seu ministério com uma justificativa bombástica: tornou-se ateu. Em vídeo também divulgado pela rede, Vollmar admite que não crê mais em Deus e que está abandonando tudo. "Minha mente mudou completamente para o outro lado", diz. "No final, eu estou completamente convencido de que não há verdadeiramente nenhum Deus. É tudo bobagem".
"É preciso ter sinceridade de dizer que não temos boas referências produzidas pelos evangélicos. Então, buscamos verificar as tendências das grandes marcas e adesão do público, inclusive em âmbito internacional, para assim incluir a Igreja em projetos que busquem sua relevância no mundo, o que é mais importante", defende o diretor de Comunicação da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo, Thiago Crucitti. "É um erro ficar aderindo a todas as novidades que aparecem sem senso crítico". Um estudo publicado na revista Science confirma a tendência. Segundo os pesquisadores, um post que recebe aprovação dos leitores tem muito mais chance de receber as chamadas curtidas de outras pessoas, independentemente do conteúdo. Mas há quem use a maior rede social do planeta para ganhar almas no mundo virtual e trazê-las para a comunidade presencial. Uma das "manias" cristãs dos últimos tempos no Facebook é a campanha intitulada Lançai a Palavra. O desafio, lançado no início deste ano, tem feito milhares de internautas cristãos ligarem a webcam e pegar a Bíblia. "Em vez de ficar postando bobagens, os jovens estão compartilhando a Palavra de Deus", elogia o militar Phelippe da Silveira Knupp, crente batista de Campinas (SP). Entusiasmado com a proposta, Knupp faz pelo menos uma postagem por semana. Suas passagens favoritas são extraídas dos evangelhos. "As pessoas ficam impressionadas quando leio alguma coisa sobre o sermão do monte ou os milagres que ele realizava". A iniciativa tem dado tantos resultados que Knupp já recebeu, em sua igreja, a visita, em carne e osso, de amigos virtuais que fez através do Lançai a Palavra. "Dois deles já manifestaram o desejo de seguir a Cristo", comemora. (Colaborou Carlos Henrique Silva)