MENSAGEM DA CRUZ: ENTENDENDO OS PROPOSITOS DE DEUS - PR. PAULO BORGES JUNIOR


 

Uma palavra de edificação e bênção para sua vida!

REFUTANDO O ENSINO QUE DAVI E JONATAS TIVERAM UM CASO HOMOSSEXUAL

  
Ultimamente tenho lido textos escritos por algumas pessoas afirmando que Davi e Jônatas possuíram um caso homossexual. Os que defendem esse pensamento fundamentam sua crença nos seguintes textos bíblicos:

“Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai. Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.” (1 Samuel 18.1-3)

“Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Samuel 1.26)

Diante destes versos pergunto: Será que os episódios narrados em Samuel demonstram efetivamente que Jônatas e Davi tiveram um relacionamento homossexual? Será que a Bíblia justifica relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo?

Minha resposta é: Claro que não, senão vejamos:

1-) A Bíblia jamais irá contra a própria Bíblia. As Escrituras não apoiam, nem tampouco incentivam qualquer tipo de relacionamento homo-afetivo, antes pelo contrário, a Palavra de Deus refuta esse comportamento. (Levítico 18:22, Levítico 20:13,  Romanos 1:26-27, 1 Corintios 6.9-11 e 1 Timóteo 1.8-11)

2-) A Lei mosaica condenava o pecado da homossexualidade o que nos leva a entender que  caso Davi e Jônatas realmente tivessem tido uma relação homossexual, teriam sidos condenados pelo comportamento vivenciado. Como isso não aconteceu entendemos claramente que Davi e Jônatas não tiveram em relacionamento homossexual.

3-) A relação de Jônatas e Davi vai muito além de um relacionamento afetivo sexual. Na verdade, os textos bíblicos sobre suas vidas nos mostram que a relação entre o homem segundo o coração de Deus e o filho de Saul, fora uma relação de amizade. Além disso, a expressão  “ultrapassando o amor de mulheres”, não aponta para um amor homossexual, aliás, quem foi que disse que o amor entre iguais é maior que o amor de mulheres? Ora, vamos combinar uma coisa? Essa é uma interpretação equivocada e que tenta de alguma maneira, ainda que de forma inconsciente, incutir na cabeça de quem quer que seja, que o amor entre homossexuais é maior que entre os heterossexuais. 

Vale a pena ressaltar  que a palavra "ahavá" usada por Davi  significa muito mais que amor sexual. A palavra também é usada no sentido paternal (‘Isaque gostava de Esaú’, em Gn 25.28), no sentido de amizade ( ‘Saul afeiçoou-se a Davi’, em 1 Sm 16.21), no sentido de amor a Deus (‘Amarás o Senhor, teu Deus’, em Dt 6.5) e no sentido de amor ao próximo (‘Amarás o próximo como a ti mesmo’, em Lv 19.18). Ademais, ao contrário do que defendem alguns, as Escrituras nos mostram que Davi e Jônatas vivenciaram uma amizade genuína, pura e santa. Do ponto de vista da Bíblia a amizade entre dois homens além de viável é extremamente louvável. O livro de provérbios  por exemplo destaca que existem amizades tão fortes que podem até superar o amor de irmãos: “O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Provérbios 18.24).

4-) As Escrituras nos mostram que Davi teve várias esposas e concubinas, como Mical, Abigail, Ainoã, Maaca, Hagita, Abital, Eglá, e outras, isso sem falar no adultério cometido com a mulher de Urias (1 Sm 18.27, 25.42-43, 2 Sm 3.2-5,11.1-27), portanto, a Bíblia nos aponta pecados cometidos por Davi quanto a sua paixão por mulheres e não nos concede margem para pensarmos que ele tinha qualquer tipo de tendência homossexual.

Isto posto, concluo afirmando que por razões claramente mostradas pela Bíblia, Davi e Jônatas não tiveram uma relação homossexual, e que as afirmações contrárias a isso, apontam para um grande equívoco na interpretação das Escrituras.

Pense nisso!

Renato Vargens

O DISPENSACIONALISMO É BÍBLICO?


 Pergunta: "O que é o Dispensacionalismo? O Dispensacionalismo é Bíblico?"

Resposta:
O Dispensacionalismo é um sistema teológico que apresenta duas distinções básicas: (1) Uma interpretação consistentemente literal das Escrituras, em particular da profecia bíblica. (2) A distinção entre Israel e a Igreja no programa de Deus.

(1) Os Dispensacionalistas afirmam que seu princípio hermenêutico é o da interpretação literal. “Interpretação Literal” significa dar a cada palavra o significado que corriqueiramente teria no uso cotidiano. Símbolos e figuras de linguagem, neste método, são todos interpretados de forma simples e óbvia, e de forma alguma se opõem à interpretação literal. Mesmo os simbolismos e falas figurativas possuem em sua base significados literais.

Há pelo menos três razões para ser esta a melhor maneira de ver as Escrituras. Primeiro, filosoficamente, o propósito da linguagem parece exigir que nós a interpretemos literalmente. A linguagem foi dada por Deus para o propósito da capacidade de comunicação com o homem. A segunda razão é bíblica. Toda a profecia sobre Jesus Cristo no Velho Testamento foi literalmente cumprida. O nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus ocorreram todos exatamente e literalmente como preditos pelo Velho Testamento. Não há nenhum cumprimento não-literal destas profecias no Novo Testamento. Isto fortemente aponta para o método literal. Se a interpretação literal não for usada no estudo das Escrituras, não haverá um padrão objetivo pelo qual se possa compreender a Bíblia. Cada pessoa seria capaz de interpretar a Bíblia do jeito que quisesse. A interpretação bíblica se degeneraria em “o que essa passagem me diz...” ao invés de “a Bíblia diz...” Infelizmente, este já é um caso comum em muito do que chamam de interpretação bíblica nos dias de hoje.

(2) A Teologia Dispensacionalista acredita que há dois povos distintos de Deus: Israel e a Igreja. Os Dispensacionalistas acreditam que a salvação foi sempre pela fé (Em Deus no Velho Testamento; especificamente em Deus o Filho no Novo Testamento). Os Dispensacionalistas afirmam que a Igreja não substituiu Israel no programa de Deus e que as promessas do Velho Testamento a Israel não foram transferidas para a Igreja. Eles crêem que as promessas que Deus fez a Israel (por terra, muitos descendentes e bênçãos) no Velho Testamento serão cumpridas no período de 1000 anos de que fala Apocalipse 20. Eles crêem que da mesma forma que Deus concentra sua atenção na igreja nesta era, Ele novamente, no futuro, concentrará Sua atenção em Israel (Romanos 9-11).

Usando como base este sistema, os Dispensacionalistas entendem que a Bíblia seja organizada em sete dispensações: Inocência (Gênesis 1:1- 3-7), Consciência (Gênesis 3:8- 8:22), Governo Humano (Gênesis 9:1 – 11:32), Promessa (Gênesis 12:1 – Êxodo 19:25), Lei (Êxodo 20:1 – Atos 2:4), Graça (Atos 2:4 – Apocalipse 20:3) e o Reino Milenar (Apocalipse 20:4 – 20:6). Mais uma vez, estas dispensações não são caminhos para a salvação, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem. O Dispensacionalismo, como um sistema, resulta em uma interpretação pré-milenar da Segunda Vinda de Cristo, e geralmente uma interpretação pré-tribulacional do Arrebatamento.

TEOLOGIA REFORMADA É TEOLOGIA DO PACTO



Richard Pratt Jr.

A teologia reformada é frequentemente associada como "teologia do pacto." Se você ouvir atentamente, você vai ouvir muitas vezes pastores e professores que se descrevem como "reformado e pactual". Os termos "reformado" e "pactual" são utilizados em conjunto tão amplamente que cabe a nós entender por que eles estão conectados.

A teologia do pacto refere-se a uma das crenças básicas que os calvinistas têm mantido sobre a Bíblia. Todos os protestantes que se mantiveram fiéis à sua herança afirmam o Sola Scriptura , a crença de que a Bíblia é a nossa autoridade suprema e inquestionável. A teologia do pacto, no entanto, distingue a visão reformada da Escritura de outras perspectivas protestantes, enfatizando que os pactos divinos unificam os ensinamentos da Bíblia inteira.

Desenvolvida anteriormente no seio Reformado, a compreensão pactual da Escritura chegou a um ponto alto na Inglaterra do século XVII com a Confissão de Fé de Westminster (1646), a Declaração de Savoy (1658), de Londres, Confissão Batista de 1689, e cada uma representando diferentes grupos de ingleses - calvinistas. Com apenas pequenas variações entre estes documentos, eles dedicam um capítulo inteiro à administração das alianças de Deus com a humanidade revelando a unidade do todo que a Bíblia ensina.

Por exemplo, a Confissão de Fé de Westminster fala de Deus condescendendo para revelar-se à humanidade por meio de um pacto. Em seguida, ela divide toda a história da Bíblia em apenas dois pactos: o "pacto de obras" em Adão e o "pacto da graça" em Cristo. O pacto das obras foi arranjo de Deus com Adão e Eva antes da queda no pecado. O pacto da graça governa o resto da Bíblia. Neste ponto de vista, todas as fases do pacto de graça eram de mesma substância. Eles diferem apenas como Deus administrou Seu único pacto de graça em Cristo de várias maneiras ao longo da história bíblica.

Nessa mesma linha, uma série de teólogos reformados mais recentes têm afirmado a unidade pactual da Escritura, relacionando particulares alianças bíblicas para o que o Novo Testamento chama de "o reino de Deus". Jesus indicou a importância do reino de Deus nas palavras de abertura do Pai Nosso: "Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mateus 6: 9,10). As palavras de Jesus primeiro indicam que o principal objetivo da história é a glória e honra de Deus. No entanto, suas palavras indicam também que Deus receberá esta glória através da vinda de Seu reino à terra assim como no céu. O objetivo de Deus sempre foi de receber o louvor eterno de cada criatura, estabelecendo Seu glorioso reino na Terra. Pegando emprestado o louvor bem conhecido de Apocalipse 11:15, no fim da história "o reino do mundo [irá] tornar-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre."

Recentes descobertas arqueológicas mostraram como às alianças de Deus sem relacionavam com o Seu reino terrestre. Nos dias da Bíblia, muitos reis das nações ao redor de Israel administravam a expansão de seus reinos através de tratados internacionais. Os estudiosos da Bíblia notaram semelhanças notáveis entre esses tratados antigos e as alianças bíblicas com Adão, Noé, Abraão, Moisés, Davi, e Cristo. Essas similaridades indicam que a Escritura apresenta os pactos como a maneira de Deus administrar a expansão do Seu reino na terra.

Alianças bíblicas enfatizam o que era necessário em fases específicas do reino de Deus, promovendo os princípios de alianças anteriores. Com Adão, Deus começou a revelar sua própria realeza, o papel da humanidade, e o destino que Ele havia planejado para a terra (Gn. 1-3). Estes princípios foram avançando, em diante, Deus promete estabilidade na natureza para o serviço da humanidade no pacto com Noé (Gn. 6,9). Deus reforça seus pactos anteriores, prometendo que os descendentes de Abraão se tornariam um grande império e espalhariam as bênçãos de Deus para todas as outras nações (Gn 15, 17). Deus fez esses pactos para abençoar a Israel com a sua Lei nos dias de Moisés (Êx. 19-24). Cada aliança anterior foi levada a novas alturas quando Deus estabeleceu a dinastia de Davi e prometeu que um de seus filhos iria governar com justiça sobre Israel e sobre o mundo inteiro (Sl. 72;. 89; 132). Todos os pactos do Antigo Testamento foram então promovidos e cumpridos em Cristo (Jr. 31:31; 2 Co. 1: 19-20). Como o grande filho de Davi, sua vida, morte, ressurreição, ascensão e retornar eternamente garantiram a transformação de toda a terra em glorioso reino de Deus.

Muitos cristãos evangélicos hoje acham difícil acreditar que tudo na Escritura após Gênesis 3:15 diz respeito ao reino de Deus administrado através do desdobramento de um pacto de graça. A maioria dos evangélicos americanos visualiza a Escritura como dividida em períodos de tempo regidas por, substancialmente, diferentes princípios teológicos. Quando os cristãos seguem esta abordagem popular com as Escrituras, não demora para que eles se convençam de que o novo pacto de nossos dias está, na verdade, em desacordo com muitos aspectos do Velho Testamento.

Pelo menos três questões muitas vezes passam para o primeiro plano: obras e graça, fé corporativa e individual, e preocupações terrenas e espirituais. Em primeiro lugar, muitos evangélicos acreditam que a ênfase do Antigo Testamento em boas obras é incompatível com a salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Em segundo lugar, o relacionamento corporativo de Israel com Deus como comunidade parece ter sido substituído por um foco sobre as relações pessoais dos indivíduos com Deus. Em terceiro lugar, muitos evangélicos acreditam que o Antigo Testamento chama para estabelecimento de um reino terreno de Deus este em contraste com a ênfase do Novo Testamento sobre um reino espiritual em Cristo.

A teologia do pacto permitiu aos teólogos reformados a percepção de que o Novo Testamento é realmente muito semelhante ao Velho Testamento nessas três áreas. Primeiro, nessa visão a salvação pela graça mediante a fé em Cristo é a única forma de salvação em ambos os Testamentos. Toda a Bíblia chama para boas obras, porque a fé salvadora sempre produz frutos de obediência a Deus. Em segundo lugar, teologia da aliança nos ajuda a ver que ambos os Testamentos falam sobre relacionamentos individuais e corporativos com Deus. Todas as alianças de Deus lidam com pessoas em ambos níveis. Em terceiro lugar, a teologia do pacto mostra que o reino de Deus sempre foi terreno e espiritual. O Antigo e Novo Testamento se concentram em nossos serviços em ambos os reinos. Nesses e em outros aspectos, a teologia do pacto tem muito a oferecer a comunidade evangélica.

Ao mesmo tempo, há também uma necessidade crescente de que teologia do pacto seja fortemente reafirmada em círculos reformados contemporâneos. Nas últimas décadas, muitos defensores mais recentes da teologia reformada têm negligenciado a teologia do pacto.

Cada vez mais, vemos que a teologia reformada está sendo reduzida para o que costumamos chamar de, as doutrinas da graça - crenças essenciais como depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos. Claro, devemos valorizar essas verdades da Escritura, mas quando deixamos de salientar a estrutura maior que a teologia da aliança oferece, a nossa compreensão da Bíblia em breve começa a sofrer nas três áreas mencionadas.

Em primeiro lugar, as doutrinas da graça destituídas da teologia do pacto levam alguns a acreditar que a teologia reformada está principalmente preocupada em ensinar que a graça de Deus sustenta a vida cristã do início ao fim. Claro, com certeza isso é verdade. No entanto, as alianças de ambos os testamentos consistentemente ensinam que Deus sempre exigiu determinado esforço de seu povo em resposta à sua graça, e que Ele recompensará a obediência e punirá a desobediência.

Em segundo lugar, separadas da teologia do pacto, muitas pessoas em nossos círculos parecem pensar que nossa teologia é sempre sobre como encontrar maneiras exclusivamente reformadas para as pessoas aprimorarem suas relações com Deus. Em nossos dias, uma série de caminhos para a santidade pessoal e devoção foram tratados como as características centrais da teologia reformada. Tão importante quanto os indivíduos na Bíblia, a teologia do pacto, também, destaca o nosso relacionamento corporativo com Deus. Nenhuma aliança bíblica foi feita com apenas uma pessoa. Eles também envolvem Deus estabelecendo relacionamentos com grupos de pessoas. Por esta razão, ambos os testamentos nos ensinam que as famílias dos crentes são comunidades de aliança, em que a misericórdia de Deus é passada de uma geração para outra. Além disso, a igreja visível em ambos os testamentos é a comunidade da aliança em que recebemos o evangelho e os meios comuns de graça.

Em terceiro lugar, as doutrinas da graça facilmente nos passam a impressão de que a teologia reformada só está preocupada com assuntos espirituais. Muitas pessoas em nossos círculos estão profundamente preocupadas com a transformação interior por meio de uma verdadeira compreensão das Escrituras. No entanto, muitas vezes negligenciam os efeitos naturais e sociais do pecado e da salvação. A teologia do pacto dá-nos uma visão muito maior e mais convincente de nossas esperanças como cristãos. Em ambos os testamentos, os crentes expandem o reino de Deus, tanto para a esfera espiritual quanto terrena. Devemos ensinar o evangelho de Cristo a todas as nações para que as pessoas possam ser transformadas espiritualmente, mas essa renovação espiritual é por uma questão de estender o senhorio de Cristo a todas as facetas da cultura em todo o mundo.

Tudo isso é para dizer que a teologia do pacto tem muito a oferecer todos os cristãos. Então, quando nos perguntamos: "O que é a teologia reformada?" isto nos servirá de boa resposta: "a teologia reformada é teologia do pacto."
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Tradução cedida por Pedro Paulo, fonte original aqui.

MENSAGEM DA CRUZ: O BOM SAMARITANO - PR.ARIOVALDO RAMOS


Uma palavra de edificação e bênção para sua vida!

A DOUTRINA DA SALVAÇÃO (PESPECTIVA ARMINIANA) - PR. ALTAIR GERMANO


O Pr. Altair Germano vai trazer uma exposição sobre a doutrina da salvação dentro de uma perspectiva arminiana, vale a pena conferir e refletir sobre o tema.

O MILENIO - UMA ANÁLISE SOBRE SUAS EVIDENCIAS



Os estudos a respeito do Milênio surgiram logo após a inclusão dessa promessa na revelação dada pelo Eterno a João em Patmos. João descreve que, após a derrota do anticristo e do falso profeta, por ocasião da segunda vinda de Jesus, Satanás será preso e amarrado por mil anos (Apocalipse 19:11-21 e Apocalipse 20:1-2).
Baseados nesses relatos apocalípticos e nas promessas inseridas no Novo Testamento a respeito do Reino do Pai, tres posições tem surgido durante a história, cada qual com a sua visão diferente no que concerne à interpretação desse período: amilenismo, pós-milenismo e pré-milenismo.
A-MILENISMO
Esse modelo de interpretação afirma que o período denominado "Milênio" é uma figura alegórica da atuação da Igreja desde a morte e ressurreição de Cristo e não um período literal de mil anos cronológicos.
Por considerar o Milênio apenas uma figura retórica, consequentemente, o reino milenal de Jesus também é explicado como sendo a presença da Igreja na Terra e a sua atuação constante de pregação das boas novas e conquista espiritual.
PÓS-MILENISMO
Esse modelo de interpretação escatológica sustenta que a volta gloriosa de Jesus ocorrerá após um período de mil anos de paz.
Ou seja, de acordo com essa linha de interpretação, o Milênio não será uma conseqüência direta da volta de Jesus em glória e sim da atuação da Igreja e seu impacto evangelístico sobre o planeta, deixando-o apto para a vinda gloriosa de Cristo.
PRÉ-MILENISMO
O modelo pré-milenista defende a necessidade da volta de Jesus ocorrer antes do Milênio, para que o cumprimento de todas as promessas para esse período (paz, segurança, justiça, restauração de Israel e reinado da Igreja) se cumpram literalmente sobre a face da Terra, num reino visível, concreto e real.
De acordo com o pré-milenismo, o Milênio será uma conseqüência direta da volta gloriosa de Jesus, para derrotar o sistema maligno do anticristo. De acordo com este modelo, logo após o Milênio, ocorrerá o juízo final e a criação dos novos céus e da nova Terra. 
Dentro desses três principais modelos de interpretação para o Milênio, existem também algumas subdivisões, com pequenas diferenças a respeito de temas específicos.
A seguir, daremos algumas razões para explicar porquê adotamos o modelo pré-milenista como forma de entender o que realmente é "milênio" e porque ele é, de acordo com o que cremos, o que mais se encaixa no contexto das profecias para os últimos tempos.
Ao mesmo tempo, abordamos alguns argumentos amilenistas e pós-milenistas, mostrando sua posição à luz do contexto profético. Para acessar mais informações sobre o milênio, acesse a página SEGUNDA VINDA DE JESUS
UM REINO EXCLUSIVO
Em João 5:19, o apóstolo nos revela que o mundo jaz inteiramente no maligno. Por outro lado, o apóstolo Paulo descreve Satanás como "deus deste século", cegando o entendimento espiritual de muitos (II Coríntios 4:4).
O clímax dessa atuação satânica será experimentado durante a tribulação, tornando incongruente a afirmação de que já estaríamos vivendo o que a Bíblia denomina como Milênio e errôneo todo esforço no sentido de viver de acordo com os estereótipos de vida bem-sucedida que o sistema oferece.
O Altíssimo nos ensina a não amar o mundo (sistema) nem o que nele há (I João 2:15), e a não conformar-nos com o sistema (Romanos 12:2). Nossa esperança deve ser o encontro com Jesus e sua volta gloriosa (Tito 2:13).
A Bíblia nos revela que, por ocasião da volta gloriosa de Jesus, o anticristo e seus exércitos serão derrotados (II Tessalonicenses 2:8 e Apocalipse 19:11-21).
Se o sistema maligno, no qual o mundo jaz atualmente, será derrotado por Jesus em sua segunda vinda, então a concretização do reino do Pai na Terra só se tornará um fato real após esses eventos (vinda em glória e derrota do anticristo e sistema), colocando o Milênio como uma conseqüência direta desses eventos. 
O sistema maligno será derrotado definitivamente para que o Reino do Senhor seja instaurado (I Coríntios 15:25). 
Nesse aspecto, é interessante notar que, quando Jesus se referiu ao "fim do mundo" na parábola do joio e do trigo (Mateus 13:39), e quando mencionou o "mundo vindouro", em seu diálogo com os saduceus (Lucas 20:35), é utilizado para "mundo" o termo grego "aeon", o qual significa sistema ou era. Tal termo não se aplica ao planeta Terra. 
UM REINO LITERAL 
São muitas as passagens bíblicas que nos remetem a um reino literal de paz e comunhão sobre a Terra (Isaias 1:25-31, Isaias 2:1-22, Jeremias 23:5-8, Miquéias 4:1-4, Ezequiel 34:11-24, Zacarias 14:1-21, João 3:5, Apocalipse 12:10, entre outras).
Não nos parece apropriado alegorizar essas descrições, aplicando-as ao presente, que é violento e no qual a iniquidade se multiplica (Mateus 24:12).
É obvio que existe o reino espiritual e eterno do Pai, do qual somos embaixadores (II Coríntios 5:19-20). Também é certo que, a partir do nascimento de Jesus e a delegação deixada à Igreja de anunciar as boas novas, o reino de Deus, do ponto de vista espiritual e profético, já existe na Terra, porém isso não nega a concretização física desse reino.
Quando Paulo nos mostra em I Coríntios 15:50 que, nem carne nem sangue herdarão o reino dos céus, não está excluindo desse reino aqueles que não receberão corpos glorificados.
Está apenas revelando que a Igreja receberá o reino como herdeira e co-herdeira com Jesus (Tiago 2:5, Mateus 5:10, Daniel 7:22), até porque o reino terá como sede Jerusalém (Zacarias 14:16-17), a nação israelense continuará existindo fisicamente (sem corpos glorificados) e muitas nações continuarão existindo, sob o governo do Mestre, mesmo algumas daquelas que subirão contra Jerusalém no Armagedom (Zacarias 14:16, Ezequiel 36:33-36).
Não devemos confundir esse cenário do final da tribulação (anticristo e exércitos) com o cenário pós-milenal (Gog e exércitos), como o fazem os pós-milenistas, pois na rebelião de Gog e Magogue no final do milênio, todos os que marcharem contra Jerusalem serão eternamente condenados (Apocalipse 20: 7-15).
A Bíblia deixa claro que Jesus será o Rei dos judeus e se assentará literalmente no trono de Israel (Lucas 1:32-33), cumprindo literalmente a promessa feita a Davi (Salmos 89:3-4).
O JUÍZO PRÉ-MILENAL 
Uma passagem que tem originado muita discussão encontra-se em Mateus 25:31-46, na qual, aparentemente, o juízo final ocorre por ocasião da volta de Jesus em glória, sustentando assim a argumentação dos modelos amilenista e até mesmo o pós-milenista, pois o Apocalipse revela que o juízo final ocorre após o milênio.
Porém, analisando detalhadamente e comparando o juízo de Mateus 25:31-46 e as passagens que descrevem o juízo final, vemos diferenças substanciais.
O primeiro juízo, que ocorre imediatamente após a volta de Jesus é um juízo dirigido às nações, ou seja, às pessoas que estiverem vivas no momento da volta de Cristo e que não fazem parte da Igreja (Mateus 25:32).
É um juizo destinado à separação entre o joio, aqueles que durante a tribulação receberam conscientemente a marca da besta e a adoraram, permanecendo vivos no final da grande tribulação, e o trigo, os servos fiéis do Eterno em todos os tempos, inclusive na tribulação (Mateus 13:24-30, Apocalipse 14:9-14).
O segundo juízo, após o Milênio, é final (Apocalipse 20:11-15), baseia-se no livro da vida (Apocalipse 20:12), assumindo assim um caráter essencialmente espiritual e irá requerer uma ressurreição de todas as pessoas de todas as épocas da humanidade que não fazem parte dos salvos (Apocalipse 20:13).
Esta é a segunda morte relatada em Apocalipse 20:6. O Apocalipse relata que, por ocasião da volta de Jesus, ocorrerá a primeira ressurreição, que será dos salvos mortos de toda história, inclusive os mortos durante a grande tribulação.
Essa diferença entre as duas ressurreições separa mais uma vez a segunda vinda do juízo final e, consequentemente, o juízo das nações (após a volta de Jesus) do juízo final (após o Milênio).
Note que, aqueles que participarão da primeira ressurreição (cristãos ressuscitados), reinarão com Cristo durante mil anos, separando a primeira e segunda ressurreição por esse espaço específico de tempo.
"...E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição" (Apocalipse 20:4-6). 
Neste texto fica bastante clara a existência de um período de mil anos entre uma ressurreição e a outra, algo que não deve ser alegorizado. 
É uma questão de lógica: se da primeira ressurreição participam também aqueles que serão martirizados pela besta em plena grande tribulação (período em que, de acordo com o amilenismo, satanás será solto de sua prisão), e esses mesmos martirizados durante a grande tribulação participarão ativamente do Milênio (Apocalipse 20:6), consequentemente, o Milênio não pode ocorrer antes da grande tribulação!
Afirmar o contrário (que o Milênio é um período anterior à grande tribulação), é forçar a cronologia bíblica.
Outra diferença substancial entre o julgamento que ocorrerá logo após a volta de Jesus e aquele que terá lugar após o Milênio, é o fato de que o diabo, quando é jogado no lago de fogo, após a rebelião final do milênio, já encontra no lugar tanto o anticristo quanto o falso profeta, que já tinham sido lançados antes (Apocalipse 20:10).
Isso indica uma diferença de tempo entre a condenação da besta e do falso profeta e a condenação do diabo.
De acordo com a revelação apocalíptica, essa diferença de tempo é de mil anos. Indica também, mais uma vez, que o Milênio ocorrerá cronológicamente após a grande tribulação.
SATANÁS AMARRADO 
Como conseqüência direta da volta de Jesus, Satanás será amarrado por mil anos, o que não condiz com a realidade atual, na qual o mistério da iniquidade opera (II Tessalonicenses 2:7) e o espírito do anticristo está atuante desde que o mistério da redenção por Cristo foi revelado (I João 4:3). Paulo esclarece aos coríntios que Satanás é "o deus deste século" (II Coríntios 4:4).
O termo grego usado por Paulo é "aeón", o qual se refere ao sistema governamental e a influência social deste mundo. Na carta à Igreja em Pérgamo, João esclarece que satanás "habitava" entre as pessoas daquela cidade (Apocalipse 2:13).
Ou seja, isso em nada corrobora a posição a-milenista, que insinua a prisão de satanás como uma realidade dos dias atuais.
De acordo com o a-milenismo, Satanás se encontra "parcialmente" inoperante e só será solto no começo da tribulação. Tal afirmativa parece não encontrar uma sólida argumentação bíblica. 
A revelação apocalíptica é clara em mostrar que o objetivo da prisão do diabo é impedir que ele engane as nações (Apocalipse 20:3). O texto não diz que ele não enganará "muito" ou "tanto" as nações, mais que ele não enganará "mais" as nações por um determinado período.
Diante de toda a atuação satânica descrita na Palavra e vista por nós mesmos em nossos dias, vemos que a premissa a-milenista se mostra muito frágil neste ponto. Acreditamos que essa prisão de satanás será drástica e o impossibilitará totalmente de interagir com as nações.
De acordo com o texto apocalíptico, tal prisão ocorrerá como resultado direto da vinda de Jesus e não antes (Apocalipse 19:19-20, Apocalipse 20:1-6).
Não se trata de uma prisão em "regime semi-aberto", como parece insinuar o a-milenismo, mais uma impossibilidade total de interação com os seres humanos. Em Judas 6, é descrita a prisão de anjos no abismo.
O texto esclarece que há uma impossibilidade de interação entre esses anjos trancafiados e os seres humanos, ao revelar que eles estão numa prisão eterna, até o dia do juízo. Essa prisão é o abismo. Satanás, de acordo com o texto apocalíptico, será encadeado e preso no abismo por um determinado tempo (Apocalipse 20:1-3).
Cremos que o fato de Satanás ser amarrado por mil anos ainda acontecerá e será resultado da vinda gloriosa de Cristo (Apocalipse 19:11-21, Apocalipse 20:1-3).
O diabo não será amarrado como conseqüência exclusiva da pregação do evangelho ou antes da vinda gloriosa de Jesus, e sim após um acontecimento concreto: a volta de Jesus em glória. A revelação apocalíptica nos leva a esse entendimento.
PRIMEIRA RESSURREIÇÃO
O termo "primeira ressurreição" aparece pela única vez no texto apocalíptico e em toda a Bíblia em Apocalipse 20:5-6.
Há uma dualidade de interpretação para esse termo. O pre-milenismo o entende como uma ressurreição literal, enquanto que o a-milenismo o entende como um termo simbólico, o qual estaria descrevendo o novo nascimento experimentado por todos os salvos.
Cremos que, neste caso, não há razões para não ser literal, até porque o uso de alegoria para o termo "primeira ressurreição" traz várias incongruências contextuais. Em primeiro lugar está o termo "mortos". Ele aparece quando é descrita a ressurreição para o juízo final em Apocalipse 20:13.
De acordo com o a-milenismo tal ressurreição será literal, conceito com o qual concordamos. Porém, vemos que o a-milenismo usa aqui um duplo padrão.
Os mortos de Apocalipse 20:13 são considerados mortos literais, mas os mortos que experimentam a primeira ressurreição são considerados "mortos espirituais", quando o termo utilizado em Apocalipse 20:5 e 20:13 é o mesmo!
Da mesma forma, está o termo "viveram". João registra que: "...E viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem..." (Apocalipse 20:4-5).
Note que a terminologia usada para a volta à vida na primeira ressurreição e na última é similar. A mesma expressão é usada no livro para descrever a ressurreição física de Jesus (Apocalipse 2:8).
O a-milenismo, ao alegorizar o "viveram" da primeira ressurreição, volta a usar um duplo padrão dentro do mesmo contexto! Ou seja, o "viveram" da primeira ressurreição seria um reviver espiritual através do novo nascimento e o reviver da ressurreição final, aí sim, seria um reviver literal...
Cremos que tal interpretação é temerária. Em poucos versículos, o a-milenismo usa duas vezes um duplo padrão, ao interpretar de duas formas distintas (alegórica e literal) os termos "mortos" e "viveram/reviveram".
Cremos que o literalismo em ambos os casos é a posição mais prudente, colocando a primeira ressurreição como uma ressurreição literal, a qual ocorrerá por ocasião da volta de Cristo e da qual participarão todos os salvos.
OS SINAIS 
Tanto Jesus, quanto Paulo, nos revelam dois grandes sinais, entre outros, que antecederiam a volta gloriosa de Jesus: a apostasia ou esfriamento espiritual e a manifestação do anticristo ou abominação da desolação (II Tessalonicenses 2:3, Mateus 24:12-15).
Se a volta de Jesus ocorresse depois do Milênio, como é defendido pelo pós-milenismo e o amilenismo, tanto Jesus quanto Paulo teriam mencionado esse importante sinal, muito diferentes na essência aos sinais revelados (apostasia crescente e manifestação do anticristo). 
UM REINO CONCRETO
Em Atos 1, momentos antes da ascenção, os discípulos perguntaram a Jesus:
"...Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino ?" Jesus respondeu: "Não vos pertence saber os tempos ou as estações, que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder" (Atos 1:6-7).
Como Jesus instrui os discípulos a esperarem e anunciarem o reino (versículo 8), reservando ao Pai o direito de revelar quando chegaria o reino, fica subentendido que o reino de Deus será concreto e com um tempo previsto para ser implantado e não um conceito figurado.
O Senhor não negou a restauração literal do Reino de Israel, apenas deixou claro que a época em que isso ocorreria está sob a soberania do Criador. 
UM REINO DIVINO NA TERRA
Em João 18:36, Jesus diz: "...O meu reino não é deste mundo...". Essa declaração de Jesus foi dada a Pilatos, pouco antes da crucificação do Mestre. De acordo com alguns, essa declaração de Jesus descarta um reino visível e concreto sobre o planeta após sua vinda. Porém, não é isso que o texto revela.
Jesus queria que Pilatos entendesse que o seu interlocutor não era rei de nenhuma nação naquele momento. Jesus não estava referindo-se ao futuro e sim ao presente, respondendo a Pilatos uma pergunta que tinha claras conotações políticas (acusar Jesus como um líder político rebelde a Roma com o objetivo de justificar sua condenação).
Ou seja, o reino do Pai não é deste mundo (sistema), pois não pertence ao atual sistema, que é maligno.
Quando esse sistema for aniquilado na volta gloriosa de Cristo, então o reino de Cristo passará a ser deste mundo e Ele reinará sobre todos com justiça (I Coríntios 15:25, Apocalipse 19:11-21, Miquéias 4:1-4, Isaías 11:1-12, Apocalipse 20:1-6).
UM REINO VISÍVEL 
O reino de Jesus sobre a terra será visível e abrangerá todos os povos, trazendo paz e justiça sobre as nações (Zacarias 14:9-21, Apocalipse 19:15). O amilenismo geralmente baseia-se em passagens como a contida em Lucas 17:20-21, para sustentar a concretização desse reino terrestre apenas a nível espiritual.
O texto mencionado diz: "...O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós".
Antes de comentar o texto acima, é preciso deixar claro que o reino de Deus tem um caráter espiritual intrínseco, como tudo o que vem do Senhor. Nós, como Igreja de Cristo, somos embaixadores desse reino, através do ministério da reconciliação, como já foi abordado (II Coríntios 5:18-21).
O texto de Lucas 17:20-21 parece indicar um reino exclusivamente espiritual e fruto da experiência pessoal com Deus. Contudo, ao analisar detalhadamente o texto em questão, descobrimos verdades reveladoras.
A palavra grega usada no original é "entos", que é traduzida em algumas versões como "dentro de vós". Essa expressão grega é traduzida de uma melhor forma para "entre vós", referindo-se à presença do próprio Cristo no meio daquele povo. Ou seja, Cristo é a expressão mais íntima do próprio reino.
Quando olhamos o contexto da passagem, vemos que Cristo estava respondendo diretamente uma indagação maliciosa dos fariseus. Não faria muito sentido afirmar que o reino de Deus estava "dentro" dos fariseus e sim que tal reino estava "entre" os fariseus. Jesus é a personificação plena do Reino.
Por isso, o Reino estava "entre" os fariseus. Através da Igreja, o Reino continua estando "entre" as nações, até o momento em que será colocado "sobre" as nações.
A respeito do fato do reino de Deus não vir com aparência exterior, dando uma impressão de invisibilidade, devemos esclarecer o seguinte: Jesus estava falando da sua vinda em glória (versículo 24).
Quando o Mestre disse que a vinda do reino do Pai seria sem aparência exterior, não estava referindo-se a uma invisibilidade de sua vinda em glória, para arrebatar a Igreja e instaurar o seu reino, pois essa vinda será visível, como um relâmpago (Lucas 17:24, Mateus 24:30).
O próprio Jesus explica porque a chegada do seu reino não será com aparência exterior: "...E dir-vos-ão: Ei-lo ali!, ou: Ei-lo aqui! Não vades, nem os sigais" (Lucas 17:23).
Ao revelar que seu reino viria sem "aparência exterior", Jesus estava alertando os discípulos a não serem enganados por aparências de reino. Um reino com aparência exterior de justiça, poder e divindade, porém sem essência.
Esse é um aviso específico ao reino do anticristo, que, através de sinais e aparências, enganará a muitos (Mateus 24:23). (Para maiores informações, acesse o tópico OS SINAIS).
TRIBULAÇÃO X REBELIÃO 
Existem grandes diferenças entre a tribulação que antecede a volta de Cristo (Mateus 24:21) e a rebelião satânica, denominada de Gog e Magog, a qual ocorre após o reino milenal de Cristo.
Não podemos confundir também Gog e anticristo, nem tampouco o Gog pós-milenal (Apocalipse 20:8) com o Gog de Ezequiel 38 e 39, que está mais relacionado ao começo da tribulação.
O Gog que vemos surgir no término do Milênio é uma alegoria ao primeiro Gog, pois sairá dos quatro cantos da terra (de todo o planeta), numa ação repentina de satanás, após mil anos de inatividade. Já o Gog de Ezequiel 38 e 39, é um rei que vem "do extremo norte" (Ezequiel 38:15).
Também, há um detalhe importante: as armas do exército do Gog de Ezequiel serão utilizadas como combustível durante sete anos, necessidade que não condiz com a realidade pós-milenal, na qual teremos nova Terra e novos céus, sob o reinado do próprio Criador, e sim se aplica a uma necessidade tribulacional, já que a tribulação durará sete anos.
Que necessidade haveria de usar essas armas como combustível num cenário pós-milenal, no qual a Nova Jerusalem descerá do céu, e a cidade não precisará de sol nem lua, tal a grandeza da glória de Deus e da presença do Cordeiro? (Apocalipse 21:23).
Entendemos que não se pode confundir a atuação desses dois Gog com a do anticristo, o qual não atacará Israel até a parte final da tribulação. Ou seja, as armas do exército do anticristo não poderiam ser queimadas por sete anos.
Também, o anticristo não pode ser relacionado a nenhum rei do extremo norte e sim do ocidente, de acordo com as profecias de Daniel.
O PROPÓSITO DAS BOAS NOVAS
Jesus, pouco antes de ascender, deixou para a Igreja sua principal missão no mundo: o anúncio das boas novas (Atos 1:8, Marcos 16:14-15).
O avanço da Igreja através do evangelismo tem como finalidade testemunhar ao mundo o nome de Jesus (Mateus 24:14) e anunciar a todos a salvação exclusiva em Cristo (Atos 4:12).
Muitos erram ao imaginar que o atual sistema maligno será derrotado em função do crescimento da Igreja e de sua atuação evangelística, alcançando todos os níveis de poder político e social.
As pessoas, através do novo nascimento, são transformadas em Cristo (João 3 1-16), porém o sistema será destruído completamente para possibilitar a instauração do reino de Jesus (Apocalipse 19 e 20).
Ou seja, o propósito da pregação das boas novas não é o domínio atual no terreno político e social, através da conversão total do planeta (Mateus 25:52, João 18:36).
Sustentar o contrário é negar todas as profecias referentes aos últimos tempos, as quais relatam um nível cada vez maior de iniqüidade e maldade, inclusive de apostasia (II Tessalonicenses 2:3, I Timóteo 4:1-5, II Timóteo 3:1-9).
O próprio Jesus nos revela esse princípio: "E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mateus 24:11-13).
É necessário que o sistema seja destruído para que o reino do Altíssimo seja instaurado de forma concreta e visível na Terra e para que nós reinemos com Jesus. Existe um tempo determinado para que os santos possuam o reino (Daniel 7:22).
A pregação do evangelho visa anunciar o arrependimento e crença nas boas novas de salvação pessoal através de Cristo (Marcos 1:15), anunciar a supremacia do Pai sobre tudo e todos (João 12:28, João 18:36), revelar a proximidade da concretização do reino divino e a destruição do sistema satânico (João 12:31, João 16:11) e o livramento do mundo das forças do pecado (Atos 26:18, Romanos 6:1-23).
Através da presença e atuação de seus servos na Terra, como embaixadores, o reino do Pai já existe pela fé, porém a sua concretização só ocorrerá a partir da volta de Jesus em glória, como Rei e Senhor do mundo.
O mundo, que atualmente jaz inteiramente no maligno, passará a ser dos santos por herança, sob o domínio do Altíssimo (I Coríntios 15:23-26).
TESTEMUNHO PRIMITIVO
Há uma tendência nos escritos primitivos que nos levam à convicção de que os primeiros líderes da Igreja tinham uma concepção nitidamente pré-milenista, literalista, futurista e pós-tribulacionista.
Eles, em plena tribulação, esperavam a concretização de todos os sinais e a volta do Mestre já em seus dias, para livrá-los da tribulação, derrotar o iniqüo e instaurar seu reino na Terra.
Quando as cartas apocalípticas começaram a ser divulgadas (a partir de 90 DC), o Milênio profetizado na revelação mostrada a João foi, entre aqueles irmãos, interpretado de forma literal. 
A alegorização de certas promessas bíblicas começou a ganhar corpo no seio da igreja primitiva somente a partir do século III, através dos escritos de Orígenes. Posteriormente, essa tendência foi consolidada por Agostinho. 
Não vemos razões para ter uma concepção diferente à de nossos primeiros irmãos. Eles tiveram contato direto com os apóstolos e/ou seus sucessores imediatos.
Aquilo que foi escrito por homens como Papias, Irineu, Justino, etc, reconhecidos como lideranças, deve ser considerado com atenção.
É incongruente pensar que os apóstolos, que receberam a inspiração do Espírito Santo para escrever os livros que usamos como base doutrinária, não tiveram o discernimento suficiente para interpretar aquilo que estava escrito. Pelo contrário!
Os irmãos primitivos possuiam informações escatológicas que nos hoje não temos (II Tessalonicenses 2:5-6). Então, se faz necessário saber qual era a concepção primitiva a respeito do Milênio:
"...Ele diz que haverá um milênio depois da ressurreição dos mortos, com o reino pessoal de Jesus o qual será estabelecido nesta Terra..." (Papias 70-155 DC, citado por Eusebio, Hist. Eccl. III, 39)
"...E, além disso, um homem entre nós, de nome João, um dos Apóstolos de Cristo, profetizou em uma revelação que lhe foi feita, de que aqueles que confiassem em Cristo passariam mil anos em Jerusalém, e que depois viria a ressurreição universal e eterna de todos, como também o juízo final..." (Justino Mártir 110-165 DC, Diálogo com Tripo, Capítulo LXXXI)
"Então aparecerão os sinais da verdade: primeiro, o sinal da abertura no céu; depois, o sinal do toque da trombeta; e, em terceiro, a ressurreição dos mortos. Sim, a ressurreição, mas não de todos, conforme foi dito: "O Senhor virá e todos os santos estarão com ele”. Então o mundo assistirá o Senhor chegando sobre as nuvens do céu." (Didaquê, Capítulo XVI, 6-8). 

Jesiel Rodrigues

ESCATOLOGIA BÍBLICA: UMA PESPECTIVA AMILENISTA DOS ULTIMOS DIAS - REV. AUGUSTO NICODEMUS


O Rev. Augusto Nicodemus Lopes vai trazer uma exposição sobre os acontecimento dos últimos dias dentro da perspectiva escatológica amilenista, uma das linhas de interpretação mais aceitas para este assunto, assista e conheça melhor, para fazer comparações mais querentes com as demais linhas.

A INFLUENCIA DA TEOLOGIA REFORMADA PARA OS CRISTÃOS ASSEMBLEIANOS ARTIGO 2





    Em meu primeiro artigo tratei de algumas razões pelas quais a influência da teologia reformada calvinista tem sido tão presente nas Assembleias de Deus, tal influencia não é de agora e em aspectos gerais tem trazido uma grande contribuição para o desenvolvimento de uma consciência cristã/bíblica relevante na denominação, assim como a teologia arminiana (posição teológica assumida oficialmente pela igreja), também tem seu lugar neste processo, mas de uma maneira de certa forma tardia, resultado de uma cultura de igreja que durante um bom tempo conviveu e convivi com receio e aversão a instrução teológica, hoje disfarçada de falsa tolerância, é uma das características que permanece presente tolhendo muitos potenciais ministeriais que poderiam contribuir de maneira relevante neste desafio de formar uma identidade teológica na denominação.
   Tenho tido dificuldades de entender a proposta desta “teologia pentecostal”, que atualmente tem se falada tanto nas Assembleias de Deus e em alguns casos tem sido colocada como uma terceira via de interpretação das doutrinas bíblicas discordando até mesmo do próprio arminianismo, uma linha teológica de origem tradicional, acredito que a grande confusão nesta questão está na formação de cristãos bem resolvidos biblicamente, estamos atrasados não somente em relação a tempo, mas principalmente pelos métodos que ainda insistimos em utilizar nas congregações. Estou falando de uma denominação evangélica centenária, uma das maiores do país, marcada em sua história pela manifestação do poder do Espirito Santo e de seu ativismo evangelístico, mas que por outro lado concentra um dos maiores públicos leigos de Bíblia, pessoas que podem saber muito sobre os dogmas e usos e costumes da igreja, mas que estão desprovidos dos rudimentos básicos da fé cristã, preferindo viver uma espiritualidade mística, mítica e magica, acomodados de forma irresponsável na revelação dos outro e não da Palavra de Deus.
      Antes de pensar em identidade teológica, temos que dá uma identidade bíblica ao rebanho do Senhor, temos que ensinar o que a igreja precisa aprender e não o que achamos que devemos passar, não vamos formar nada em ninguém através de um conhecimento superficial viciado pelas conveniências de uma liderança que busca fazer discípulos para atender os seus caprichos e não a causa do evangelho de Jesus Cristo. O Pr. Ariovaldo  Ramos vai dizer que o dever principal de um líder cristão é levar sua congregação a pensar com liberdade a partir das Escrituras Sagradas, isto só se torna possível através de um investimento sério e continuo nos trabalhos de educação cristã da igreja, precisamos formar cristãos pensantes, pessoas capazes de responder com convicção quem são, para que foram chamadas e aonde chegarão mediante a sua fé e conhecimento de Deus através sua Santa Palavra e nisto ainda estamos em falta, uma boa parte de nossos irmãos assembleianos não foram acostumados a pensar sozinhos, eles sentem uma dependência de ter alguém para pensar por eles e esta deficiência denuncia uma fraqueza exposta que em boa parte dos casos é utilizada em favor do engano maligno, você pode tentar me corrigir dizendo que em uma boa parte dessas pessoas dependentes existem muitos analfabetos, doentes e etc, mas eu estou cansado de acompanhar testemunhos de pessoas nessas condições que oram a Deus por mais entendimento e são abençoadas com um discernimento mais aguçado do que o de muitos intelectuais, essas dificuldades não podem servir de justificativa para nos entregarmos a opressão da ignorância funcional que tem escravizado a muitos.
     No debate entre arminianos e calvinistas tem muita gente falando bobagem sem conhecimento de causa em ambos os lados, pessoas que se valem da ignorância ao redor para se promoverem como intelectuais, mas na realidade são verdadeiros anarquistas sem respeito e consideração pela igreja de Jesus Cristo, não podemos desconsiderar a importante influência do calvinismo para os assembleianos, por outro lado, devemos respeitar a posição teológica oficial da igreja que se entende como arminiana, parece até um dualismo esta questão, mas estou argumentando embasado na realidade atual da igreja, não vejo problema em termos assembleianos calvinistas, nem tão pouco nos assembleianos arminianos, o problema está no preconceito e em um sentimento de disputa ridículo que prefere dividir a igreja em duas facções do que unir-nos no amor graciosos de Jesus Cristo.
      O que está em nós é bem maior do que qualquer disputa exclusivista, cabe as lideranças mediarem tal equilíbrio doutrinando de forma honesta e sensata sua congregação, não necessariamente induzindo a escolha de um lado, tomando o outro como heresia, e seus adeptos como desgraçados. Devemos promover uma convivência sadia através de um diálogo respeitável, levando em consideração que mesmo em lados teologicamente opostos somos irmãos em Cristo.

Deus vos abençoe!!!

Vicente Leão