A IGREJA CRISTÃ EVANGELICA E SEUS DESAFIOS ATUAIS

UMA BREVE ANALISE SOBRE A ORIGEM, OS FUNDAMENTOS E A MISSÃO DA IGREJA



     Caros amigos e irmãos leitores do BLOG ANALISE INTELIGENTE, analisando algumas situações e viajando através de pesquisas e leituras, pude ver que o tema Igreja, é algo que em nossos dias tornou-se muito falado, mas pouco compreendido pela grande maioria daqueles que as freqüentam, por conta disso á uma generalizada confusão em relação a sua origem, significado e missão. Muitos, ou até ouso dizer que a grande maioria, não saberia responder corretamente o que é igreja e porque pertencem a uma, existem muitos lideres que estimulam seus fieis a estar na igreja, freqüentar as atividades promovidas por esta instituição, mas pecam por não instruírem seus rebanhos sobre o verdadeiro porque de nos reunirmos e até mesmo quais tipos de atividades devem ser realizadas na igreja. A ignorância em relação a este assunto, que teologicamente, também é tratado como doutrina bíblica, tem gerado grandes problemas, resistências e descrédito na importância de se fazer parte de tal ambiente. A igreja se tornou em nossos dias, um meio de vida que por conta da banalização e desconhecimento dos seus princípios bíblicos, tem servido para todo tipo de manifestação esdrúxula e ate anti-bíblica, neste cenário o importante não é cuidar e orientar as pessoas pelo caminho da verdade de Deus, mas o principal objetivo de muitas igrejas com suas praticas escusas é garantir o maior numero de pessoas viabilizando sua lucratividade, mercadejando e manipulando a fé dos fieis.

     Atualmente em nossa sociedade, temos visto crescer assustadoramente o numero de desviados do evangelho, muitos por de fato não ter tido a segurança necessária, no momento de suas decisões, mas uma boa parte também, por não receber o devido tratamento e orientação da igreja em que freqüentavam pessoas que de alguma forma foram prejudicadas espiritualmente por conta de estarem em um ambiente dito “cristão”, mas na realidade não existia verdade nem tão pouco o genuíno cristianismo bíblico em suas vidas. Para essas pessoas, muitos voltam a viver no mundão, com sua velha e vida e praticas, mas existem outras pessoas que decidem ser cristãos fora da igreja, um segmento chamado de “Os Desigrejados”, este seguimento tem aumentado muito em nossos dias, mas surge algumas perguntas em relação a este segmento, Será que é a melhor opção vivermos um cristianismo independente de qualquer orientação eclesiástica? Será que o melhor pastorado para minha vida é o meu próprio? O que a Bíblia fala sobre este “novo tipo de cristianismo”? Essas questões devem ser apreciadas com cuidado, pois o Apostolo Paulo nos orienta a não deixarmos de congregar, e não é porque a minha igreja está consumida pela ignorância bíblica em relação a si própria, que isso deve me dar argumentos para criar um movimento que pode até ser aceitável aos meus olhos e aos olhos de muitos, mas pode ser algo que fuja dos princípios da Palavra de Deus. Não existe igreja perfeita, existem igrejas que tem mais preparo e maturidade para administrar seus problemas e discordâncias, esta condição só é alcançada, através de uma profunda entrega a soberana vontade de Deus e uma observância seria e comprometida com a sua Santa Palavra.

     Este artigo tem como principal objetivo, fazer uma breve exposição sobre a igreja, sua origem, fundamentos e missão, para que haja um melhor entendimento da sua parte em relação a o que de fato é uma igreja e porque devemos congregar em uma, questões que são importantes para que tenhamos uma solidez doutrinária melhor fundamentada e com isso possamos crescer em graça e conhecimento na presença do Senhor.



·      DEFINIÇÕES E CONCEITOS SOBRE IGREJA

      A área de estudo bíblico teológico que trata da igreja é chamada de eclesiologia (estudo da igreja), esta área trata em suma, dos 3 pontos que iremos expor neste artigo e nos ajuda e compreender de uma forma mais abrangente a importância da existência da igreja e seus efeitos no contexto social em que ela esta inserida. Neste primeiro momento, vamos tratar de algumas definições e conceitos do nome igreja e partindo desse ponto vamos começar a entender seu verdadeiro objetivo.

1.    Segundo Champlin, em sua enciclopédia de bíblia, teologia e filosofia, o vocábulo grego ekklesia significa basicamente, chamados para fora, dando a entender, um grupo distinto, selecionado e tirado para fora, Esta palavra era usada no grego clássico, não somente no caso da igreja, mas esse termo também era usado para convocar a assembléia legislativa grega para reuniões, portanto o termo assembléia nesse caso pode ser legislativa, política, social ou religiosa. Esta palavra era usada também para reuniões, ajuntamento, esta palavra determinava de igual forma a igreja universal, composta por todos os crentes em todos os lugares, em todos os tempos, os quais aceitavam a Cristo como cabeça. (Atos 9.31)

2.    Segundo Orlando Boyer, em sua pequena enciclopédia bíblica, Igreja é a comunidade nas Escrituras Sagradas, que reconhece o Senhor Jesus Cristo como supremo legislador, é o conjunto de fieis ligados pela mesma fé e sujeitos aos mesmos chefes espirituais. (Mateus 16.18)

3.    Segundo Millard J. Erickson em sua introdução a teologia sistemática, sua definição de igreja tem uma similaridade muito grande com Champlin, mas com um detalhe interessante, ele também nos trás uma idéia do termo no Velho Testamento, onde o equivalente mais próximo é qãhãl, não se referindo aos membros de uma assembléia, mas ao ato de se reunirem.

Essas são algumas das definições do termo igreja mais trabalhadas em nossos dias, principalmente no ambiente acadêmico teológico no que diz respeito ao estudo da eclesiologia. Em suma igreja é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos. Esta definição compreende que a igreja é feita de todos os verdadeiros salvos. Paulo afirma: “Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela” (Ef 5.25). Aqui o termo “a igreja” é usado para referir-se a todos aqueles pelos quais Cristo morreu para redimir, todos os salvos pela morte de Cristo. O plano de Deus na vida da igreja é tão grande que ele exaltou Cristo e uma posição de suprema autoridade por amor a igreja (Ef 1. 22-23). O próprio Jesus Cristo edifica a igreja chamando o seu povo a si mesmo. Ele prometeu: “Edificarei a minha casa” (Mt 16.18).
      Existem algumas verdades importantes que devemos considerar em relação a Igreja de Jesus Cristo que irão esclarecer e responder nossos questionamentos em relação esta assembléia instituída pelo próprio Deus.



1.   A Igreja é invisível, ainda que visível.

Em sua realidade verdadeiramente espiritual como comunidade de todos os cristãos genuínos, a igreja é invisível. Isso se dá porque não podemos ver a condição espiritual do coração de ninguém. Podemos ver os que freqüentam a igreja e perceber sinais externos de uma mudança espiritual interior, mas não podemos de fato ver o coração das pessoas nem enxergar o estado espiritual em que se encontram algo que só Deus pode fazer. Foi por isso que Paulo afirmou: “O Senhor conhece os lhes pertencem” (2 Tm 2.19). Mesmo em nossas igrejas e em nossa vizinhança, só Deus sabe com toda certeza e sem errar, quem são os verdadeiros cristãos. Falando da assembléia invisível, o autor aos Hebreus fala da assembléia dos primogênitos arrolados no céu (Hb 12.23) e diz que os cristãos do presente unem se aquele assembléia em adoração. Podemos definir então que a igreja invisível é a igreja que Deus vê. Martinho Lutero e João Calvino estavam ansiosos por afirmar esse aspecto invisível da igreja em oposição a idéia católica de que a igreja era a organização visível que vinha desde os apóstolos em uma linha se sucessão ininterrupta (através dos bispos da igreja). Por outro lado a igreja de Cristo tinha seu aspecto visível, sendo definida como igreja visível era a visão que os cristãos tem sobre ela. Neste sentido a igreja visível inclui todos os que professam fá em Cristo e dão provas de tal fé na vida. Nesta idéia não afirmamos que este conceito é compreendido por qualquer pessoa, mas referimo-nos a igreja percebida pelos cristãos genuínos que entendem a diferença entre cristãos e descrentes.

2.   A Igreja é local e universal.

A igreja pode se caracterizar com vários formatos pode ser um grupo de cristãos de qualquer tamanho, desde um pequeno grupo que se reúne sempre em uma residência até o grupo de todos os cristãos na igreja universal. Existem varias passagens bíblicas que nos dão margem para essas afirmações, a igreja em uma casa é encontrada em Romanos 16.5 e 1 Coríntios 16.19, a igreja em uma cidade inteira encontramos referencias em I Coríntios 1.2, II Coríntios 1.1, a igreja de determinada região, temos referencia em Atos 9.31 e finalmente a igreja do mundo inteiro temos uma referencia em Efésios 5.25. É importante salientarmos que em cada situação de igreja relatada, se tinha uma liderança que era escolhida com a orientação do próprio Espírito Santo de Deus, para estar a frente de cada configuração da igreja, esse líderes eram responsáveis não somente para instruir o povo, como também cuidar das ovelhas do rebanho do Senhor buscando acompanhá-las e restaurá-las, para que pudessem ter as melhores condições possíveis para produzir para o reino, dentro de chamados específicos, com suas funções devidamente delegadas, cada membro da liderança de uma igreja tem um papel fundamental para manter o ritmo no serviço cristão.

3.   A Unidade da Igreja

A unidade da igreja é um aspecto importante da igreja, existem varias referencias que nos instruem sobre esta importante característica da igreja do Senhor, podemos citar algumas delas, como na oração sacerdotal de Jesus (Jo 17. 20-23), bem como em Efésios 4.1-16 e na dissertação de Paulo sobre a igreja, isso também se reflete em uma referencia a igreja local de Jerusalém em Atos 4.32 e num apelo que os crentes tenham um coração e uma mente em Filipenses 2.2. Paradoxalmente a igreja em nossos dias não parece estar unificada, vemos incontáveis denominações, as vezes bem semelhantes no ensino, competindo umas com as outras, e a relação entre os membros são caracterizadas por indiferença e hostilidade aberta, mas sabemos que como crentes devíamos estar perseguindo a unidade, pois é uma vontade declarada de Cristo. Nos últimos anos , tem existido varias concepções acerca das implicações da unidade, vamos analisar algumas delas:
3.1.   Alguns cristãos entendem a unidade da igreja como algo essencialmente espiritual quanto a natureza. Encontramos a unidade no fato de todos os crentes servirem e amarem ao mesmo Senhor. Embora não estejam organicamente ligados a outros grupos de crentes e talvez não atuem juntos em nenhum projeto.
3.2.   O segundo grupo centra-se no reconhecimento e na comunhão mútua. Essa abordagem dá ênfase ao fato de que, embora as congregações e denominações sejam separadas uma das outras, possuem basicamente a mesma fé e, portanto devem lutar para dar expressão observável a essa unidade, usando todos os meios possíveis.
3.3.   O terceiro grupo tem a concepção de promover a unidade conciliar. Embora mantenham a identidade individual, as denominações se juntam numa associação ou num conselho formal. Elas confessam suas próprias tradições e convicções, mas também procuram juntar as forças na ação.
3.4.   Finalmente o quarto grupo tem a concepção de uma unidade da igreja orgânica. Aqui, as congregações se unem numa grande denominação, juntando suas tradições.
Essas quatro possibilidades de unidade da igreja estão sendo discutidas até hoje, e em alguns casos, até já são uma realidade, mas uma coisa deve se levar em consideração, cada pessoa e congregação terá que determinar até que ponto o envolvimento maior e a atividade cooperativa são coerentes com a preservação de suas convicções bíblicas e com o cumprimento da tarefa dada pelo Senhor.

·      OS FUNDAMENTOS E PROPOSITOS DA IGREJA

     Podemos entender os propósitos da igreja em termos de ministério com relação a Deus, aos cristãos e ao mundo.

1.   Ministério com relação a Deus: Adorar.

No relacionamento com Deus o propósito da igreja é adorá-lo. Paulo ordena a igreja de Colossos que louve a Deus “com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão no coração” (Cl 3.16). Deus nos destinou e escolheu em Cristo “para sermos para o louvor da sua gloria” (Ef 1.12). A adoração na igreja não é simplesmente uma preparação para algo mais. Ela esta em si mesma cumprindo o principal propósito da igreja com referencia ao seu Senhor. Paulo, depois de nos advertir que deveríamos “remir o tempo”, acrescenta o mandamento de sermos cheios do Espírito e de estarmos entoando e louvando de coração ao Senhor. Aqui quero trazer essa idéia para nossa realidade, meus irmãos como temos promovido cultos que não adoram a Deus, Reuniões aonde não há uma sincera reverencia a seu Santo Espírito nem tão pouco um ambiente cristocentrico, onde Jesus Cristo esteja no centro de nossas reuniões, muito pelo contrario, os cultos e reuniões têm sido cada vez mais centralizados no homem e em suas necessidades efêmeras e materialistas, temos exaltado em muitas situações, mais a criatura do que o criador, temos sido desleixados em relação à adoração que devemos prestar a Deus e isso tem descaracterizado radicalmente nossas igrejas, transformando, de ambientes de adoração a Deus, para ambientes de adoração aos homens, isso tem sido uma das marcas mais deprimentes da igreja em nossos dias, um povo que deixou de buscar as coisas eternas e se contenta com as satisfações finitas e corruptíveis de um secularismo humanista e de um ostracismo espiritual. Uma igreja cristã de verdade, é aquela que não abre mão de adorar única e exclusivamente a Deus, independente de suas carências, conveniências e satisfações, a adoração da verdadeira igreja de Jesus Cristo só tem um destino, alcançar a presença do rei dos reis e senhor dos senhores.

2.   Ministério com relação aos cristãos: Edificar.

De acordo com as Escrituras, a igreja tem a obrigação de nutrir aqueles que já são cristãos e edificá-los a maturidade na fé. Paulo disse que seu alvo não era apenas levar às pessoas a fé salvífica inicial, mas sim “apresentar todo homem perfeito (maduro) a Cristo” (Cl 1,28), ele também escreve que os dons que Deus concedeu aos cristãos eram para o aperfeiçoamento dos santos, em virtude do desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, ate que todos cheguem à unidade da fé e do pleno conhecimento do filho de Deus, á perfeita varonilidade, a medida da estatura da plenitude de Cristo. (Ef 4.12-13). Trazendo novamente para nossa realidade de igreja contemporânea, além de uma adoração a Deus comprometida pela vaidade e pelo egocentrismo, de igual forma nossas relações de comunhão com nossos irmãos têm sido seriamente desvirtuados do fundamento bíblico que o Senhor nos orienta. A maturidade espiritual é algo raro em nossos dias, é difícil você encontrar na igreja atual um cristão verdadeiramente maduro e bem fundamentado na sã doutrina, o que é comum em nossa realidade de igreja é “cristãos” meninos, fúteis, maledicentes e levianos, pessoas sem sabedoria para ajudar seu irmão a crescer e frutificar para o reino, mesmo porque, eu não posso ajudar naquilo que não tenho a aptidão adequada para fazer, como um cristão imaturo e carnal irá ajudar outro cristão na mesma situação? A maturidade cristã não tem nada a ver com tempo de igreja, cargo eclesiástico nem nada do tipo, a maturidade cristã está ligada a disposição que se tem em buscar mais de Deus e da sua palavra, é um estado que se conquista com o tempo e com as experiências da caminhada, com paciência, humildade, sinceridade e honestidade, pois não somos capazes de fazer nada digno para Deus por nós mesmos, se temos alguma capacidade é graças à ação misericordiosa do Senhor sobre as nossas vidas. Estamos vivendo dias aonde o conhecimento e a disposição de fazer o certo, se tornou completamente desnecessário, não somente na sociedade secularizada, como de igual forma na igreja. É impressionante como as relações em nossas igrejas têm sido nutridas com muita falsidade e conflitos de interesses, a idéia do mundo que você vale pelo que tem, é uma realidade em muitas igrejas, minha aproximação e comunhão não é com liberalidade, como a Bíblia nos ensina a ser, mas condicional, existem pessoas que descaradamente avaliam o nível e condição de muitos irmãos para se relacionar com eles, ate mesmo lideranças que se aproximam mais de ovelhas com condições aquisitivas melhores, agindo de forma preconceituosa e maliciosa fora dos princípios de relacionamento cristão prescritos na Palavra do Senhor. Uma igreja cristã de verdade é uma igreja que preza pela comunhão verdadeira, com Deus através da sua adoração e com os irmãos se colocando como um canal de comunhão e edificação, de outra forma não fará a diferença nas vidas que buscam o socorro de Jesus Cristo e seremos cobrados pela nossa conduta carnal, preconceituosa e omissa. A força da igreja esta em sua unidade, não existe unidade sem um relacionamento sincero e respeitoso entre irmãos, a Bíblia ainda nos orienta a considerarmos nossos irmãos, independente de cargo, condição, instrução, superior a nós mesmos, é difícil entender este ensino, principalmente em um mundo que nos ensina e não baixar a cabeça para ninguém, mas o nosso padrão é Jesus Cristo, ele não abaixou somente a cabeça, ele desceu da sua gloria eterna, para conviver conosco, sentir nossas dores e necessidades, participar da nossa comunhão e desespero e nos dizer que nele podemos todas as coisas. Busquemos a maturidade cristã, pois grande virtude há em um cristão maduro diante de Deus.

3.   Ministério com relação ao mundo: evangelização e serviço social

A principal responsabilidade da igreja é a evangelização, esta ordenança foi feita pelo próprio Jesus Cristo (Mt 28.19), esta missão é o principal ministério da igreja com relação ao mundo, mas também agregado ao trabalho de evangelização, temos o de ação social, que também tem uma responsabilidade muito importante que é assistir os pobres e necessitados, essas vertentes da igreja devem existir não como um complemento do seu trabalho, nem como mais um trabalho, mas todas as outra atividades, devem existir em função de anunciar as boas novas do evangelho da cruz e dar uma assistência digna a todos aqueles que precisam de mais que uma palavra. A igreja que não evangeliza e nem faz ação social, esta praticando qualquer outra coisa, menos a Palavra de Deus e se não pratica os princípios eternos, não pode nem ser considerada uma igreja cristã evangélica. O que acontece em nossos dias é uma inversão de valores em relação a esse ministério, existem igrejas que não prestam assistência porque vivem de fazer campanhas e mais campanhas para engrandecer o seu império e se tornar uma força dominante na sociedade, induzindo as pessoas a darem aquilo que não tem, em virtudes de promessas de riquezas e prosperidades, fora do padrão Bíblico. A igreja em nossos dias tem perdido sua verdadeira identidade por deixar de evangelizar e de socorrer o necessitado em suas dores e privações, isto nos será cobrado no devido tempo pelo Senhor, pois a igreja verdadeira deve prezar por cumprir o seu propósito neste mundo.




·      A MISSÃO E OS DESAFIOS DA IGREJA ATUAL

1.   A BATALHA CONTRA A FOFOCA

A fofoca é um dos males mais antigos e nocivos ao bom funcionamento da igreja, não é de hoje que este mal habito tem ganhado força e popularidade em algumas denominações. Talvez existam pessoas que estejam estranhando eu estar falando em primeiro lugar sobre este assunto, mas eu entendo que para pensarmos em fazer a diferença fora, temos que ser a diferença dentro, ou então vamos continuar fazendo um serviço de enxugar gelo. Não podemos pensar em ganhar almas, sem em primeiro lugar pensar em qual tipo de ambiente estamos criando para que elas possam, não somente nascer para Cristo, mas desenvolver uma espiritualidade saudável e abençoadora. A fofoca é algo livremente praticado e incentivado por muitos cristãos que sem a devida correção e instrução, praticam este mal com liberdade e por que não dizer, autoridade, autoridade esta dada por muitos lideres omissos e sem sabedoria bíblica para discernir a tragédia que uma fofoca pode provocar no rebanho do Senhor. A fofoca deve ser um mal combatido ativamente pela igreja, mesmo porque suas conseqüências podem ser tão serias quanto um adultério ou qualquer outro tipo de pecado, se entendemos que não há pecadinho e pecadão, devemos nos manter vigilantes em relação a este mal, preservando a nossa língua de falatórios inúteis e de envolvimento em meios que estejam disseminando contenda e calunias contra nosso próximo, pois como diria um ditado, “quem fala dos outros para você, fala de você para os outros.” A fofoca é um ciclo vicioso que tem tragado a mente de muitos cristãos sem sabedoria nenhuma a esta se banhando nessa lama podre. A Bíblia nos fala que seis coisas desagradam a Deus e a sétima ele abomina, esta sétima trata justamente desta pratica maligna que tem provocado grandes rachas na igreja do Senhor e feridas profundas em muitos corações. Seja você meu irmão um militante contra a fofoca em sua igreja, não emprestando seus ouvidos para ouvi-las nem sua boca para espalhá-las. Seja um arauto do evangelho e mostre com suas palavras a diferença que Jesus faz em sua vida. A vitoria sobre a fofoca, não é somente a primeira, mas é um grande passo para mudarmos o ambiente da nossa convivência cristã.

2.   A BATALHA CONTRA A IMORALIDADE

A imoralidade é um outro problema serio para a igreja em nossos dias, acredito que estamos vivendo uma época semelhante a da igreja de Corinto, aonde o Apostolo Paulo escrevia, denunciando e exortando seriamente aqueles irmãos sobre tais praticas. Este problema também é fruto, acredito eu, de uma falta de instrução seria da igreja em relação a este tema e de uma parcialidade na forma que é tratado os casos recorrentes. Não podemos tratar este tema com uma metodologia de 20,30,40 anos atrás, pois á época em que estamos é muito dinâmica, as coisas acontecem rápidas demais, e se não houver uma objetividade maior em relação a abordagem de temas como este, vamos continuar sofrendo com este mal, que como a fofoca, tem vitimado muitos cristãos e ate mesmo lideres. O fundamento bíblico é o mesmo, o que muda é a forma de ensinar, direcionando para cada faixa etária um caminho para uma compreensão esclarecedora, uma orientação especial para as famílias da igreja e um acompanhamento eclesiástico. A instrução e o acompanhamento, ainda são meios eficazes, para um tratamento devido de tal problema, mesmo porque, a imoralidade está diariamente em nossas vidas, pois faz parte de forma gritante da sociedade, através de comportamentos, roupas, musicas, livros e tantos outros meios, é uma área aonde há uma fragilidade humana muito forte, principalmente para os homens, pois sofre uma maior influencia através de estímulos visuais, algo que para as mulheres não conta tanto, pois seu campo de sensibilidade ainda continua sendo a audição, meio este que também tem sido bastante atacado por este mal, mas devemos entender que uma boa parte desse problema começa com algumas questões que abrem certas brechas para tal conduta e como na maioria das igrejas não há quem responda, ou ate mesmo responde mais de uma forma pouco objetiva, isso causa um conflito interno que o mundo secularizado e objetivo oferece meios para resolver tais questões. O que a bíblia fala sobre a relação intima entre homem e mulher? Qual deve ser a concepção do cristão a respeito do sexo?  Quais pensamentos ou comportamentos a bíblia condena como imoralidade? O adultério e a prostituição só são evidenciados no ato intimo? Qual a origem e o que a Bíblia fala sobre o homossexualismo. Essas são algumas questões que martelam a cabeça de muitos cristãos, e por não haver uma abertura e uma confiança suficiente em muitos lideres, as pessoas continuam sem respostas e com isso propensas ao erro e a pratica da imoralidade. Precisamos ter em nossas igrejas, lideres e até mesmo departamentos, melhor preparado para instruir o rebanho em relação a tais questões, não adianta somente falamos dos exemplos do passado, temos que saber aplicar os princípios bíblicos na geração do nosso presente. Estamos vivendo em uma época de relativismo moral, aonde as pessoas definem seu padrão de moralidade por aquilo que lhes faz bem e satisfaz seus prazeres efêmeros, evidenciando, única e exclusivamente a si próprio como padrão para aquilo que é certo e errado. A imoralidade começa em nossos pensamentos impuros e lascivos, pois o próprio Jesus nos fala que aquele que pensa em uma mulher de forma impura, já adulterou com ela, entendendo a imoralidade desta forma, sabemos que assim como a fofoca e outros males, este mal deve ser combatido primeiramente em nós, em nossos pensamentos que conseqüentemente refletem em nossas praticas, se deixamos que as influencias imorais ganhem espaço em nossas mentes, em pouco tempo estaremos tão envolvidos, que não nos restará mais nenhum resquício de espiritualidade e discernimento, que possa nos livrar das conseqüências danosas desse abismo eterno. Precisamos nos munir, hoje mais do que nunca, da armadura do espírito e fechar todas as brechas possíveis que nos induzam a tais praticas, infelizmente, a imoralidade em muitas igrejas tem ganhado espaço e liberdade no coração e na vida de muitos irmãos, há pessoas que precisam ser tratadas e acompanhadas, pessoas que precisam ser libertas desta influencia maligna e as igrejas que precisam ter consciência da necessidade de se preparar melhor para lhe dar com esses desafios, não somente espiritualmente, mas humanamente também, pois não existe um alvo propicio para este tipo de influencia, o preparo deve ser com a mesma intensidade e seriedade para quem é ministrado e para quem ministra, pois ambos sofrem do mesmo infortuno e limitação, a imoralidade deve ser tratada como um mal a ser combatido de forma geral, nenhum homem ou mulher, mesmo sendo de Deus, está fora do perigo deste pecado, todos nós carecemos das misericórdias e direcionamento divino para não sermos engolidos por tais modismos. A igreja do Senhor precisa se mobilizar de forma seria e bíblica contra a imoralidade, custe o que custa, doa em quem doer, pois tratar pecado com parcialidade só aumentará nossa culpa e envolvimento com tais atos ilícitos, Não nos compete condenar ou execrar nossos irmãos faltosos, mas como igreja do Senhor, devemos recuperá-lo com amor e solidariedade o ajudando a se levantar espiritualmente e o restabelecendo a uma nova e harmoniosa comunhão com a congregação, pois como todo bom pastor o Senhor não quer que nenhum dos seus se perca e a igreja é parte fundamental não somente no resgate de almas do mundo, como da conservação destas vidas no rebanho do sumo pastor, é claro que isso não anula automaticamente a disciplina e a justiça de Deus sobre os atos deste irmão, toda igreja tem um procedimento disciplinar administrativo que deve ser aplicado, mas com o intuito de, como falado anteriormente, recuperar o irmão de sua queda, e não o colocar, direta ou indiretamente sobre qualquer tipo de humilhação ou desrespeito, pois tais atitudes são condenáveis aos olhos do Senhor da igreja. A imoralidade deve ser combatida com sabedoria do alto, pois somente assim vislumbraremos uma vitoria que fará toda diferença no trabalho do povo de Deus.

3.   INVESTIMENTO NO PREPARO DE OBREIROS

Uma das necessidades mais explicitas na vida da igreja hoje, é justamente a carência de obreiros vocacionados e preparados para o serviço na casa do Senhor. O que mais me chama atenção nesse problema é que não há uma mobilização nem um estimulo ministerial massivo em prol de mudar este quadro, muito pelo contrario, muitas igrejas em nossos dias minimizam a necessidade te preparar melhor seus obreiros, e com isso se valem a cada dia mais, de menos condições e princípios para a ordenação e consagração de mão de obra qualificada para o serviço cristão. Uma igreja séria é uma igreja que investe na qualificação de seus obreiros e na descoberta de talentos vocacionados aos serviços prestados pela congregação. Este perfil de igreja é muito difícil de ser encontrado em nossos dias, pois a indicação e ordenação de obreiros para o serviço cristão deixou de ser um aspecto direcionado única e exclusivamente pelo Senhor e passou a ser seriamente influenciado e, como outras áreas na igreja, maculado pelos interesses humanos, interesses esses os mais diversos possíveis, mas com um objetivo em comum, “O PODER ABSOLUTO SOBRE O REBANHO.” Uma visão egocêntrica, medíocre e anti-biblica como esta tem se tornado mais comum do que imaginamos, lideres que formam obreiros a sua imagem e semelhança e não nos fundamentos e verdades do evangelho da cruz, lideres que discriminam e condenam qualquer conhecimento que ultrapasse o seu crivo de instrução limitada e provinciana, lideres que não estimulam um bom relacionamento entre as gerações de liderança do passado e do presente, se valendo dessas situações para manter-se intocável em seu pedestal de soberania e gloria pessoa. Uma postura como esta tem vitimado seriamente a igreja através de uma superficialidade espiritual e doutrinaria, fazendo com que muitos deixem de perseverar na caminhada, por não encontrarem o apoio necessário e devido no corpo de obreiros existente, os obreiros são pessoas que devem ser bem preparadas para servir o rebanho do Senhor, pois dependendo do tamanho da congregação e da extensão do acompanhamento ministerial, ficará a cargo desses homens e mulheres prestar todo auxilio necessário para ajudar na conservação do rebanho, salientando que quando falo de auxilio, não quero dizer que eles devem tomar o lugar do pastor ou dos ministros da igreja, pois um obreiro preparado sabe até onde pode ir no cumprimento de suas funções, mas ele terá mais condições de acompanhar  de perto as famílias e os irmãos, principalmente os novos convertidos, no entanto, deve haver uma orientação superior sempre presente para direcionar suas responsabilidades. Para vislumbramos irmãos aptos para assumirem tal função a primeira coisa que deve ser feita é uma pré avaliação do candidato através de um período de observação, neste período os potenciais candidatos a serem obreiros da casa do Senhor serão avaliados através da sua conduta pessoal, tendo como fatores a serem avaliados seu comportamento e suas relações, na família, igreja e na sociedade, um obreiro apto para servir a igreja do Senhor, deve nutri bons relacionamentos em seus meios de convívio, para que a diferença do evangelho resplandeça em sua vida. Alem de uma avaliação pessoal, deve também haver uma avaliação em relação ao seu nível de instrução e experiência pratica na igreja. Um obreiro deve ser um homem bem preparado não somente espiritualmente, mas teologicamente, pois tal função requer dedicação na pregação e no ensino. É claro que em muitos casos existem irmãos que tem um perfil pessoal aceitável para ser um obreiro, mas necessita ser melhor instruído em relação a Palavra de Deus, cabe a igreja promover oportunidades para que este irmão possa se capacitar e desenvolver um conhecimento relevante em relação as Escrituras Sagradas, com cursos e palestras direcionadas a suas funções e ate mesmo, se possível, o ingresso desses irmãos em um seminário teológico. Um obreiro zeloso é um obreiro que sempre busca melhorar seus conhecimentos em relação, não somente a Palavra de Deus, como a tudo que venha agregar de maneira positiva a seu ministério. A experiência pratica na igreja, também deve ser apreciada na vida de um irmão vocacionado ao serviço da casa do Senhor, a disponibilidade, a inteiração, a comunhão, a empolgação sempre pelo melhor, isso também se faz necessário na vida daqueles que desejam participar mais ativamente da igreja. Mas mais importante do que todos esses pontos a serem avaliados é o direcionamento de Deus em relação a quem ele quer trabalhando em sua seara, Deus ainda escolhe ceifeiros e as suas escolhas não tem margem de erro, pois ele não somente escolhe como confirma no coração da igreja suas escolhas. O problema disso tudo é que todo este processo leva tempo, dedicação e paciência, virtudes que são pouco usadas na maioria dos ministérios em nossos dias e em resposta a estas escolhas equivocadas, problemas, crises e igrejas sendo motivo de escândalos e escárnios pelos ímpios. Só teremos um corpo de obreiros aprovado por Deus, se decidirmos fazer do jeito dele, pois como o próprio falou a Samuel no Antigo Testamento na ocasião da consagração do rei Davi, “O homem vê a aparência, mas eu vejo o coração.”

4.   INVESTIMENTO PARTICIPATIVO EM MISSÕES

A igreja de nossos dias perde mais tempo com seus problemas e crises internas, situações essas provocadas pelos próprios cristãos, que em resultado de sua imaturidade atrapalham deliberadamente o desenvolvimento saudável da obra do Senhor, do que com o que realmente deveriam investir seu tempo, que é pregando, ensinando, servindo e resgatando as pessoas do mundo do pecado. Nosso envolvimento com missões é o mínimo possível, pois estamos preocupados demais em resolver nossas carências e necessidades existenciais e nisso não nos sobra tempo para pensarmos em mais nada e nem ninguém. O Egoísmo e a insensibilidade espiritual e moral, tem sido marcar da igreja nos dias de hoje, denunciando o estado calamitoso em que estamos os frutos são escassos e os que surgem não vingam, pois não há uma solides em nossas raízes, isso tem feito com que as pedras clamem e com que o nosso déficit negativo só aumente diante de um Deus que nos dá todas a condições necessárias para que possamos produzir frutos vistosos  e saudáveis e ao invés disso, estamos utilizando os nossos recursos e talentos para corrermos atrás da nossa “vitoria”, será que não já conquistamos a nossa maior vitoria através da nossa salvação em Jesus Cristo¿ Precisamos nos conscientizar da necessidade de nos envolvermos mais com missões, precisamos entender que ser cristão é ser um missionário e mobilizar nossa congregação em prol de missões, pois enquanto estamos lamentando, questionando, chorando e nos chateando por razões medíocres, existem pessoas que largaram suas vidas, planos e sonhos, para viver a realidade do evangelho da cruz. A igreja precisa tomar partido em favor daqueles que estão na frente de batalha, no campo, seja ele nacional ou internacional, ORANDO, OFERTANDO, MOBILIZANDO e INDO em busca das vidas sem Jesus Cristo, pois a nossa omissão e indiferença em relação as vidas que perecem sem conhecer o evangelho, nos serão cobradas pelo Senhor e devemos ter consciência desde já, que neste momento não existirá desculpa que possa nos justificar diante do pai das luzes. Devemos despertar hoje, para não chorarmos amanhã, a cada dia que o Senhor nos concede, um mundo de possibilidades de se evangelizar aparece, qual tem sido minha atitude em relação a elas¿ será que estou dando a devida atenção a este, que é o principal chamado da igreja, desde a sua origem¿ Meus irmãos, pensemos seriamente e tomemos uma atitude que venha a fazer a diferença em nossas vidas para a gloria de Deus.


     Meus irmãos, esta foi uma breve exposição sobre o que é e para que devemos fazer parte de uma igreja, lembrando que em nós há um templo vivo, aonde o Espírito Santo de Deus mora e nos utiliza como instrumentos para a gloria de Deus, a igreja instituição não tem poder de salvar nem de redimir ninguém, sua importância é ser um ambiente aonde o povo de Deus, os cristãos, possam se reunir como corpo de Cristo, para uma adoração e deliberação coletiva em relação aos interesses do reino de Deus. Esta não é uma concepção dogmática ou católica de igreja, pois desde o Antigo Testamento o Senhor sempre buscava reunir o seu povo para adoração e consagração de suas vidas a ele, são preceitos Bíblicos e por isso devemos buscar cumprir. A igreja em nossos dias tem sérios problemas, tem. Citei alguns que eu acredito ter um destaque maior na minha concepção, mas deixar de congregar e querer viver um cristianismo por sua conta e risco, não é a solução ideal, mesmo porque, em Corinto, quando havia os partidos dentro da igreja, eles defendiam seus representantes mais, mesmo aqueles que diziam ser do partido de Jesus, não deixaram de congregar juntos dos outros irmãos dos partidos de Pedro e Apolo. O aperfeiçoamento, assim como as divergências devem ser trabalhados e resolvidos juntos, pois separados somos mais propensos a cairmos nas armadilhas de satanás. Se queremos ter uma igreja diferente, devemos começar a sermos cristãos diferentes, obedecendo as orientações prescritas na Palavra de Deus que trata da importância e do verdadeiro sentido da igreja de Jesus Cristo, um povo reunido e unido para impactar o mundo.